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Consumo

- Publicada em 23 de Dezembro de 2015 às 17:46

Lojista e consumidor mantêm pessimismo

Confiança do consumidor encerra o ano com um recuo de 21,3%

Confiança do consumidor encerra o ano com um recuo de 21,3%


SANDY HUFFAKER/GETTY IMAGES/AFP/JC
O Índice de Confiança do Comércio (Icom) medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV) caiu 4,5 pontos em dezembro ante o mês anterior. Com o resultado, o Icom diminuiu de 65,9 pontos para 61,4 pontos no período, o segundo menor nível da série histórica iniciada em março de 2010.
O Índice de Confiança do Comércio (Icom) medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV) caiu 4,5 pontos em dezembro ante o mês anterior. Com o resultado, o Icom diminuiu de 65,9 pontos para 61,4 pontos no período, o segundo menor nível da série histórica iniciada em março de 2010.
"A piora expressiva das expectativas em dezembro mostra que o setor antecipa o enfrentamento de dificuldades nos próximos meses. O cenário traçado pelas empresas parece combinar projeções de continuidade do ajuste das finanças familiares, piora do mercado de trabalho, condições de crédito mais restritas que de costume e confiança do consumidor ainda muito baixa", afirmou, em nota, o superintendente adjunto para Ciclos Econômicos do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), Aloisio Campelo.
A queda do Icom na passagem de novembro para dezembro foi influenciada, sobretudo, pela piora das expectativas em relação ao futuro. O Índice de Expectativas (IE-COM) recuou 7,2 pontos, para 66,5 pontos, o menor valor da série histórica. Houve influência do indicador que capta o grau de otimismo com asvendas nos três meses seguintes, que despencou 12,2 pontos em dezembro ante novembro.
A Sondagem de Expectativa do Consumidor medido pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas, indica que o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) recuou 2% entre novembro e dezembro deste ano, passando de 76,7 para 75,2 pontos e atingindo o menor nível da série iniciada em setembro de 2005, no indicador com ajuste sazonal.
Com o resultado de dezembro, a confiança do consumidor fecha o ano com queda de 21,3% em relação a dezembro do ano passado (o indicador anualizado), na série sem ajuste sazonal. Em dezembro de 2014, a confiança do setor estava em 96,2 pontos, na série ajustada sazonalmente. Em janeiro, o indicador iniciou o ano em 96,2 pontos.
Assim como já havia ocorrido com o Índice de Confiança do Comércio, a confiança do consumidor fechou o último semestre do ano com resultados negativos em cinco dos seis meses do período. A exceção foi também o mês de novembro, quando o indicador subiu 1,3%, chegando a 89,8 pontos.
Para a economista Viviane Seda Bittencourt, coordenadora da sondagem, a piora da percepção em relação à situação financeira das famílias foi determinante para a queda no índice. "A queda do índice foi influenciada pela piora da percepção em relação à situação financeira familiar que, por sua vez, é reflexo da combinação de alguns fatores, como a aceleração da inflação de alimentos, a piora das avaliações sobre o mercado de trabalho e as dificuldades para a redução do grau de endividamento."
Na avaliação da economista, "nem mesmo a renda extra auferida no período (decorrente do pagamento do 13º salário) e a maior oferta de empregos temporários foram suficientes para reduzir a insatisfação e o pessimismo em relação aos próximos meses".
Os números negativos do último mês do ano refletem a piora nas avaliações dos consumidores sobre a situação atual e das expectativas em relação aos meses seguintes. O Índice de Situação Atual (ISA) caiu 4%, atingindo 63,2 pontos, menor nível da série, enquanto o Índice de Expectativas (IE) variou -0,8%, de 82,8 para 82,1 pontos.
Na análise por classes de renda, todos os consumidores tiveram perda da confiança em dezembro, exceto os com renda familiar mensal entre R$ 2,1 mil e R$ 4,8 mil, cujo resultado foi melhor do que no mês anterior. A piora mais expressiva ocorre para os consumidores de baixa renda, até R$ 2,1 mil, com queda de 4,3%.

Endividamento das famílias gaúchas atinge 67,8% em dezembro, indica pesquisa da Fecomércio-RS

O percentual de famílias gaúchas endividadas em dezembro chegou a 67,8%. Apesar da alta em relação ao mesmo período do ano passado (52,9%), o indicador se mantém abaixo do padrão histórico. O cenário é considerado semelhante ao de meses anteriores, influenciado pela desaceleração do consumo e do crédito, elevação dos juros e da inflação, e à maior precaução das famílias. Considerando a média em 12 meses, o endividamento apresentou leve alta, passando de 54,8% em novembro passado para 56,1% neste mês. O dado é da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic-RS), divulgada pela Fecomércio-RS.
"O percentual de famílias com contas em atraso oscila, registrando aumentos relativamente moderados e sem ingressar, por enquanto, em uma tendência acentuada de alta", pontua o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn. De acordo com ele, a média de famílias com contas atrasadas neste ano está praticamente igual à de 2014.
A pesquisa mostra uma pequena elevação na parcela da renda comprometida com dívidas, de 31,2% em novembro deste ano para 31,3%. O tempo de comprometimento, também na média em 12 meses, permaneceu em 7,7 meses. O cartão de crédito continua como o principal meio de dívida dos gaúchos, apontado por 80,8% dos endividados, seguido por carnês (22,5%), cheque especial (14,3%) e financiamento de carro (11,5%).
O percentual de famílias com contas em atraso também cresceu, passando de 20,1% em dezembro de 2014 para 26,5% em dezembro de 2015. "A deterioração paulatina observada no mercado de trabalho nos últimos meses gera um viés de aumento para a inadimplência", explica Bohn.
A média de famílias que não terão condições de regularizar nenhuma parte de suas dívidas em atraso no prazo de 30 dias atingiu 9,7% em dezembro/2015, crescendo em relação ao mesmo mês do ano passado (7,4%). A permanência do indicador em patamar relativamente alto sinaliza que as famílias em inadimplência estão com dificuldades para sair dessa situação por causa do cenário econômico desafiador. "A perspectiva de uso do 13º salário para o pagamento de dívidas pode contribuir para a redução desse percentual", afirma o presidente da Fecomércio-RS.

Mutirão do Procon renegocia R$ 17 milhões na Capital

O mutirão 2016 de Nome Limpo, organizado pelo Procon Porto Alegre para possibilitar a liquidação de dívidas de pessoas inadimplentes, alcançou mais de R$ 17 milhões. A proposta, inédita na Capital, possibilitou a 628 consumidores a renegociação de débitos por meio do canal direto de diálogo entre devedores e fornecedores, intermediado pelo órgão de defesa do consumidor, vinculado à prefeitura.
O mutirão começou em 16 de novembro. Os porto-alegrenses interessados enviaram os pedidos de renegociação de débitos por meio do site www.proconpoa.rs.gov.br. O Procon mandou as solicitações às empresas que aderiram ao programa.
Os fornecedores analisaram as solicitações, e o mutirão resultou no atendimento de 772 pedidos de renegociação. No total, 21 estabelecimentos, entre bancos e empresas, aceitaram participar da ação. O diretor executivo do Procon Porto Alegre, Cauê Vieira, considera que a iniciativa foi um sucesso. "Conseguimos, em contato direto com o credor, obter condições e prazos mais vantajosos do que os usualmente oferecidos aos devedores. Muitas pessoas vão iniciar 2016 com sua situação financeira equilibrada." O secretário da Produção, Indústria e Comércio, Antonio Kleber de Paula, destaca que o mutirão, além de beneficiar as partes envolvidas, faz a economia se movimentar, uma vez que os consumidores voltam a ter acesso ao crédito e reativam as compras.