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Conjuntura

- Publicada em 22 de Dezembro de 2015 às 19:39

Dilma marca reunião com equipe econômica para unificar discurso

Jaques Wagner quer discutir mudança com partidos e centrais sindicais

Jaques Wagner quer discutir mudança com partidos e centrais sindicais


ANTONIO CRUZ/ABR/JC
Em função da troca da equipe econômica, a presidente Dilma Rousseff marcou uma reunião com ministros, na próxima segunda-feira, para "unificar o discurso" e debater as propostas que serão encaminhadas ao Congresso na volta do recesso parlamentar, em fevereiro. Entre as medidas a serem discutidas estão a proposta do Executivo de reforma da Previdência, que inclui a adoção de idade mínima; a liberação de crédito para financiar obras de infraestrutura; os acordos de leniência; simplificação do sistema tributário; e a desburocratização das relações de trabalho, como a livre negociação entre as empresas e sindicatos.
Em função da troca da equipe econômica, a presidente Dilma Rousseff marcou uma reunião com ministros, na próxima segunda-feira, para "unificar o discurso" e debater as propostas que serão encaminhadas ao Congresso na volta do recesso parlamentar, em fevereiro. Entre as medidas a serem discutidas estão a proposta do Executivo de reforma da Previdência, que inclui a adoção de idade mínima; a liberação de crédito para financiar obras de infraestrutura; os acordos de leniência; simplificação do sistema tributário; e a desburocratização das relações de trabalho, como a livre negociação entre as empresas e sindicatos.
Segundo o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, a presidente Dilma quer encaminhar ao Congresso, logo no começo de 2016, uma proposta de reforma do sistema previdenciário, mas, antes, quer apresentar quatro cenários e discutir com todos os partidos e centrais sindicais qual o melhor modelo para o País.
A data do encontro, no entanto, pode ser mudada. A filha da presidente, Paula, está grávida do segundo neto de Dilma e a previsão é que o bebê nasça na última semana do ano. Por conta da gravidez de Paula, a presidente passará o Natal em Porto Alegre, diferentemente dos anos anteriores em que optou por viajar com a família para a Bahia.
Empossado no cargo, nesta terça-feira, o novo ministro do Planejamento, Valdir Simão, também abordou o tema da reforma na Previdência. Ressaltou que a prioridade do governo para próximo ano é a aprovação no Congresso Nacional da reforma no sistema previdenciário. Ele disse acreditar que é possível aprovar a mudança em 2016.
"Nós precisamos discutir alternativas para retardar a entrada na inatividade. Nós temos hoje uma mudança significativa na nossa pirâmide demográfica em função da redução da taxa de natalidade, mas também pelo aumento da expectativa de vida das pessoas. E nós temos que adaptar o sistema para que ele tenha sustentabilidade, que ele se equilibre para garantir o benefício para as futuras gerações", afirmou Simão em sua primeira entrevista como ministro do Planejamento. Durante o discurso, ele também reforçou a necessidade de aprovação da reforma para garantir o equilíbrio atuarial das contas da Previdência.
"O retardamento da aposentadoria pode se dar pelo limite de idade ou por uma conjunção entre idade e tempo de contribuição. E isso tem que ser rapidamente debatido e buscarmos uma fórmula que atenda a nossa expectativa de médio e longo prazo e que possa ser aprovado pelo Congresso Nacional", emendou.
Apesar de ser considerado com um dos temas mais espinhosos para o governo, uma vez que afeta a milhares de pessoas, o ministro defendeu que as discussões em torno da reforma da Previdência avance mesmo num período eleitoral. No próximo ano estão previstas as disputas municipais. "Temos que fazer esse debate que é urgente. E a sociedade tem que estar consciente que, para garantir a sustentabilidade do regime geral de Previdência Social, nós precisamos fazer esses reajustes", ressaltou.
Segundo ele, dentro do horizonte do governo também está a aprovação do novo imposto, a CPMF, que ajudaria no equilíbrio das contas da União de 2016. "A CPMF está prevista e ela é muito importante para que possamos alcançar o resultado primário previsto para o ano que vem. Portanto, vamos trabalhar para a sua aprovação também", defendeu.

Wagner pede voto de confiança a Nelson Barbosa

Jaques Wagner pediu também um voto de confiança ao ministro Nelson Barbosa, que assumiu, nesta segunda-feira, o Ministério da Fazenda. "Pediria que as pessoas não sentenciassem antes que o cara trabalhasse. Ninguém é suicida. Todo mundo que está na atividade econômica quer que as coisas andem. É claro que tem que ter um pouco de aposta, de ajuda, de querer que as coisas deem certo. Se não, não funciona. Ele não vai fazer nenhuma loucura. Barbosa é um cara equilibrado", disse.
Para Wagner, a mudança na equipe econômica, com a saída de Joaquim Levy da Fazenda e a ida de Barbosa para a pasta e de Valdir Simão para o Planejamento, criará uma equipe mais "harmônica". Ele creditou a saída de Levy a um desgaste natural fruto de um ano turbulento.
"Quando o vento está bom, qualquer um é bom. Quando o governo está ruim, toda a culpa vai para o ministro, para a presidente, para a equipe econômica. Já havia o desgaste, até do ponto de vista do relacionamento. E eu acho que vai se ter uma equipe mais harmônica. Mas mais harmônica não quer dizer samba de uma nota só. O contraponto vem da rua", disse.

Ministro nega estudos para adoção de banda para meta fiscal

O novo ministro da Fazenda Nelson Barbosa negou que haja estudos do governo sobre a adoção de uma banda para a meta fiscal. Ao contrário, reafirmou em entrevista a jornalistas estrangeiros o compromisso com o esforço fiscal equivalente a 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) e prometeu que, se a CPMF não for aprovada pelo Congresso, adotará outras medidas para compensar a falta de recursos. "Vamos tomar medidas necessárias para atingir essa meta (de 0,5%). Não há, neste momento, discussão sobre uma banda para o superávit primário", disse o ministro.
Barbosa também foi questionado se há "um plano B" para o caso de a CPMF não ser aprovada no Congresso. "O Orçamento foi aprovado e espera-se que a CPMF esteja valendo em setembro. Vamos às negociações políticas para isso. O governo será capaz de criar esse consenso. Se não for, vamos compensar com outras medidas, provavelmente no lado das receitas, mas também pode ser no lado dos gastos", respondeu.
O ministro da Fazenda explicou ainda, no discurso de introdução, que o esforço para a realização do superávit tem como "objetivo primeiro estabilizar a dívida pública em termos do PIB, seja ela líquida ou bruta", disse.
Barbosa também comentou que o governo trabalha juntamente com o Banco Central contra a alta dos preços. "Estamos monitorando os preços no Brasil. O BC tem agido para não deixar que a pressão temporária se transforme em permanente. Ações estão sendo tomadas e tenho certeza de que a inflação será menor do que a gente espera em 2016", disse.

Secretário do Tesouro dos EUA elogia compromisso com 'medidas difíceis'

O novo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, e o secretário do Tesouro dos EUA, Jacob J. Lew, conversaram, nesta terça-feira, por telefone, informou o governo norte-americano. "O secretário Lew parabenizou Barbosa por sua recente nomeação e disse que espera continuar a colaborar de forma próxima com o Brasil no G-20 e em outros foros para avançar interesses comuns", divulgou em comunicado o Tesouro norte-americano.
Segundo a nota, na conversa, foram discutidas "as atuais reformas macroeconômicas e estruturais no Brasil". O secretário norte-americano elogiou "o compromisso" do ministro em tomar "medidas politicamente difíceis, mas necessárias para atingir um crescimento forte, sustentável e equilibrado".