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Relações Internacionais

- Publicada em 20 de Dezembro de 2015 às 21:32

Argentina quitará dívidas com fornecedores

Federico Sturzenegger preside o BCRA

Federico Sturzenegger preside o BCRA


BCRA/DIVULGAÇÃO/JC
O presidente do Banco Central argentino (BCRA), Federico Sturzenegger, disse ontem, em Assunção, no Paraguai, que empresas brasileiras devem receber até julho o valor referente a importações que companhias argentinas não pagavam por falta de acesso ao dólar. Ele participou de reunião de ministros da área econômica na 49ª Cúpula do Mercosul, que termina hoje.
O presidente do Banco Central argentino (BCRA), Federico Sturzenegger, disse ontem, em Assunção, no Paraguai, que empresas brasileiras devem receber até julho o valor referente a importações que companhias argentinas não pagavam por falta de acesso ao dólar. Ele participou de reunião de ministros da área econômica na 49ª Cúpula do Mercosul, que termina hoje.
No mesmo encontro, esteve o titular da Fazenda argentino, Alfonso Prat-Gay, que estimou, na semana passada, a dívida dos importadores argentinos em US$ 5 bilhões a maior dos credores é formada por empresas exportadoras brasileiras. "Já temos um cronograma e a partir de julho estará tudo normalizado", disse Sturzenegger.
O crédito foi acumulado no período em que o kirchnerismo controlou o acesso ao dólar, processo iniciado em 2011 e encerrado na quinta-feira pelo governo de Mauricio Macri. Como o país sofre com uma escassez de divisas, no governo anterior, o BC argentino atrasava a liberação de recursos, levando os importadores a ficarem inadimplentes com seus fornecedores no exterior. A ideia da instituição é saldar todas as dívidas dos importadores até meados de 2016. "É uma dívida entre privados", explicou Sturzenegger.
Segundo a câmara dos importadores, da dívida pendente, metade é de autopeças e 25% são de insumos para a zona franca da Terra do Fogo. O restante inclui outros setores. No segmento de autopeças, 90% das dívidas estão relacionadas ao Brasil cerca de US$ 2 bilhões.
A unificação brusca do câmbio pelo governo Macri levou a uma valorização do dólar de 41% e uma queda de 30% no poder de compra do peso. Questioando sobre a desvalorização do peso, Sturzenegger assegurou que a moeda argentina se "apreciou". "O que acontece é que na Argentina existiam muitos tipos de câmbio."
O governo Macri compara a cotação da última sexta-feira (13,60 pesos) com a do dólar paralelo prévio à liberalização do câmbio, quando estava acima de 14 pesos.
A nova administração espera elevar no próximo mês em US$ 25 bilhões as reservas do BC, hoje em US$ 24,3 bilhões. Antes de desvalorizar sua moeda, o governo Macri havia anunciado duas medidas de abertura. A primeira foi o fim de impostos sobre todas exportações agropecuárias, com exceção da soja, que teve sua taxa reduzida de 35% para 30%. A outra foi o fim da exigência de uma autorização para importações, alvo de reclamação constante de empresas brasileiras e argentinas.
O chefe do BCRA previu que as três ações darão à Argentina um crescimento mais acelerado das suas exportações e o país normalizará o fluxo de capitais.
Sturzenegger mencionou Bolívia e Paraguai como referências em política macroeconômica na América Latina. "Quando ouvimos que os bolivianos têm uma inflação de 2,5% e um crescimento de 5%, e o Paraguai com inflação de 4%, nos dá um Norte", disse.

Chanceler brasileiro defende uma aproximação com Aliança do Pacífico

Mauro Vieira está em Assunção

Mauro Vieira está em Assunção


ATTA KENARE/AFP/JC
O ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, defendeu ontem em Assunção que os países do Mercosul (bloco formado por Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela) se aproximem da Aliança do Pacífico (formada por México, Peru, Colômbia e Chile).
"Precisamos desconstruir o discurso equivocado de rivalidade entre os dois blocos. Estamos unidos, como se sabe, por ampla rede de acordos comerciais, alguns dos quais completarão em breve duas décadas", discursou Vieira na 49ª Cúpula do Mercosul.
O Brasil tem feito uma série de movimentos no sentido de aproximação com a Aliança do Pacífico. Foram fechados acordos de investimentos com Colômbia, México e Chile. O presidente argentino, Mauricio Macri, também defende esse movimento, ao qual a Venezuela se opõe.
O chanceler brasileiro disse que a prioridade do Brasil continuam sendo as negociações do Mercosul com a União Europeia, que foram retomadas em 2010. Quatro anos depois, a oferta de bens, compras governamentais, serviços e investimentos do Mercosul em todas as áreas foi aprovada, mas continua emperrada. "Esperamos que a União Europeia obtenha o consenso interno necessário que nos permita efetuar a troca de ofertas rapidamente", afirmou Viera.
Segundo ele, apesar da importância das negociações com a União Europeia, é preciso diversificar os interesses do Mercosul com outros parceiros comerciais, como Canadá, a Índia, o Líbano e a Tunísia, entre outros, como também a União Aduaneira da África Austral e a Associação Europeia de Livre Comércio. Vieira disse confiar que, durante a presidência temporária do Uruguai (atualmente, está o Paraguai), a agenda externa do Mercosul pode, com a ajuda de todos os países membros, ficar "ainda mais ambiciosa".

País negocia acordo comercial automotivo com Paraguai

O Brasil está negociando um acordo para facilitar o comércio de automóveis e peças com o Paraguai. Segundo o ministro de Desenvolvimento, Armando Monteiro, a ideia é concluir um acordo automotivo com o vizinho no primeiro trimestre do ano que vem.
O Paraguai é o único país do Mercosul com o qual o Brasil ainda não tem um acordo de facilitação de comércio deste setor. Segundo Monteiro, o mercado do país vizinho é basicamente abastecido por carros usados e, com o desempenho favorável da economia, poderia se transformar em um consumidor de veículos feitos no Brasil. Em troca, o vizinho quer produzir autopeças para atender o mercado brasileiro, um processo classificado como "gradual" por Monteiro.
Segundo o ministro, a estratégia da política de integração é estimular que os vizinhos deixem de importar de concorrentes asiáticos, como a China, e comprem do Brasil. Para tanto, as empresas brasileiras deveriam transferir parte de sua operação para outros países, aproveitando custos mais baixos. "Como é sabido, o Paraguai tem custos baixos e disponibilidade de energia barata. Nesse arranjo, verifico que algumas etapas do processo produtivo possam vir a ser realizadas aqui (no Paraguai), o que fará com que as empresas fornecedoras de bens finais do Brasil se tornem mais competitivas e se promova esse processo de substituição de importações", disse.
De acordo com Monteiro, o Brasil, que já fechou um acordo para facilitação do comércio automotivo com o Uruguai, deverá fazer ajustes na negociação que tem em vigor com a Argentina. O atual acordo automotivo entre os dois países expira em junho de 2016 e foi renovado nas mesmas condições, à espera da troca de governo na Argentina.