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Conjuntura

- Publicada em 16 de Dezembro de 2015 às 22:16

Varejo deve piorar em 2016, prevê Federasul

Economia dificilmente crescerá no ano que vem, diz Russowsky

Economia dificilmente crescerá no ano que vem, diz Russowsky


FREDY VIEIRA/JC
O cenário traçado pela Federasul é um dos mais pessimistas apresentados por entidades estaduais sobre as perspectivas para a economia em 2016. Após revelar que houve desaceleração do comércio no Rio Grande do Sul - que em 2015 só perdeu para a Paraíba no ranking dos piores em desempenho neste setor - a Federação projetou uma queda ainda maior no crescimento da atividade no ano que vem. "O tombo no acumulado de 12 meses até setembro foi de 11,9%, passando de 3% positivos no ano passado para uma queda de 8,9% no volume de vendas", afirmou o economista-chefe da Federasul, André Azevedo. "Trata-se do pior resultado desde que o índice passou a ser calculado pelo IBGE, no início dos anos 2000", destacou.
O cenário traçado pela Federasul é um dos mais pessimistas apresentados por entidades estaduais sobre as perspectivas para a economia em 2016. Após revelar que houve desaceleração do comércio no Rio Grande do Sul - que em 2015 só perdeu para a Paraíba no ranking dos piores em desempenho neste setor - a Federação projetou uma queda ainda maior no crescimento da atividade no ano que vem. "O tombo no acumulado de 12 meses até setembro foi de 11,9%, passando de 3% positivos no ano passado para uma queda de 8,9% no volume de vendas", afirmou o economista-chefe da Federasul, André Azevedo. "Trata-se do pior resultado desde que o índice passou a ser calculado pelo IBGE, no início dos anos 2000", destacou.
Na lista de aspectos que devem colaborar para piorar este quadro em 2016, o economista citou o efeito de novos atrasos dos salários dos funcionários públicos estaduais, a redução de crédito, a possibilidade de uma safra agrícola ruim (devido a fatores climáticos), uma "previsível" elevação do desemprego e os custos das empresas com as novas alíquotas do ICMS. "Tudo isso gera no Estado a percepção da crise, com redução do consumo mesmo entre os empregados pela iniciativa privada, que passam a temer a perda do emprego."
De acordo com a entidade, os setores que estão sofrendo mais são os de motocicletas, móveis e eletrodomésticos, materiais de construção, vestuário, livros e revistas; enquanto o segmento de perfumaria e cosméticos resiste com crescimento positivo. "Acreditamos que este desempenho continue em 2016, sendo que o quadro para os setores que dependem de crédito permaneça negativo", comentou Azevedo.
Ao avaliar que em 2016 dificilmente haverá retomada da economia no País - em vista da inflação, da alta de juros e do déficit público -, o presidente da Federasul, Ricardo Russowsky destacou que as mudanças do Brasil em 2015 "são evidentes". "Apesar do País estar passando a limpo seus problemas de corrupção, com um processo de punição através da Operação Lava Jato, os números da economia estão em queda livre."

Cenário do País com impeachment também foi projetado

No cenário nacional, Azevedo destacou que o País teve o pior desempenho entre os emergentes, ficando em terceiro no ranking dos países do G-20 com as maiores taxas de inflação. "As possibilidades de melhora passam pela resolução da crise institucional que compromete o desempenho da economia e projeta insegurança e desconfiança em todos os setores", apontou. Ele ousou traçar dois cenários para a economia brasileira em 2016: um deles criado a partir do impeachment da presidente Dilma Rousseff. "Sem o impeachment, se mantém a taxa de juros em 14,25% e a política fiscal não vai ser atingida em um superávit primário, sendo conquistado, na melhor das hipóteses, o seu equilíbrio", avaliou Azevedo. Na opinião do economista, neste cenário o único controle que poderá a vir ocorrer será o de uma postergação de gastos do governo federal e a tentativa de aumentar impostos, especialmente a CPMF. "Isso vai causar uma pressão sobre o câmbio, que deve se manter em alta, enquanto o governo tentará driblar, para evitar mais inflação."
Sem a presidente Dilma no governo, sugeriu Azevedo, a taxa de juros básica seria elevada (considerando a inflação acima de 16%), se buscaria aumentar o superávit primário, e se tentaria controlar despesas do governo. "Havendo maior responsabilidade fiscal, é possível - se o aumento de juros nos Estados Unidos não for muito significativo - que haja uma pressão para a queda do dólar", projetou o economista, completando que este quadro contribuiria para a queda da inflação, porém ainda não para o crescimento da economia. "Com isso, o País teria como voltar a crescer em 2017 próximo de zero por cento."
Embora com a sinalização pessimista em relação a economia, o presidente da Federasul, Ricardo Russowsky, afirmou que o quadro é de otimismo para o desempenho da entidade. Às vésperas de encerrar seu mandato, Russowsky anunciou que, pela primeira vez, no ano que vem, dois candidatos concorrerão às eleições para a próxima gestão, evidenciando o caráter democrático da entidade.
O dirigente ainda anunciou que restauração do edifício sede da Federasul deve ocorrer a partir de 2016, graças à captação de recursos a partir da Lei Rouanet. "Já existem em caixa R$ 410 milhões graças ao Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), ao Badesul, a Renner, entre outras empresas que apoiam as obras de modernização e restauração do prédio e a construção do Museu do Comércio."