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Economia

- Publicada em 10 de Dezembro de 2015 às 22:19

Yara pode revisar plano de expansão no Estado

Holsether (e) e Hanzen falaram sobre os projetos da companhia

Holsether (e) e Hanzen falaram sobre os projetos da companhia


MARCELO G. RIBEIRO/JC
Patrícia Comunello
O aporte de R$ 1 bilhão prometido pela Yara, líder mundial em fertilizantes nitrogenados, em expansão no polo produtivo e logístico da empresa em Rio Grande, pode ser revisado. A medida foi admitida, nesta quinta-feira, em Porto Alegre, pelo presidente da companhia de capital norueguês no Brasil, Lair Hanzen. A possibilidade de executar uma cifra bem menor que a pretendida - e já levada ao governador José Ivo Sartori no começo do ano e projetada para ocorrer nos próximos cinco a sete anos - está ligada à condição fiscal de comercialização de produtos aos maiores mercados de grãos, como Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
O aporte de R$ 1 bilhão prometido pela Yara, líder mundial em fertilizantes nitrogenados, em expansão no polo produtivo e logístico da empresa em Rio Grande, pode ser revisado. A medida foi admitida, nesta quinta-feira, em Porto Alegre, pelo presidente da companhia de capital norueguês no Brasil, Lair Hanzen. A possibilidade de executar uma cifra bem menor que a pretendida - e já levada ao governador José Ivo Sartori no começo do ano e projetada para ocorrer nos próximos cinco a sete anos - está ligada à condição fiscal de comercialização de produtos aos maiores mercados de grãos, como Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Enquanto tenta resolver a questão em tratativas com o governo estadual, a empresa anunciou mais uma fábrica, em Sumaré, em São Paulo. O CEO mundial da Yara, Svein Tore Holsether, que veio pela primeira vez ao País desde que assumiu o cargo, há três meses, destacou que a unidade de fertilizantes foliares e micronutrientes do braço YaraVita será a primeira fora da Inglaterra nesta área. O aporte é de R$ 41,4 milhões e deve estar operando em dois anos. A unidade dará conta de 70% da demanda interna, que hoje é suprida 100% por importados. "O Brasil passou a ser o maior mercado em volume e tamanho de operação da companhia no mundo", dimensionou Holsether, que ventilou novas oportunidades de investimentos em estudo.
O Brasil soma mais de 11 mil funcionários. Internamente, a Yara detém 25% do mercado nacional, e no Rio Grande do Sul, 40%. O CEO não quis adiantar quais seriam os potenciais setores, só depois que for tomada a decisão da direção mundial. "Tenho a mala cheia de planos", brincou o principal executivo global da líder em nitrogenados. Holsether frisou a necessidade de abastecimento de alimentos no mundo, citando que há 800 milhões de pessoas que passam fome e que a população global saltará das 7 bilhões de pessoas para 9 bilhões em 2050. Também posicionou o Brasil como o grande celeiro, além de garantir a prioridade na segurança da produção e uso dos agroquímicos pelos agricultores.
O dirigente mundial reforçou o recado sobre a incerteza a respeito dos empreendimentos em Rio Grande. "Estamos comprometidos com o Brasil, prontos a investir, mas é importante ter um arcabouço previsível, e que sejamos tratados em pé de igualdade", pontuou o CEO mundial. Hanzen, que trata diretamente do tema com interlocutores no governo (Casa Civil e Desenvolvimento), alegou que a insegurança sobre a manutenção nos próximos anos de um incentivo tributário com base no ICMS.
Hoje, há um decreto que atende o setor e que reduz em 75% a alíquota para as vendas a outros estados. "Mas o decreto pode ser cassado com uma caneta. Difícil fazer investimento de R$ 1 bilhão sem ter a tranquilidade de que terá marco tributário", justificou o presidente no Brasil. O decreto vigora há cerca de 10 anos. Sem a vantagem, a empresa acaba concorrendo com ingresso de produtos importados que não pagam o ICMS em outras regiões. Hanzen disse que o governo estadual analisa alternativas. O prazo da companhia vai até fim de março de 2016.
O CEO no Brasil evitou comentar outras soluções caso não execute os aportes no Estado. A meta é duplicar a capacidade de produção (de 600 mil toneladas para 1,2 milhão de toneladas ao ano), além de aumentar em 60% (hoje, em 2,5 milhões de toneladas) o ingresso de mais matéria-primas (nitrogênio, fósforo e potássio) pela região Sul. A instalação de um terminal de regaseificação (gás natural) da Bolognesi, previsto para Rio Grande, pode ser um reforço às pretensões na região, admitiu Hanzen, mas ele avalia que o abastecimento será voltado mais à demanda não atendida em outros ramos industriais.
O gás natural é usado no processamento de nitrogênio, por isso a elaboração em outros lugares no mundo, onde há oferta mais atrativa. Preços do petróleo e gás em baixa, que afetam a indústria de fertilizantes, foram apontados como fator importante, segundo o CEO mundial, diante da queda da cotação de commodities agrícolas, que afetam a renda de produtores. "A situação não é tão dramática, pois há desvalorização das moedas em muitos países. Os produtores vão se concentrar na lucratividade", projeta Holsether, que mostrou preocupação com o nível de emissão de gases de efeito estufa pelas culturas (30% do que é liberado à atmosfera). Para o CEO mundial, a condição exige que se aumente a produção na mesma área, o que demandará mais fertilizantes e uso adequado de produtos.
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