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Agronegócios

- Publicada em 10 de Dezembro de 2015 às 22:28

PIB agrícola deve encolher 0,7% em 2015

Aumento de área da cana-de-açúcar e de outras culturas deve elevar valor da produção em 2,7% em 2016

Aumento de área da cana-de-açúcar e de outras culturas deve elevar valor da produção em 2,7% em 2016


NELSON ALMEIDA/AFP/JC
O PIB do agronegócio deve ficar 0,7% menor neste ano em relação a 2014, aponta a balanço anual divulgado nesta quinta-feira pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). O principal problema do setor é a queda dos preços de commodities no mundo, o que fez o País reduzir em 11% o valor das exportações em 2015, mesmo embarcando 11% mais produtos que no ano anterior. "Temos consciência de que vamos enfrentar dois anos difíceis", disse o presidente da entidade, João Martins.
O PIB do agronegócio deve ficar 0,7% menor neste ano em relação a 2014, aponta a balanço anual divulgado nesta quinta-feira pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). O principal problema do setor é a queda dos preços de commodities no mundo, o que fez o País reduzir em 11% o valor das exportações em 2015, mesmo embarcando 11% mais produtos que no ano anterior. "Temos consciência de que vamos enfrentar dois anos difíceis", disse o presidente da entidade, João Martins.
De acordo com o relatório, feito em parceria com a LCA Consultores, a perspectiva não é melhor para 2016, e a tentativa será de evitar uma nova queda do PIB do setor. O crescimento moderado da economia mundial e os estoques elevados de produtos agrícolas deverão continuar pressionando para baixo os preços das commodities.
"A cavalaria não vai vir nos salvar", afirmou Fernando Sampaio, economista da LCA que apresentou o panorama para o próximo ano explicando que, ao contrário de outras crises, quando o País saiu delas usando ganhos com as exportações, dessa vez isso não deverá ocorrer.
Para Sampaio, o ano de 2016 ainda será ruim. Mas a velocidade da piora deverá ser menor que a de 2015 por haver menos fatores pressionando a economia, como falta de energia, aumento de preços e redução de estoques. Se os problemas políticos forem resolvidos, a retomada da economia será facilitada, diz. Na perspectiva da LCA, o dólar deve terminar o ano que vem em R$ 4,11, a taxa Selic deve se manter em 14,25% por todo o ano, e a inflação terminará próxima dos 6,5% ao ano.
Mesmo com a crise lá fora, a previsão é de que o valor da produção agrícola brasileira para 2016 fique 2,7% maior, puxado basicamente por aumento de área plantada em algumas culturas, como café e cana-de-açúcar. A produção total deve crescer 2,1%, chegando a 213 milhões de toneladas, puxada pela soja. A previsão é que as exportações aumentem 17%, mas os valores obtidos continuarão a ser decrescentes (-8%). No setor de carnes, a perspectiva é que os bovinos não devem ter aumento de produção, mas suínos e aves deverão crescer de 2% a 5%.
Para o setor agrícola, outro problema para 2016 será o custo do dólar. Se em 2015 os exportadores ganharam com a subida do valor da moeda americana por terem plantado com o custo da moeda mais baixo em 2014, deverá ocorrer o oposto em 2016.
O dólar mais alto em 2015 aumentou o custo de produção, mas em 2016 não deverá haver aumento adicional da moeda estrangeira para compensá-lo. Na soja, por exemplo, o custo de produzir ficou 24% maior na atual safra por causa de aumento de custo de energia, mão de obra e fertilizantes, que são importados. O fenômeno El Niño também é um fator de risco para o setor por causa do excesso de chuvas que ele já provoca nas regiões Sul e Sudeste e a redução nas outras regiões.