Governança dita o rumo das empresas, diz Gerdau

Mais de 500 pessoas estiveram reunidas ontem na Fiergs, durante 51ª Reunião da Qualidade do PGQP, para assistir palestras em torno de conceitos de como conduzir as organizações no mundo atual. Durante a abertura do evento, o presidente do Conselho Superior do PGQP, Jorge Gerdau Johannpeter, destacou a importância da governança em um sistema de gestão de qualquer tipo de instituição que busque a sustentabilidade econômica, ambiental e social. "A governança é que faz a definição dos rumos de um organização", destacou o empresário. Gerdau também apontou a liderança na gestão e um propósito claro e bem comunicado na organização como ferramentas para se propor metodologias e metas, a fim de se esclarecer objetivos e minimizar conflitos.

"O líder não precisa saber mais do que os demais colaboradores de sua equipe, mas sua principal função é envolver e engajar a equipe, caso contrário, não se obtém resultados nos demais processos", observou o palestrante, que discursou sobre os desafios e soluções para que haja inovação, governança e sustentabilidade no Brasil. Por governança entende-se o processo de tomada de decisão de forma transparente e justa, com o foco em atender aos stakeholders, declarou Gerdau, ressaltando que, através de uma gestão eficiente, é possível se entregar mais com menos.

"Não existe mais condições de se encarar a competitividade de qualquer tipo de corporação ou organização de uma cidade, estado ou país sem aplicar governança", reforça o presidente do Conselho de Qualidade Programa Estadual e Produtividade do PGQP, Ricardo Felizolla. Durante sua palestra, Gerdau ainda lembrou de que entre as premissas para uma organização ser sustentável também é preciso estabelecer propósitos e valores comuns, preservar, colaborar e compartilhar. "Enfim, ser responsável pelo ambiente em que vivemos." No mesmo patamar, o empresário elencou a educação e a inovação como formas de se "construir melhor o futuro", e de se atender a necessidades comuns a partir de canais que permitam novas ideias.

Ao avaliar a situação atual do Estado e do Brasil, Gerdau frisou que o PGQP trabalha na gestão de forma técnica, e não na política. "A sociedade é fruto de atitude política. Como cidadãos , temos sido omissos neste sentido, e estamos pagando caro por isso". "As catástrofes que estão acontecendo no Brasil, como no caso da mineração em Mariana (MG), são consequências de falta de governança e gestão, critica Felizolla. "A governança de um país é uma estratégia da organização, enquanto a gestão é o resultado, a forma como se consegue os recursos para chegar na estratégia", considera o presidente do Conselho de Qualidade Programa Estadual e Produtividade do PGQP. "No entanto, isso não está claro na cabeça dos líderes do País, que assumem organizações com uma força política grande, mas sem o conhecimento necessário. O mesmo ocorre em uma empresa que não esteja atenta a estes conceitos."