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- Publicada em 03 de Dezembro de 2015 às 22:31

Vale do Taquari se destaca em desenvolvimento

Lajeado apresentou IFMD de 0,8813, ficando em 13º lugar no Brasil

Lajeado apresentou IFMD de 0,8813, ficando em 13º lugar no Brasil


PREFEITURA DE LAJEADO/DIVULGAÇÃO/JC
Pela segunda vez consecutiva, Lajeado, no Vale do Taquari, foi considerado o município mais desenvolvido do Estado, segundo o Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM). O estudo, que teve como base o ano de 2013, deu destaque, também, a outras cidades daquela região, com Arroio do Meio e Westfália completando as três primeiras posições. Além delas, outras 79 cidades gaúchas também fazem parte das 500 melhores do Brasil, resultado superado apenas por São Paulo.
Pela segunda vez consecutiva, Lajeado, no Vale do Taquari, foi considerado o município mais desenvolvido do Estado, segundo o Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM). O estudo, que teve como base o ano de 2013, deu destaque, também, a outras cidades daquela região, com Arroio do Meio e Westfália completando as três primeiras posições. Além delas, outras 79 cidades gaúchas também fazem parte das 500 melhores do Brasil, resultado superado apenas por São Paulo.
Semelhante ao Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), o estudo avalia critérios de emprego, educação e saúde a partir de dados ministeriais, atribuindo notas de 0 a 1, onde, quanto maior a nota, mais desenvolvido é o município. "Há, no Rio Grande do Sul, um cenário majoritariamente positivo, com 96,3% das cidades com desenvolvimento moderado (entre 0,6 e 0,8) ou alto (acima de 0,8), ante 68,1% no Brasil", analisa o especialista de desenvolvimento econômico da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), Jonathas Goulart. Além disso, o Estado não tem nenhuma cidade na faixa do baixo desenvolvimento (abaixo de 0,4).
No cômputo geral, em relação à edição anterior, 68,1% das cidades gaúchas melhoraram seu resultado, entre elas Lajeado que, com um índice de 0,8813, manteve a sua posição de liderança no Rio Grande do Sul. A cidade é, ainda, a 13ª do Brasil - onde a liderança fica com Extrema (MG), com 0,9050.
Para o prefeito de Lajeado, Luís Fernando Schmidt (PT), o resultado é fruto de parceria entre as esferas pública e privada na cidade. Schmidt também evoca a diversificação da matriz econômica do município, com agricultura familiar e diversas indústrias alimentícias, além de relevância no comércio e nos serviços, como no atendimento hospitalar e na área contábil. "Com essa diversificação muito forte, temos, além da geração, uma distribuição de renda muito boa", afirma Schmidt, que estima em R$ 35 mil reais por ano a renda per capita no município.
Outro destaque desta edição do estudo, segundo Goulart, foi o avanço de outra cidade do Vale do Taquari, Westfália, que subiu da 32ª para a 3ª posição no ranking gaúcho, salto justificado, principalmente, pelo crescimento em emprego e renda. Para o prefeito do município de cerca de 3 mil habitantes, Sérgio Marasca (PT), o avanço se deve à expansão da agricultura, principal fonte de renda de Westfália. "Temos uma das maiores produções em agropecuária por área do Estado, o que alavancou a economia do município e fez crescer, também, a indústria e o comércio locais", justifica Marasca.
Com o aumento da produção, o mandatário cita que foi, possível, também, melhorar a qualidade de vida dos habitantes. "Nosso orçamento saltou de R$ 3,5 milhões, em 2001, para R$ 17 milhões atualmente, nos permitindo investimentos primordiais em educação e saúde, principalmente preventiva", comenta Marasca.
Westfália, que chega quase à perfeição em saúde (0,9730), é espelho do próprio Estado, destaque no País nesse quesito. Com 77% das cidades com índices altos ou moderados, o Rio Grande do Sul lidera esse segmento. "Não há como deixar de dar crédito, pois mostra que as políticas públicas estão sendo bem feitas no Estado na área da saúde", argumenta Goulart. As três melhores cidades do Brasil em saúde são gaúchas: Linha Nova, Barra do Rio Azul e Presidente Lucena.

Queda em emprego e renda faz País ficar estagnado

Apresentando, já em 2013, os principais sinais de desaceleração da economia, o IFDM geral do Brasil teve o menor avanço de toda a série histórica, iniciada em 2005: 0,2% (passou de 0,7427 para 0,7441). Embora tenha melhorado consideravelmente em saúde ( 1,9%) e educação ( 2,8%), a forte queda em empego e renda (-4,3%) comprometeu o desenvolvimento do País. "O Brasil andou de lado", argumenta o especialista de desenvolvimento econômico da Firjan, Jonathas Goulart.
O cenário tende a piorar nos próximos estudos. Segundo projeções da Firjan, o fechamento de mais de 1 milhão de vagas e a queda na renda média em 2014 e 2015 levará o índice correspondente ao ano atual ao menor resultado de emprego e renda de toda a série, 13,4% abaixo do registrado em 2005. "Retrocedemos mais de 10 anos nesse quesito", comenta Goulart. No caso de saúde e educação, as regiões que devem sofrer mais são as que dependem mais da transferência de renda, como Norte e Nordeste, que detêm praticamente todos os municípios de baixo desenvolvimento do País.

Dependente da prefeitura, Santana da Boa Vista foi o pior

O mapa do desenvolvimento municipal no Estado se divide em Norte e Sul. Olhando-se apenas os municípios que apresentam alto desenvolvimento, o mais ao Sul deles é Capivari do Sul, no Litoral Norte - nenhum, portanto, na Metade Sul do Estado. A região, no entanto, é sede de quatro dos cinco menores IFDM gaúchos, inclusive o menos desenvolvido, Santana da Boa Vista (0,4933).
A prefeita do município, Aline Torres Freitas (PTB), argumenta que a maior dificuldade de Santana da Boa Vista se refere a emprego e renda. "Não temos indústria que gere emprego, e o comércio é tocado por famílias", conta Aline, que estima em 40% da população envolvida em agricultura familiar. "Com poder aquisitivo baixo, a dependência é muito grande da prefeitura, tanto na saúde quanto na educação." A prefeita lembra que não há nenhuma escola particular e que a prefeitura socorre financeiramente o único hospital da cidade, administrado por uma fundação, que esteve prestes a fechar.
Mesmo com a queda no índice geral puxado pela piora em emprego e renda, porém, Santana da Boa Vista registrou avanços em educação e saúde. Tendo como principal fonte de renda os repasses federais do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), Aline argumenta que a prefeitura mantém projetos de farmácia básica, postos de saúde e transporte escolar, por exemplo, muitos deles com verba própria pela falta de repasses do governo estadual. "O município faz a sua obrigação", defende.