O presidente eleito da Argentina, Mauricio Macri, estará nesta sexta-feira em Brasília para encontro com a presidente Dilma Rousseff. Após, Macri tem agendada reunião com o presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, e com representantes de diversos setores da indústria. "Nossa visão de governo, com mais eficiência, menos impostos e burocracia, é a mesma. Defendemos uma economia mais liberal com mais abertura nos acordos internacionais e com menos peso do Estado", afirmou Skaf.
Macri evitou se posicionar sobre a divergência que ele e Dilma têm sobre a adoção da cláusula democrática contra a Venezuela no âmbito do Mercosul. Durante toda a campanha presidencial, Macri disse que vai invocar a cláusula por entender que o governo venezuelano está cometendo abusos, "com a perseguição de opositores e da liberdade de expressão".
A cláusula democrática prevê desde a aplicação de sanções comerciais até a suspensão do país, acusado de romper a ordem democrática, mas precisa de um consenso para ser aplicada. Macri já havia comentado sobre sua participação na próxima reunião da cúpula do Mercosul, que ocorre no dia 21 de dezembro, na capital paraguaia. Além da Argentina, compõem o bloco regional o Brasil, o Paraguai, o Uruguai e a Venezuela. Dilma afirmou que não vai apoiar o uso da cláusula democrática, como pretende o argentino, com o intuito de retaliar a Venezuela. Segundo a presidenta, é necessário um fato determinado para que a medida seja adotada no bloco.