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Mobilidade

- Publicada em 29 de Dezembro de 2015 às 21:45

Bondes de Santa Teresa retomam as operações

Passageiros que utilizarem o serviço nesta fase de teste serão liberados de pagamento pelo governo do Rio

Passageiros que utilizarem o serviço nesta fase de teste serão liberados de pagamento pelo governo do Rio


TÂNIA RÊGO/ABR/JC
Quatro anos após terem parado de circular, devido a um acidente que provocou a morte de seis pessoas e deixou 57 feridas, os bondes de Santa Teresa voltaram a percorrer o trecho entre a Estação Carioca, no Centro, e o Largo dos Guimarães. As viagens foram retomadas na semana passada e, durante a chamada fase de pré-operação, serão gratuitas e terão intervalos de 20 minutos.
Quatro anos após terem parado de circular, devido a um acidente que provocou a morte de seis pessoas e deixou 57 feridas, os bondes de Santa Teresa voltaram a percorrer o trecho entre a Estação Carioca, no Centro, e o Largo dos Guimarães. As viagens foram retomadas na semana passada e, durante a chamada fase de pré-operação, serão gratuitas e terão intervalos de 20 minutos.
Na cerimônia de reabertura, o secretário estadual de Transportes, Carlos Roberto Osorio, informou que, na primeira quinzena de janeiro, planeja reinaugurar uma parada na Lapa: desativada em 1966, ela poderá ter horários noturnos a partir do Carnaval (que começa em 6 de fevereiro), para incrementar o circuito boêmio da região.
"Nossa ideia é interligar os bairros boêmios, principalmente nos fins de semana. Queremos que o frequentador da Lapa possa subir e curtir Santa Teresa à noite e vice-versa", explicou Osorio. "O bonde vai unir dois dos principais polos gastronômicos e de lazer do Rio de Janeiro", disse. "Isso será possível graças à volta dos bondes ao Largo dos Guimarães. Já estamos olhando para frente, vamos reativar um percurso que não funcionava desde 1966, que ia da esquina das ruas Francisco Muratori e Riachuelo, na Lapa, até o Largo da Carioca e o alto de Santa Teresa. Esse serviço foi desativado após as enchentes de 1966 e retornará no mês que vem, primeiramente com viagens diurnas.
De acordo com o secretário, a abertura de horários noturnos no trecho entre a Lapa e Santa Teresa depende do aval da Riotur. "Estaremos prontos para operar à noite no próximo Carnaval, mas, como temos uma boa quantidade de blocos em Santa Teresa e um grande movimento de foliões na Lapa, talvez isso não seja viável. Vamos conversar com a Riotur para saber se será adequado inaugurar o serviço no início de fevereiro ou se deixaremos a novidade para depois da festa."
No trecho reinaugurado na semana passada, que tem aproximadamente 900 metros de extensão, cinco bondes circulam das 11h às 16h entre a Carioca e o Largo dos Guimarães, com parada no Largo do Curvelo. Ainda não há previsão para o fim da fase de pré-operação. Quando todo o sistema estiver pronto - o término das obras está previsto para 2017 -, o horário será ampliado.
"Vamos conversar com os moradores de Santa Teresa para decidir tudo. Como o bonde faz barulho, precisamos saber até que horas eles querem que circule. Vamos ouvir a população", garantiu Osorio, acrescentando que vem sendo estudada uma integração com outros meios de transportes. A ideia é de que o preço da passagem do bonde seja menor do que a dos ônibus. Com uma integração, o usuário pagaria R$ 3,40 e poderia usar os dois sistemas.
Sobre as medidas de segurança que possam evitar acidentes como o de 2011, o secretário garantiu que todos os cuidados foram tomados antes do início da pré-operação e destacou que os novos bondes têm configuração mecânica de última geração. Mas, no fim da tarde, um bonde enguiçou perto do Largo do Curvelo, devido a um superaquecimento de peças. Após tomar conhecimento do problema, que classificou como "injustificável", Osorio afirmou que vai cobrar esclarecimentos do fabricante.

Aumenta, no Rio, a entrega de mercadorias por bicicletas

Martin Dietzius e Pedro Pauleey, da EcoBike, distribuem envelopes no Centro da cidade

Martin Dietzius e Pedro Pauleey, da EcoBike, distribuem envelopes no Centro da cidade


MÁRCIA FOLETTO/AGÊNCIA O GLOBO/JC
Há algo em comum entre as grifes Reserva e Wöllner, a TNT Express, a loja virtual de artigos esportivos Netshoes, o Sorvete Itália e a revista The Economist. Estas marcas aderiram ao modelo de entregas com bicicleta. Seguindo tendência já consolidada na Europa e nos EUA, cresce o número de empresas que oferecem o serviço de logística sustentável no Rio de Janeiro e em outras cidades do País. As vantagens do ciclista courier estão no uso de um transporte que não polui e no deslocamento em centros urbanos com maior agilidade e rapidez que o das motos. E, em tempos de crise, o mais importante: o serviço cobra, em média, 30% menos pelas entregas que o motofrete.
O Sindicato dos Empregados Motociclistas do Rio (SindMoto), que também cuida do novo segmento, reconhece já haver retração no número de trabalhadores de entregas por motocicleta. No Rio, eles caíram de 35 mil para perto de 32 mil em 2015, conta Carlos Augusto Reis, presidente da entidade. "A bicicleta está ganhando espaço, porque, com a crise, cai o custo para quem contrata. Os salários dos profissionais, que não contam com adicional de periculosidade de 30% como os motoboys, a manutenção e os gastos com os equipamentos são mais baixos."
Os bikers destacam o custo reduzido do veículo e a sustentabilidade. Mas sublinham outro diferencial na briga com a motoca. "Os bikers oferecem um atendimento atencioso e personalizado. Tivemos uma cliente, por exemplo, que, ao ligar para pedir um serviço, contou estar chateada por ter sido assaltada naquele dia. O nosso courier levou uma caixa de bombons para ela", explica Cristian Trentin, um dos sócios fundadores da Ecobike Courier, que botou suas primeiras bicicletas para rodar em Curitiba (PR) em 2011.
A Ecobike já está em seis cidades do País, incluindo Rio e São Paulo, e chega à sétima em janeiro, com Recife. A sede na capital paranaense tem 25 bikers fazendo perto de 8 mil entregas ao mês. Aos 32 anos, formado em desenvolvimento de sistemas para internet e com MBA em gestão de empresas, Trentin pedala atrás da meta de ter mais 29 unidades no País em 2016 e chegar a 85 até 2019. A Ecobike fechou contrato com a TNT Express. Cuida da entrega de documentos que chegam do exterior nas cidades onde atua. Em contrapartida, pode coletar documentos e itens para entregas nos 220 países onde a multinacional opera.
"Começamos a usar as entregas de bicicleta em setembro de 2014, principalmente pelo modelo sustentável. Mas ganhamos em agilidade. A entrega de bicicleta é feita em um terço do tempo, por preço similar ao da tradicional", conta Rodrigo Berutti, gerente de serviços compartilhados da Reserva, que já tem 85% das vendas pelo e-commerce entregues no Rio por bicicletas.
No caso da Wöllner, nas áreas do Rio onde o serviço está disponível, as entregas das vendas on-line são feitas de bicicleta. "Fazemos isso há pelo menos seis anos. Nossos clientes recebem um registro do quanto aquela entrega reduziu as emissões de CO2 na atmosfera", conta Lauro Wöllner, empresário, ciclista e triatleta. Ronaldo Silva, um dos fundadores da Ciclo Courier, traduz o perfil dos profissionais no segmento. "Já pedalava. E transformei um hobby em ganha-pão. E é um nicho que permite conciliar o trabalho com estudos ou outra atividade profissional", diz ele.
Não raro, os couriers são jovens e têm nível superior. Mas há profissionais de diversos perfis e idades. O salário mensal varia de R$ 1.000,00 a R$ 1.600,00, com seguros de saúde e de vida e bonificações. Cada biker recebe R$ 100,00 ou mais ao mês como taxa de locação da bicicleta pela empresa, para gastos com manutenção.