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JC Logística

- Publicada em 07 de Dezembro de 2015 às 17:18

Sete Brasil ameaça Petrobras e Bndes com processo judicial

Encomenda de sondas foi cancelada, e empresa corre risco de falência

Encomenda de sondas foi cancelada, e empresa corre risco de falência


AGÊNCIA PETROBRAS/DIVULGAÇÃO/JC
A Sete Brasil, empresa criada para viabilizar a construção no País de sondas para o pré-sal, estuda a possibilidade de entrar com um processo na Justiça contra a Petrobras e o próprio Bndes, além de apresentar um pedido de recuperação judicial. De acordo com uma fonte próxima, essas três medidas drásticas serão colocadas na mesa na próxima reunião do Conselho de Administração da empresa, prevista para ocorrer dentro de uma semana.
A Sete Brasil, empresa criada para viabilizar a construção no País de sondas para o pré-sal, estuda a possibilidade de entrar com um processo na Justiça contra a Petrobras e o próprio Bndes, além de apresentar um pedido de recuperação judicial. De acordo com uma fonte próxima, essas três medidas drásticas serão colocadas na mesa na próxima reunião do Conselho de Administração da empresa, prevista para ocorrer dentro de uma semana.
O desespero dos sócios controladores é que, há três meses, a companhia tenta, sem sucesso, fechar um novo contrato de encomenda de sondas com a Petrobras. Pelo novo acordo, a Petrobras fecharia a contratação do afretamento (aluguel) de 15 sondas à Sete, contra as 28 anteriores.
A Petrobras, que teria chegado a um acordo com a Sete em agosto último, vem, contudo, fazendo uma série de exigências que dificultam a conclusão do acerto. Entre elas está a apresentação de um plano de reestruturação da Sete, que indique como ficará a composição das companhias que vão operar as sondas e os prazos de entrega. O problema é que, sem receber o empréstimo de R$ 10 bilhões já aprovado pelo Bndes - cujas parcelas deveriam ter começado a ser liberadas em 2013 -, a Sete passou a ter sérios problemas de caixa.
A empresa está com dívidas de cerca de R$ 14 bilhões com bancos credores e, em outubro de 2014, deixou de fazer os repasses aos cinco estaleiros que tinham recebido as encomendas das sondas. Os problemas da Sete Brasil começaram com a divulgação do esquema de corrupção entre a Petrobras e seus fornecedores, revelado pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal.
O delator da Operação Lava Jato Pedro Barusco afirmou, em depoimento à CPI do Bndes, que o pagamento de propina nos contratos da Sete Brasil foi acertado ainda durante a concepção da empresa dentro da Petrobras. Barusco foi gerente de Engenharia na Petrobras e diretor de Operações da Sete Brasil. Ele afirmou que a primeira licitação para a contratação de estaleiros, feita ainda no âmbito da Petrobras, já vinha com a propina embutida nos acertos.
"Já vinha de lá. Primeira licitação foi conduzida pela própria Petrobras. Já vinha lá da primeira. Era um padrão, uma linha que tinha, de 1%, com algumas empreiteiras", afirmou Barusco.Questionado se o esquema continuaria em vigor caso não tivesse ocorrido a Operação Lava Jato, Barusco disse ser possível que tudo tivesse continuado. Ele saiu da Sete Brasil em 2012.
Barusco ressaltou que "tinha um percentual de 1% sobre os contratos dos estaleiros. Houve a combinação. Era uma combinação só. Não é pegar que os contratos eram de US$ 24 bilhões, então era US$ 240 milhões. Não era bem assim. E a divisão era de 2/3 para o Partido dos Trabalhadores e 1/3 para algumas pessoas". A Petrobras, com dificuldades de caixa, reduziu as encomendas. Ao mesmo tempo, a Sete foi citada nas investigações, e alguns de seus ex-executivos envolvidos no escândalo. A situação se agrava pelo fato de as primeiras sondas estarem em fase adiantada de construção. A sonda Urca, feita no Estaleiro Brasfels, em Angra dos Reis, por exemplo, já está cerca de 90% pronta, enquanto a segunda está com cerca de 60% das obras concluídas, e a terceira, com 30%. Já no Estaleiro Jurong, a sonda Arpoador está praticamente pronta.
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