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JC Contabilidade

- Publicada em 22 de Dezembro de 2015 às 16:07

Governança de fato e de direito!

 VISITA A REDAÇÃO DE LUIZ FERNANDO REGINATO DA RGM.

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JOÃO MATTOS/JC
O recente abalo na reputação da Volkswagen em decorrência do escândalo sobre a poluição dos seus veículos nos EUA derrubou o valor de suas ações, interrompeu uma trajetória de 15 anos de resultados positivos e chocou a opinião pública mundial.
O recente abalo na reputação da Volkswagen em decorrência do escândalo sobre a poluição dos seus veículos nos EUA derrubou o valor de suas ações, interrompeu uma trajetória de 15 anos de resultados positivos e chocou a opinião pública mundial.
Como sabemos, não foi a primeira empresa, e tampouco será a última, a produzir tais manchetes. Organizações tidas como respeitáveis, como as americanas Enron Corporation, WorldCom, Banco Goldman Sachs, a italiana Parmalat, as brasileiras Sadia, Aracruz, Petrobras e as empreiteiras Engevix, OAS, Odebrecht, Camargo Correia, entre outras, viram delapidados seus ativos e sua imagem da noite para o dia. O que tinham estas empresas em comum?
Primeiro, as condutas ilícitas de seus dirigentes e gestores, que prejudicaram acionistas, clientes, empregados, fornecedores e a sociedade. E também o fato de possuírem estruturas de governança corporativa cuja finalidade era, justamente, garantir lisura e transparência na gestão, preservar o valor do negócio e a sustentabilidade.
Histórias de corrupção empresarial são cíclicas e recorrentes. Assim como as medidas de governos e instituições civis de tentar coibir estes desvios, normatizando e recomendando a adoção de melhores práticas para que negócios não se sobreponham aos interesses da sociedade. Um exemplo atual é o incentivo à adoção dos contratos de compliance e códigos de conduta como recurso para restringir o arbítrio dos profissionais e alinhar os atos humanos aos propósitos empresariais.
Para que logrem maior êxito, estas medidas reativas sobre os efeitos devem ser combinadas a outras, de caráter preventivo, que ajam sobre as verdadeiras causas e promovam uma integração efetiva entre governança de fato e de direito. Este é um desafio que os Conselhos de Administração terão pela frente: associar o crescimento dos negócios com a construção de organizações de excelência, em que o legal e o moral estejam associados, bem como a qualidade e respeitabilidade da empresa à qualidade e integridade das pessoas que a compõem.
Na prática, significará um olhar mais atento dos conselheiros para três importantes focos:
- Cuidar da ética: resgatar a identidade entre os valores empresariais e os pessoais, promovendo a integridade de condutas em todos os níveis pela compreensão, aceitação e internalização dos princípios e fundamentos éticos;
- Cuidar do conhecimento: integrar o conhecimento à estratégia da empresa, posicionando-o como vetor do crescimento dos negócios e da organização, monitorando como a empresa atrai, retém, desenvolve e compartilha o conhecimento necessário para a inovação e a produtividade;
- Cuidar dos talentos: valorizar as capacidades e os desempenhos diferenciados, estimulando as pessoas ao crescimento e à realização pela adoção da meritocracia como medida principal do reconhecimento na organização.
Embora o repertório de medidas possa ser mais extenso, são ações como estas que constroem, de fato, o valor e a reputação. Afinal, não é mais possível conceber a dissociação entre negócios e organização, entre desempenho e felicidade, ou entre imagem empresarial e lideranças íntegras.
Mestre em Sociologia das Organizações, qualificado como conselheiro de Administração
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