Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Empresas & Negócios

- Publicada em 27 de Dezembro de 2015 às 16:22

RGE prevê investir R$ 350 milhões em 2016

De acordo com o executivo, objetivo é aumentar a segurança do fornecimento e garantir qualidade

De acordo com o executivo, objetivo é aumentar a segurança do fornecimento e garantir qualidade


RGE/DIVULGAÇÃO/JC
Jefferson Klein
A Rio Grande Energia (RGE), que atende a 264 municípios nas regiões Norte e Nordeste do Estado, tem um volumoso plano de investimentos para aprimorar a sua rede elétrica. Conforme o presidente da distribuidora, Roberto Sartori, somente em 2016, a expectativa é de um aporte de cerca de R$ 350 milhões. Depois de exercer o cargo de gerente regional, o executivo (que não tem parentesco com o governador José Ivo Sartori) assumiu em outubro a liderança da companhia. Apesar de jovem (37 anos de idade), Sartori já tem uma ampla experiência no setor. Engenheiro elétrico, formado pela Unijuí, em 1999, trabalhou cinco anos no Departamento Municipal de Energia Elétrica de Ijuí (Demei), enquanto cursou a faculdade, e está há 16 anos na RGE.
A Rio Grande Energia (RGE), que atende a 264 municípios nas regiões Norte e Nordeste do Estado, tem um volumoso plano de investimentos para aprimorar a sua rede elétrica. Conforme o presidente da distribuidora, Roberto Sartori, somente em 2016, a expectativa é de um aporte de cerca de R$ 350 milhões. Depois de exercer o cargo de gerente regional, o executivo (que não tem parentesco com o governador José Ivo Sartori) assumiu em outubro a liderança da companhia. Apesar de jovem (37 anos de idade), Sartori já tem uma ampla experiência no setor. Engenheiro elétrico, formado pela Unijuí, em 1999, trabalhou cinco anos no Departamento Municipal de Energia Elétrica de Ijuí (Demei), enquanto cursou a faculdade, e está há 16 anos na RGE.
JC Empresas & Negócios - Qual a expectativa para o atendimento durante o verão?
Roberto Sartori - A RGE, é possível ver pelo histórico, é uma empresa que faz o seu papel. Temos realizado os investimentos necessários. Claro que, às vezes, no verão há uma elevação da temperatura e com isso cresce o consumo, mas para isso estamos preparados, sempre estivemos preparados.
Empresas & Negócios - Qual é a estimativa de investimentos em 2016? E quanto foi desembolsado em 2015?
Sartori - Trabalhamos muito em termos de ciclos, a cada cinco anos. O atual ciclo se iniciou em 2013 e fecha em 2018, estamos falando em R$ 1,2 bilhão em investimentos que faremos nesse período. O ano de 2015 estamos fechando próximos a R$ 330 milhões e para 2016 estamos indo para casa dos R$ 350 milhões. Vai aumentar o investimento. Ninguém vai fazer um investimento imprudente. Mas, aquilo que é necessário ser feito, troca de postes, por exemplo, esse plano continua independentemente do mercado (de energia). É uma questão de robustez da rede, de segurança.
Empresas & Negócios - Como está a ação de substituição dos postes de madeira por de concretos na área de atuação da concessionária?
Sartori - No início da concessão (1997), praticamente todos os postes eram de madeira, na época a concepção era essa. A CEEE (que teve parte da área de abrangência absorvida pela RGE) tinha fábricas de postes de madeira, tinha os hortos florestais, era uma prática do sistema elétrico gaúcho. Temos um plano de, nos próximos cinco anos, revisitar todos os postes de madeira e aqueles que não estiverem em boas condições serão trocados. Estamos vindo de uma média anual de 40 mil postes substituídos. Temos ainda no sistema em torno de 400 mil postes de madeira e 700 mil de concreto, mas lembro que não são todos os postes que estão deteriorados. Existem estruturas que podem durar mais 20 anos, há postes (de madeira) muito bons. Em locais de difícil acesso, nos últimos dois anos, estamos adotando o uso dos postes de fibra plástica.
Empresas & Negócios - E quanto à preparação para temporais?
Sartori - A gente se prepara, mas, muitas vezes, foge do controle, são temporais que saem de qualquer tipo de planejamento. Começamos um trabalho, com a área de comunicação da empresa, para avisar as pessoas, com antecedência, dos temporais. Como concessionária temos os meios de prever que vai acontecer um evento meteorológico, às vezes não é possível prever a intensidade. Passamos a informação em mídias bem locais, em rádios comunitárias, e isso facilita com que as pessoas se preparem. Comunicamos ainda os cuidados e canais de atendimento da RGE.
Empresas & Negócios - Como estão os indicadores de qualidade da distribuidora?
Sartori - Quanto ao DEC (Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora), iniciamos o ano passado com quase 20 horas de duração média de falta de energia (ao ano) e fechamos 2015 com cerca de 16 horas. O desafio para 2016 é de 14 horas. E o FEC (Frequência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora) é um dos melhores da região Sul, com um patamar de cerca de 7 (número de interrupções durante o ano).
Empresas & Negócios - De que forma a crise econômica afeta a companhia?
Sartori - A crise causa preocupação. Tem a questão da inadimplência, a possibilidade de afetar a capacidade das pessoas consumirem energia e pagarem pelo serviço. Toda a capacidade de investimento (da distribuidora), de melhorar a qualidade do serviço, está dentro de uma previsibilidade da tarifa, que considera certa demanda de energia. Em virtude da crise, as pessoas acabam consumindo menos ou não pagando a conta de luz, e isso torna-se um desafio maior para a empresa.
Empresas & Negócios - Qual o índice de inadimplência na área de concessão da RGE?
Sartori - Estamos com cerca de 2,5% (do faturamento da empresa). A situação é agravada pela questão da economia, da revisão extraordinária da tarifa (aumento permitido pelo governo federal a diversas distribuidoras no primeiro trimestre de 2015 para que essas companhias recuperassem o equilíbrio financeiro). Eu acrescentaria mais um ponto para preocupação futura que é o aumento do ICMS (que começou a vigorar em janeiro) no Rio Grande do Sul. Isso vai elevar a conta de energia das pessoas.
Empresas & Negócios - Qual a sua opinião sobre o sistema de bandeiras tarifárias adotado pelo sistema elétrico brasileiro?
Sartori - Ainda estamos experimentando o sistema, mas eu concordo com ele. É uma forma de fazer gestão. O governo preocupou-se em não ter blecaute (devido à crise hídrica) e entrou com várias térmicas, porém são usinas caras. Estamos queimando óleo diesel, carvão, gás natural e tudo isso é caro, a energia mais barata é a hidráulica. E como transfere isso para o consumidor? A concessionária só pode passar isso a cada cinco anos (na Revisão Tarifária Periódica). Anualmente, é possível passar apenas a inflação, o IPCA. Então, a bandeira tarifária é uma forma de diluir melhor essa situação, de não ter aquela pancada de um aumento de 20% ou 30%.
Empresas & Negócios - O Brasil opera com o sistema de bandeiras desde janeiro de 2015 e, em todos os meses, a cor vigente foi a vermelha, que prevê uma energia mais cara, com o uso das termelétricas. Há uma perspectiva desse cenário mudar?
Sartori - Esperamos que, em 2017, tenhamos uma bandeira verde e voltemos ao normal, com uma tarifa real, sem o acréscimo da geração térmica.
Empresas & Negócios - Qual a sua avaliação do setor elétrico nacional?
Sartori - O sistema elétrico precisa muito de uma gestão técnica. Esse é um ponto. Considerando os países da América do Sul, eu acho que temos uma gestão bem técnica, mas ainda existem algumas influências políticas. E veja que é notório que quando há a intervenção política, há o desequilíbrio. É preciso ter decisões técnicas. Eu diria que a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) e o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) são constituídos de grupos muito técnicos. Isso é muito bom. Mas, se apontasse algo que deveria mudar, seria tirar a questão política do negócio. O setor depende de uma gestão eficiente, séria, de uma visão de longo prazo.
Empresas & Negócios - Há comentários sobre a possibilidade da Camargo Corrêa desfazer-se das ações que possui na CPFL Energia, controladora da RGE. Isso reflete na operação da concessionária gaúcha?
Sartori - Não afeta. Na verdade, a empresa (CPFL Energia) é de capital aberto e não há fato nenhum em relação a isso. A gente vem recuperando as ações do grupo. O setor elétrico, como um todo, sofreu com a questão do aumento da energia e isso, de certa forma, afetou as ações de todas as empresas do segmento. Mas, a gente vem se recuperando e temos uma gestão financeira forte.
 
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO