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Agronegócios

- Publicada em 22 de Dezembro de 2015 às 17:18

Mais da metade dos municípios têm agropecuária como principal atividade

Segundo a Confederação Nacional da Agricultura, a atividade deverá crescer 2,4% neste ano

Segundo a Confederação Nacional da Agricultura, a atividade deverá crescer 2,4% neste ano


FREDY VIEIRA/JC
Mais da metade dos municípios brasileiros tem na atividade agropecuária sua principal atividade econômica privada, mostra a pesquisa Produto Interno Bruto dos Municípios (2010-2013), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Mais da metade dos municípios brasileiros tem na atividade agropecuária sua principal atividade econômica privada, mostra a pesquisa Produto Interno Bruto dos Municípios (2010-2013), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Dos 5.570 municípios do País, 3.191 têm a agropecuária como atividade econômica predominante em 2013, o que representa 57,3% do total, segundo a pesquisa. Esse percentual era um pouco maior (62%) em 2010. Como pretendia medir a atividade privada da economia, o IBGE desconsiderou nesses cálculos administração pública (saúde, educação e seguridade social).
O município baiano de São Desidério foi novamente o campeão do PIB da agropecuária, com valor adicionado bruto ao setor de R$ 1,3 bilhão em 2013. O município é o maior produtor de algodão herbáceo do País. Logo atrás aparece Rio Verde (GO), com valor adicionado de R$ 1,06 bilhão em 2013. O município é um grande produtor de soja, milho aves, suínos e bovinos. Sua população é de 207.296 habitantes.
A riqueza que o campo gerou em Rio Verde tem sido razoavelmente bem aproveitado. O índice de desenvolvimento humano da Firjan é de 0,829 no município, considerado alto. Um município da lista que chamou atenção foi Manacapuru (AM), perto de Manaus, região que não é considerada uma fronteira agrícola. O município apareceu em 14º lugar, com R$ 621,8 milhões. O motivo seria o plantio de mandioca. De acordo com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o cenário de recessão pela qual passa o Brasil resultou em um aumento da participação do setor agropecuário no PIB. Balanço feito pela entidade mostra que a participação do setor no PIB passou de 21,4% registrados em 2014, para uma projeção de 23% em 2015.
Segundo a CNA, a agropecuária brasileira deverá crescer 2,4% em 2015, apesar de a agricultura não apresentar crescimento e de o agronegócio registrar retração de 0,6% no ano. O resultado se deve principalmente ao fraco desempenho das agroindústrias e dos serviços no setor. A retração que está se consolidando para a agroindústria foi influenciada pela queda de 0,38% na pecuária registrada até o mês de julho. Também puxado pela pecuária, o setor de serviços recuou 0,16%.
Segundo a entidade, os setores de insumos e produção primária deverão apresentar resultados positivos neste ano. No caso dos insumos, o crescimento se deve sobretudo ao aumento do preço dos produtos, ao longo do ano, e a valorização do dólar. O setor primário apresentará crescimento devido ao aumento da produção de soja, milho, trigo e à alta do preço da arroba de boi.
Entre as 17 culturas acompanhadas pela CNA, as atividades que deverão ampliar o faturamento em 2015 são as de cebola (116%), de batata (16%), de laranja (9%), de café (4%), de cana-de-açúcar (1%) e de fumo (1%). De acordo com a entidade, desses produtos, apenas café e batata tiveram aumento em decorrência da altada cotação (7% e 19%, respectivamente). Os demais apresentam tendência de retração no faturamento deste ano.
"Nós, produtores, não só aumentamos a produção em mais de 8 milhões de toneladas, como também, conseguimos abastecer satisfatoriamente o mercado interno", disse o presidente da CNA, João Martins. Segundo ele, em 40 anos, a produção de grãos e fibras no País cresceu 325%. A Conab espera colheita de 210 milhões de toneladas de grãos na safra 2014/2015, volume 8,2% maior, se comparado ao da safra anterior.

Pecuária deve faturar mais 5%


O faturamento da pecuária deve crescer 5% em 2015, em parte, por causa da alta de 15% em seus preços e também pela queda de 9% na produção. O resultado sofreu grande influência da baixa oferta de animais, informou a CNA.
Leite, ovos e produtos suínos também devem fechar o ano com retração: a cadeia leiteira, com queda de 12% no faturamento e os ovos, com redução de 5% nos preços (apesar da alta de 3% na produção). No setor de suínos, o faturamento deverá cair 1%, na comparação com 2014. O resultado vem acompanhado de queda de 7% nos preços e de crescimento de 6% na produção.
Para a CNA, a maioria dos resultados negativos em 2015, na comparação com o ano anterior, está relacionada ao ritmo lento da economia do país e seus reflexos na renda dos consumidores. “As recentes quedas de confiança dos empresários e dos consumidores refletem na redução do consumo e de investimentos, e impactam diretamente no setor agropecuário.”
Segundo a CNA, em 2016, o Valor Bruto da Produção (VBP) da agropecuária deverá ser R$ 529,9 bilhões, resultado que equivalerá a um aumento de 2,7% em comparação com as estimativas para 2015.
Outro ponto destacado pela CNA é que, enquanto os outros setores da economia fecharam 900 mil vagas de emprego, a agropecuária assegurou um saldo positivo de 75 mil vagas de janeiro a outubro. “Isso mostra a importância do setor tanto no aspecto econômico como social do país”, disse o superintendente técnico da CNA, Bruno Lucchi.5 todos os embargos à carne do país no mundo
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O Brasil conseguiu, em 2015, derrubar 100% dos embargos à carne bovina brasileira no mundo, impostos por vários países em 2012 depois de um caso atípico da doença encefalopatia espongiforme bovina, conhecida como mal da vaca louca. A informação foi divulgada nesta terça (15) pela ministra da Agricultura, Kátia Abreu, durante coletiva de apresentação do balanço das ações do ministério em 2015. As informações são da Agência Brasil.
Neste ano, o Brasil reabriu os mercados da China, Argentina, do Iraque, Irã, Japão e da Arábia Saudita e conquistou pela primeira vez a Coreia do Norte, os Estados Unidos e Mianmar. Além disso, ampliou o comércio de carne bovina com a Rússia. Segundo Kátia Abreu, com essas medidas, as exportações brasileiras do agronegócio têm potencial de aumentar US$ 1,9 bilhão ao ano, o que representa 11,3% do total das exportações do agronegócio.
Além da abertura de mercados, a ministra destaca também, como avanços este ano, a modernização do Ministério da Agricultura em termos de processos, eficiência, economia e deslocamento de recursos para a área-fim e os avanços na defesa agropecuária. "Os recursos da defesa agropecuária não foram contingenciados e o orçamento ampliado em quase 30% para defesa no ano que vem. Isso não tem preço para um país de clima tropical, onde as pragas e doenças se proliferam por minuto", disse.
A meta do ministério é ampliar em 2,3% a participação do Brasil em todo o comércio exterior, saltando de 7,7% (equivalente a US$ 68,4 bilhões) para 10%. Para isso, continuará investindo em negociações com os 22 principais mercados internacionais que, juntos, representam 75% da atividade comercial mundial.
Para 2016, uma das prioridades do ministério é ampliar as parcerias para a pesquisa e inovação, para criar uma aliança nacional visando à inovação no setor. "Queremos buscar recursos para dar independência aos pesquisadores. Não estamos dispensando recursos públicos, mas queremos mais que isso. Queremos instrumentos como a empresa que será criada, subsidiária da Embrapa, para fazer negócios com as empresas daquilo que for pesquisado, para reverter para a própria pesquisa", disse a ministra.
A ministra ressaltou ainda a importância da aprovação, em 2016, da Lei Agrícola Brasileira. "O cronograma é enviar para o Congresso Nacional até o mês de agosto. Será uma lei plurianual que vai fazer com que o Brasil seja reconhecido como um país profissional da agricultura", disse.
/NB/EC/omc / subsídios / agrícolas
NAIRÓBI e BRASÍLIA, 19 (AG) - Os países membros da Organização Mundial do Comércio (OMC) chegaram neste sábado a um acordo em Nairóbi, no Quênia, para eliminar os subsídios diretos à exportação de produtos agrícolas. O fim dos subsídios era uma demanda antiga de países em desenvolvimento, que também se comprometeram a acabar com esse tipo de apoio a seus produtores agrícolas, porém num prazo mais longo, até 2018. E poderão contar com algumas ações até 2023.
Os países desenvolvidos, por sua vez, aceitaram eliminar os subsídios imediatamente, segundo a declaração final do encontro ministerial da OMC que terminou hoje em Nairóbi. A reunião da OMC se estendeu por 24 horas além do prazo inicialmente previsto, para que os países pudessem chegar a um acordo.
- A decisão tomada hoje é verdadeiramente extraordinária - afirmou o diretor-geral da OMC, o brasileiro Roberto Azevêdo - É a conquista mais significante da OMC na agricultura.
Os países em desenvolvimento ainda poderão usar um mecanismo de salvaguarda que lhes permite elevar as tarifas temporariamente, em caso de aumento súbito nas importações ou de queda repentina nos preços. E um grupo de países mais pobres poderá se beneficiar de condições preferenciais de acesso a mercado para seus produtos agrícolas.
O governo brasileiro comemorou o resultado. Segundo o Ministério das Relações Exteriores, os resultados da conferência da OMC "permitiram dar um passo importante na liberalização do comércio internacional de produtos agrícolas" e "comprovam a capacidade da OMC em alcançar resultados relevantes num contexto multilateral e não discriminatório, quando há efetivo engajamento de seus membros".
Os subsídios a exportações agrícolas travavam as negociações multilaterais há 15 anos. Não houve consenso, porém, sobre outros temas da Rodada de Doha, que foi lançada pela OMC em 2001 e até hoje não foi concluída. E a reunião em Nairóbi não conseguiu alcançar a adesão de dois terços dos membros necessária para ratificar o Acordo de Facilitação de Comércio, lançado em Bali há dois anos com o objetivo de agilizar procedimentos alfandegários e que teria potencial de elevar o comércio global em US$ 1 trilhão por ano.