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Política

- Publicada em 30 de Novembro de 2015 às 22:21

Jardel é afastado do mandato por 180 dias

Mário Jardel contratou esposa de um traficante em troca de fornecimento de droga, diz MP

Mário Jardel contratou esposa de um traficante em troca de fornecimento de droga, diz MP


ANTONIO PAZ/JC
Fernanda Nascimento
O deputado estadual Mário Jardel (PSD) foi afastado do mandato por 180 dias, sob acusação de lavagem de dinheiro, peculato, concussão, falsidade documental e organização criminosa. A denúncia aconteceu ontem, após o Ministério Público (MP) deflagrar a Operação Gol Contra. Conforme o MP, diante da gravidade dos fatos o parlamentar poderia ter sido preso e só não foi detido por possuir foro privilegiado.
O deputado estadual Mário Jardel (PSD) foi afastado do mandato por 180 dias, sob acusação de lavagem de dinheiro, peculato, concussão, falsidade documental e organização criminosa. A denúncia aconteceu ontem, após o Ministério Público (MP) deflagrar a Operação Gol Contra. Conforme o MP, diante da gravidade dos fatos o parlamentar poderia ter sido preso e só não foi detido por possuir foro privilegiado.
Jardel é acusado de desviar recursos públicos através de várias ações criminosas. O parlamentar exigia o repasse de, no mínimo, R$ 3 mil de cada funcionário com cargo em comissão (CC). Um dos destinos destes recursos era o pagamento do aluguel da residência onde moram a casa e o irmão do parlamentar. O deputado também teria contratado funcionários fantasmas, incluindo a esposa de um traficante, como forma de pagamento pelas drogas adquiridas. Uso ilegal de diárias de viagens e indenizações irregulares também constam na lista de ilicitudes.
O chefe do Ministério Público, procurador Marcelo Dornelles, afirmou que as investigações demonstram “o exagerado apego do deputado estadual Mário Jardel a toda e qualquer possibilidade de lucrar às custas dos servidores comissionados e, de modo indireto, ao erário”. Além de Jardel, também foram cumpridos mandatos na residência de familiares do deputado e dos assessores Roger Antônio Foresta, Ana Bela Menezes, Flávia Nascimento Feitosa. Foresta e o assessor Christian Miller também são investigados.
O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Edson Brum (PMDB), encaminhou as informações recebidas para a procuradoria geral do Parlamento e para a Comissão de Ética. Hoje, durante a reunião de líderes da Assembleia Legislativa, será definido o encaminhamento dado à determinação de afastamento de Jardel. Ainda não há uma decisão se ele continua recebendo subsídio neste período ou terá o benefício cortado. “Estamos colaborando com o que é necessário. A Assembleia Legislativa sai mais transparente deste processo”, afirmou.
O suplente de Jardel é Tarciso Flecha Negra. Vereador em segundo mandato na Câmara de Vereadores, há uma dúvida se ele assumiria o cargo de deputado estadual imediatamente, já que precisaria renunciar do cargo de vereador sem ter a garantia de que Jardel será afastado em definitivo. Questionado sobre seu futuro, Tarciso disse não poder falar sobre o tema. “Tudo o que sei, sei por vocês (imprensa). Se vou ou se fico, só penso depois que for informado do que está acontecendo”. O segundo suplente da coligação Rio Grande Unido Pode Mais (PSD, PHS, PTdoB, PSDC e PSL) é Eduardo Oliveira, secretário de Modernização Administrativa e dos Recursos Humanos do Estado. O presidente do PSD, o vice-governador José Paulo Cairoli, afirmou em nota que convocará uma reunião de emergência para “avaliar os fatos e tomar as medidas cabíveis”.
Desde o começo do mandato, em fevereiro, Jardel já foi protagonista de alguns episódios na Assembleia Legislativa. Dois meses após assumir, exonerou 17 dos 21 funcionários do gabinete. À época, a motivação do afastamento foi a “ausência de ingerência” do parlamentar sobre o gabinete, que teria sido formado exclusivamente por indicação do partido. O episódio resultou no rompimento público do deputado federal Danrlei (PSD), padrinho político de Jardel, com o parlamentar estadual. Na votação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), Jardel foi notícia por ter tido um dos votos decisivos para a aprovação das alíquotas. Em outubro, o deputado foi barrado pela Polícia Federal ao voltar de uma viagem internacional com mercadorias ilegais, como 10 quilos de bacalhau. A passagem pela Assembleia também inclui a ausência da apresentação de projetos e discursos na tribuna.
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