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Política

- Publicada em 25 de Novembro de 2015 às 17:38

Corrupção é sistêmica no Brasil, diz procurador

Deltan Dallagnol criticou inoperância do Executivo e do Legislativo

Deltan Dallagnol criticou inoperância do Executivo e do Legislativo


EVARISTO SA/AFP/JC
O procurador da República Deltan Dallagnol, do Ministério Público Federal do Paraná, que atua nas investigações da Operação Lava Jato, voltou a afirmar que a corrupção no Brasil é "sistêmica", não é "ônus" de um partido ou de um governo, e defendeu a proposição de projeto de lei popular para implementar dez medidas contra crimes de colarinho branco, uma campanha encampada pelas procuradorias. Dallagnol também aproveitou para criticar o desmembramento das investigações da Lava Jato.
O procurador da República Deltan Dallagnol, do Ministério Público Federal do Paraná, que atua nas investigações da Operação Lava Jato, voltou a afirmar que a corrupção no Brasil é "sistêmica", não é "ônus" de um partido ou de um governo, e defendeu a proposição de projeto de lei popular para implementar dez medidas contra crimes de colarinho branco, uma campanha encampada pelas procuradorias. Dallagnol também aproveitou para criticar o desmembramento das investigações da Lava Jato.
"A corrupção no Brasil não é Petrobras, é sistêmica. Não é ônus de um partido ou de um governo. A corrupção vem de longa data", disse Dallagnol, em palestra a uma plateia formada em sua maioria por universitários na Fundação Getulio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro.
O procurador citou registros históricos feitos pelo Padre Antônio Vieira, escândalos do governo Getúlio Vargas e casos apurados nos anos 1990 como provas da antiguidade da corrupção no País. "A corrupção aconteceu em todo o período da ditadura (militar)", afirmou Dallagnol, citando o ex-governador Adhemar de Barros.
Ao fazer a defesa das dez medidas propostas pelo Ministério Público, Dallagnol criticou a inoperância do Executivo e do Legislativo para mudar leis e regras para tornar o combate à corrupção mais efetivo. Para o procurador, a Lava Jato não mudará o País, apesar da expectativa criada em torno de cada nova fase da operação.
"Já não sabemos o suficiente? O que foi feito para mudar isso? Nada. Pelo contrário, surgiram propostas de fechar a CGU (Controladoria-Geral da União) e do projeto de repatriação de recursos do exterior", disse Dallagnol.
Dallagnol pediu à plateia que assinasse o abaixo-assinado pela proposição do projeto sobre as dez medidas (que incluem aumento de penas, campanha de conscientização e criação de instrumentos para recuperação de dinheiro) e exortou todos a serem ativos no intuito de combater a corrupção. Para isso, ele ressaltou que o problema afeta a todos, desviando dos cofres públicos R$ 200 bilhões ao ano e gerando ineficiência econômica.
A crítica ao desmembramento da Lava Jato, como foi decidido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em relação à fase da operação que investiga o pagamento de propina na obra de construção da usina nuclear Angra 3, tocada pela estatal Eletronuclear, foi feita após Dallagnol detalhar algumas das técnicas de investigação, como o cruzamento de enorme quantidade de dados com uso de softwares. "Quando você tira um pedaço da investigação, é como se tirasse um pedaço de um quebra-cabeça. É difícil de entender", afirmou Dallagnol.
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