Os deputados estaduais aprovaram as alterações no Fundo de Fomento Automotivo (Fomentar), que resultarão em uma antecipação de cerca de R$ 300 milhões que a General Motors deve ao Estado - o prazo original era de quitação em 25 anos. Para emplacar a proposta, o Executivo argumentou que precisa dos recursos para pagar o 13º salário do funcionalismo estadual. A oposição considerou a proposta onerosa para o Estado e a instituição de uma política de “favorecer quem pode mais, pagar menos”, nas palavras do deputado Adão Villaverde (PT).
De acordo com o projeto, a empresa terá desconto de 17,75%, acrescido de 3,5% da taxa Selic, para que faça a antecipação dos valores que deve devolver ao Estado, por ter recebido incentivos fiscais através do Fomentar. Diferentemente de outros projetos polêmicos, como o aumento das alíquotas do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), a base do governo defendeu de forma veemente a matéria, o que fez a discussão entre situação e oposição se arrastar com mais de três horas.
De acordo com a base do governador José Ivo Sartori (PMDB), o governo poderia ter alterado a legislação através de decreto, mas enviou a matéria ao Legislativo por uma questão de “transparência”. “Esse projeto demonstra a transparência do governo, que mandou este projeto para a Assembleia votar”, defendeu Postal. Frederico Antunes (PP) disse que o governo enviou a matéria em decorrência da difícil situação financeira deixada pela gestão do ex-governador Tarso Genro (PT). “Talvez o valor não precisasse ser tão grande, se o PT não tivesse deixado um rombo nas contas públicas”, disse.
Para Pedro Ruas (P-Sol) o projeto “estabelece um grau de renúncia enorme”. “É uma perda brutal para o Estado, o que é inaceitável para um governo que se diz preocupado com o futuro”, declarou. Juliano Roso (PCdoB) disse que votaria a favor do texto “caso o governo apresentasse um projeto de desenvolvimento para o Estado, além do envio de projetos desta natureza”. Mesmo com a grande discussão, a aprovação aconteceu com larga vantagem, com 35 votos favoráveis e 15 contrários. O texto segue para a sanção do governador.