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Opinião

- Publicada em 27 de Novembro de 2015 às 17:49

Estado é um náufrago sem uma boia financeira

Chegamos, no Rio Grande do Sul, ao limite do endividamento. Mesmo com a economia de R$ 1 bilhão em 2015, repetiu-se a dúvida, até o último momento, se o Tesouro depositaria todo o valor para pagar o mês de novembro da folha salarial do funcionalismo.
Chegamos, no Rio Grande do Sul, ao limite do endividamento. Mesmo com a economia de R$ 1 bilhão em 2015, repetiu-se a dúvida, até o último momento, se o Tesouro depositaria todo o valor para pagar o mês de novembro da folha salarial do funcionalismo.
O governador José Ivo Sartori (PMDB) afirmou que os servidores públicos deveriam dar graças a Deus por terem estabilidade. Comparou-os com a iniciativa privada, na qual as demissões são uma rotina há meses.
Sabe-se que nenhum ramo do conhecimento humano possui mais palpiteiro do que o das finanças. Por isso, o leigo possui a solução para todos os problemas da área.
É normal e até saudável que a população discuta os problemas financeiros e opine a respeito. Mas, muitas vezes, a resposta aos problemas não é tão simples quanto parece. Nós, brasileiros, temos soluções para todos os problemas, desde que não nos atinjam, principalmente no bolso, a parte do corpo que mais dói.
As dificuldades do Tesouro Nacional, tudo indica, são bem piores aqui no Estado. Por isso, precisamos implantar uma sistemática de educação financeira para que, não amanhã ou depois, mas em um futuro razoável, consigamos praticar algo elementar: gastar o que é arrecadado. Só assim, após atingir certa estabilidade, será possível acelerar os invesimentos e girar a roda da economia.
Aí, teremos mais empregos e, com eles, mais segurança social, nivelando as pessoas em patamares de acordo, não em classes, nas quais, como é tradição no País, os pobres sofrem mais, pagam mais e não veem, passando de pais para filhos, de avôs para netos, uma sensível melhoria de vida como desejam.
Tivemos o odioso parcelamento dos vencimentos do funcionalismo e o atraso do pagamento da vultosa parcela de mais de R$ 200 milhões da prestação mensal para a União, além de fornecedores e atingindo a sensível área da saúde pública, bem como as entidades filantrópicas e a própria segurança.
O governo atual lançou um programa de 100 metas, o qual, logo em seguida, foi criticado pela oposição, fazendo trocadilho com um governo "sem metas". No entanto, sem dinheiro, o que adianta anunciar metas se as eventuais promessas não serão cumpridas.
Por isso, precisamos mudar o rumo das finanças públicas no Estado, não aceitando mais que retirar dinheiro de outras fontes que não as estipuladas em lei, sejam consideradas como recursos disponíveis. Mesmo sabendo que, adiante, o dinheiro terá que ser devolvido com juros e correção monetária, faz-se uso dele sem parcimônia.
Mas, no momento em que se passa por uma crise econômica internacional, é fundamental voltarmos à contagem do que se arrecada e do que se gasta, equilibrando ambos os valores.
Com a antecipação de R$ 302 milhões de receita pagos pela poderosa General Motors de Gravataí, o Tesouro tenta aliviar a situação do funcionalismo e respirar por mais um mês.
É profundamente lamentável que o Estado fique de joelhos, sem poder agir como deveria. Porém, os mais velhos devem se lembrar de secretários da Fazenda que alertavam, há mais de 30 anos, que a situação não estava boa.
De lá até esta data, apenas piorou. E não podemos esquecer, no caso das finanças públicas, que o interesse de poucos traz enganos e desilusões para muitos.
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