Pais obrigados a participar da escola?

Um projeto de lei do respeitado senador Cristóvão Buarque (PDT) tramita no Senado e traz à discussão da sociedade a obrigação de pais participarem da escola de seus filhos com a possibilidade de punições. Acho válido o projeto de lei para provocar a discussão do assunto, sem entrar mais profundamente no mérito.

O senador, faz uma provocação educativa à sociedade, especialmente aos pais, dizendo: não sejam omissos participem da escola de seus filhos, isso é positivo para a educação deles, não deem só aos professores a tarefa de educar.

No nosso Estado, os pais em 1984 fundaram a Federação das Associações e Círculos de Pais e Mestres do RS/ACPM-Federação, e levaram proposta em 1989 na Constituinte Estadual e nas Leis Orgânicas Municipais, que consignou no art. 212 a livre participação associativa dos pais nas escolas, para ajudar no processo de educação.

Em 1987/1990, o governador Pedro Simon (PMDB) iniciou o repasse de verbas aos CPMs como forma de parceria público/privada, uma vez que até então somente os pais contribuíam com a escola, era uma maneira do poder público dizer aos pais que participassem da escola de seus filhos não só para ajudar financeiramente, mas para se envolver no processo da educação.

Estudos realizados em universidades demonstraram que quando os pais participam de atividades dos CPMs/APMs em escolas públicas e privadas, o rendimento escolar dos seus filhos é 73,8% superior aos dos filhos dos pais que não participam. Somente esses dados seriam suficientes para estimular os governos e dirigentes escolares a promoverem a organização dos pais, mas contrariamente a essa lógica, por questões ideológicas ou medo, tentam tirar esse espaço.

Os pais precisam ser vistos como vitais para o crescimento da educação que é feita na família e escola. Pais não sejam omissos, participem e lutem pelo futuro de seus filhos, não esperem uma lei para obrigá-los a participar da escola!