Não será a curto prazo que os fabricantes de bens de capital mecânicos sentirão a retomada das encomendas. Esta foi uma das conclusões a que chegaram os associados da Abimaq-RS, na reunião de avaliação das perspectivas do setor promovida pela entidade, em sua sede regional, em Porto Alegre, com a presença, também, na condição de painelista, do presidente da Fundação de Economia e Estatística (FEE), economista Igor Morais.
A continuidade do quadro recessivo enfrentado pela indústria de máquinas e equipamentos decorre da retração dos investimentos na implantação e expansão do parque produtivo nacional no atual contexto de queda do PIB e, principalmente, em função das incertezas políticas derivadas da falta de entendimento entre os poderes Executivo e Legislativo. O consenso dos participantes do encontro é de que, mesmo que se chegue a um amplo acordo nacional rapidamente e que dele resultem as medidas de ajuste fiscal, propiciando a volta do crescimento da economia, as compras de bens de capital somente acontecerão numa etapa posterior. O cenário indica que em 2016 continuaremos em recessão. Isto porque o empresariado, num primeiro momento, tratará de priorizar a ocupação da capacidade instalada de produção, que hoje registra elevadas taxas de ociosidade, para só então começar a pensar em investimentos novos. Impõe-se, portanto, que as autoridades adotem medidas imediatas que assegurem a sobrevivência do que ainda resta da indústria nacional de bens de capital mecânicos nesta crítica travessia.
Vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq-RS)