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Opinião

- Publicada em 19 de Novembro de 2015 às 17:50

Na Argentina e no Brasil, a economia decide eleição

O único debate da campanha presidencial da Argentina para um inédito segundo turno, que ocorrerá neste domingo, 22 de novembro, foi marcado por ataques e contra-ataques entre os candidatos Daniel Scioli, do governo, e Maurício Macri, da oposição. Até agora, o candidato Maurício Macri leva vantagem e, segundo os melhores analistas políticos, deverá vencer o pleito, tal o desgaste da presidente Cristina Kirchner. No último domingo, a audiência da TV argentina superou os 53 pontos, apenas dois pontos abaixo da final da Copa do Mundo entre Argentina e Alemanha. O país ficou hipnotizado pelas palavras de ambos os candidatos.
O único debate da campanha presidencial da Argentina para um inédito segundo turno, que ocorrerá neste domingo, 22 de novembro, foi marcado por ataques e contra-ataques entre os candidatos Daniel Scioli, do governo, e Maurício Macri, da oposição. Até agora, o candidato Maurício Macri leva vantagem e, segundo os melhores analistas políticos, deverá vencer o pleito, tal o desgaste da presidente Cristina Kirchner. No último domingo, a audiência da TV argentina superou os 53 pontos, apenas dois pontos abaixo da final da Copa do Mundo entre Argentina e Alemanha. O país ficou hipnotizado pelas palavras de ambos os candidatos.
Alfonso Prat Gay, um economista heterodoxo, está cotado para ocupar um cargo estratégico, o Ministério da Economia, caso seja confirmada a vitória de Mauricio Macri. Mas o cenário socioeconômico não é nada bom na Argentina.
A publicação Latin Focus reportou 16 previsões que, em média, preveem uma recessão de 0,3% para 2016. As estimativas oscilam entre o extremo dos otimistas, com 1,5% de crescimento em 2016, e o dos pessimistas, com 2% de queda. A média é de uma queda de 0,3%.
Então, em Buenos Aires como em Brasília, poder-se-ia afirmar que "é a economia que decide uma eleição", para aqueles que não entendem como acabou o encantamento com a família Kirchner, o falecido presidente Néstor Kirchner, e a sua viúva, Cristina Kirchner, após o "milagre" que ocorreu, entre 2003 e 2013, o chamado "kirchnerismo".
As exportações estão estancadas, de US$ 61,3 bilhões previstos neste ano para US$ 62,1 bilhões em 2016. A projeção é que o câmbio oficial, que estava em 9,60 pesos por dólar, termine o ano a 10,28 pesos.Para 2016, os bancos de investimento estimam, em média, um dólar a 14,15 pesos. Ou seja, o preço da divisa subiria 37,6%. Sobre a inflação, o índice do Indec, órgão equivalente argentino ao nosso IBGE, prevê que a oficial será de 16,6% neste ano e de 26,2% em 2016.
O atual ministro da Economia, Axel Kiccillof, chegou ao cargo querendo reescrever a teoria econômica e deixa a pasta com números ainda piores que encontrou. Há dois anos no posto, sairá do cargo no dia 10 de dezembro, junto com a presidente Cristina Kirchner, tudo indica. Todos dizem que ele conduziu, sem dúvida, a pior gestão econômica dos 12 anos de governo kirchnerista, entre 2003 e 2015. Cristina Kirchner terminará seu segundo mandato quase sem crescimento. Apoiou Axel Kiccilof o mais que pode, algo comparável ao apoio dado por Dilma Rousseff (PT) a Joaquim Levy, apesar das pressões do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que disse que Levy "tinha prazo de validade", uma intromissão para lá de indevida. A pesada herança de Axel Kiccilof mostra bem que as reservas do Banco Central argentino caíram US$ 5,411 bilhões. A queda se aprofunda para US$ 18,164 bilhões se for subtraída a ajuda dos yuans chineses. O superávit comercial, que era de US$ 4,328 bilhões quando Kiccillof assumiu, hoje se transformou em déficit de US$ 1,716 bilhão.
A atividade industrial caiu 6,9%. O câmbio oficial saltou de 6,01 pesos para 9,57 pesos, diferença entre o oficial e o paralelo de 63%. O déficit fiscal primário foi de 2,3 para 5,6 pontos do PIB. A taxa de juros saltou de 15,2% para 26%, e o desemprego subiu de 6,3% para 9,8%. Finalmente, a inflação manteve-se entre 26,4% e 24% ao ano. Pode-se afirmar que, vitorioso, Macri herdará a economia da Argentina em frangalhos. Lá, como no Brasil.
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