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Opinião

- Publicada em 09 de Novembro de 2015 às 17:44

A insípida defesa do presidente da Câmara Federal

Triste sina a de um País no qual tantas pessoas que deveriam ser exemplos de atitudes corretas acabam no noticiário com denúncias sobre falcatruas. Pois é exatamente isso o que estamos lendo, ouvindo e assistindo em um Brasil que precisa de organização, disciplina, trabalho, investimentos, educação, saúde básica e segurança e sente tudo sendo postergado a cada mês, durante todo um ano, dando espaço à crise.
Triste sina a de um País no qual tantas pessoas que deveriam ser exemplos de atitudes corretas acabam no noticiário com denúncias sobre falcatruas. Pois é exatamente isso o que estamos lendo, ouvindo e assistindo em um Brasil que precisa de organização, disciplina, trabalho, investimentos, educação, saúde básica e segurança e sente tudo sendo postergado a cada mês, durante todo um ano, dando espaço à crise.
Sabemos que há vícios contrários e opostos, mas não virtudes adversas e incompatíveis. O atual presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), tem uma capacidade de sofismar sobre denúncias, o que demostra a sua total alienação perante a opinião pública ou algum tipo de transtorno psíquico, tal a desfaçatez com que tenta ludibriar com argumentos estapafúrdios os fatos apresentados pelos Ministérios Públicos da Suíça e do Brasil. Se antes negou ter contas na Suíça, agora admite que participava de um fundo de aplicações, mas sobre o qual não tinha qualquer ingerência. Entretanto, ele era o usufrutuário... Convenhamos, é de uma desfaçatez ridícula. Diz que foi dinheiro ganho no exterior e que lá sempre ficou. Mas, segundo as nossas leis, teria que declarar aqui, pois o valor é alto.
Interessante é como apenas alguns círculos do poder têm tão facilitadas condições de gerir fortunas em outros países. Aos assalariados, aos pequenos e grandes empresários, comerciantes e industriais que cumprem as suas obrigações, o sonho máximo é ter uma boa moradia, casa na praia ou sítio de veraneio, viagens e proporcionar aos filhos uma educação primorosa. Também é de se estranhar como os órgãos fiscalizadores do Banco Central e da Receita Federal - que facilmente acompanham e punem os assalariados de todos os matizes, sejam particulares ou dos serviço públicos - não enxergam, por anos, os fortes indícios de ostentação bem acima do que percebem os que deveriam estar sob vigilância legal, conforme prevê a legislação.
Caberá ao Conselho de Ética considerar Eduardo Cunha culpado por falta de decoro parlamentar, ou inocentá-lo. Se culpá-lo, o plenário da Câmara poderá afastá-lo da presidência e do mandato. Se inocentá-lo, seus pares é que serão julgados pela opinião pública.
Claro, até o julgamento no Conselho e votação no plenário, Eduardo Cunha tem a presunção da inocência. Não adianta usar notícias de revista como prova. E parlamentar que não mentiu oficialmente, então, não quebrou o decoro. Brandindo a ameaça quase comum em casos semelhantes, Eduardo Cunha promete denunciar ao menos 150 deputados na mesma situação que ele. Esse foi um recado para garantir que não será cassado, pois, do contrário, "todos irão para o inferno juntos". Mesmo com 100% dos dedos brasileiros apontados contra ele, Eduardo Cunha teima em não ver qualquer deslize nestas contas, lançando a dúvida, mesmo em relação a depósitos feitos em nome da sua mulher.
Há pessoas que, antes, descontentes com uma posição de insignificância, ainda que honesta, se jogam em intrigas e crimes para alcançar uma celebridade, mesmo que infame. A fala do parlamentar tem uma passividade em que as palavras, ainda que formais, parecem demonstrar que ele acredita que o crime compensa.
Eduardo Cunha precisa construir uma narrativa capaz de servir de pretexto para ser absolvido por 12 dos 21 membros do Conselho de Ética. Acha que construiu a melhor narrativa possível, a que estava ao alcance da sua imaginação. Porém, não convenceu a opinião dos brasileiros, nem de correligionários. Esperemos o veredito.
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