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Opinião

- Publicada em 04 de Novembro de 2015 às 15:57

Belo Monte não é capricho, mas necessária?

O editorial da edição de 04/11/2015 do Jornal do Comércio sobre a usina de Belo Monte, terceira em capacidade de geração energética do mundo afirma que em breve ela entrará em operação. É um bom momento para refletir sobre o Brasil.
O editorial da edição de 04/11/2015 do Jornal do Comércio sobre a usina de Belo Monte, terceira em capacidade de geração energética do mundo afirma que em breve ela entrará em operação. É um bom momento para refletir sobre o Brasil.
Se hoje nos encontramos em crise econômica, social e ambiental, em grande parte, deve-se a um País governado sem estratégia voltada para o triunfo da nação. Quem tem interesse na energia de Belo Monte? Por favor, não há centros consumidores que possam demandá-la a menos de 2 mil quilômetros. Portanto, alegar que a energia pode atender 20 milhões de pessoas/ano é argumento frágil, pois, tampouco existem linhas de transmissão para transportá-la.
Correto, a energia gerada por usinas hidrelétricas é barata, mas grandes hidrelétricas não são a melhor opção. As dimensões colossais (o lago de Belo Monte equivale à metade da área do antigo estado da Guanabara), causam danos ecológicos de larga escala, que vão desde o aspecto geoclimático até o social e econômico, passando por devastadora destruição no reino vegetal e animal.
Tamanha canibalização da natureza e sacrifício humano, deve compensar algum interesse. O mapeamento geológico daquela região Amazônica indica riqueza em minérios, bauxita, cassiterita e ferro, entre outros. Ora, transformá-los em metais, na ordem, alumínio, estanho e aço, demanda imenso consumo de energia. Em paralelo, migrarão para a região madeireiras, que, por sua vez, precisam de força motriz para transformar a floresta em madeira beneficiada. Mais uma vez participará o Brasil como coadjuvante obediente a objetivos alienígenas, mesmo que isso ponha abaixo nossas florestas, altere o fluxo e vida dos rios e gere uma população de miseráveis vivendo em favelas travestidas de cidades. Engana-me que eu gosto.
Engenheiro e ecólogo
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