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Terrorismo

- Publicada em 19 de Novembro de 2015 às 15:31

Mentor de ataques é morto em Paris

Uma semana após ataques vitimarem 129 pessoas, Abdelhamid Abaaoud foi morto

Uma semana após ataques vitimarem 129 pessoas, Abdelhamid Abaaoud foi morto


KENZO TRIBOUILLARD/AFP/JC
Seis dias depois dos atentados que deixaram 129 mortos e 368 feridos em Paris, o homem apontado como o cérebro dos ataques, o belga-marroquino Abdelhamid Abaaoud, de 27 anos, foi morto em uma batida policial, informou nesta quinta-feira a procuradoria francesa. Fontes policiais confirmaram ainda que a prima de Abaaoud, Hasna Aitboulahcen, era a mulher que se explodiu durante a operação de caça aos suspeitos na quarta-feira.
Seis dias depois dos atentados que deixaram 129 mortos e 368 feridos em Paris, o homem apontado como o cérebro dos ataques, o belga-marroquino Abdelhamid Abaaoud, de 27 anos, foi morto em uma batida policial, informou nesta quinta-feira a procuradoria francesa. Fontes policiais confirmaram ainda que a prima de Abaaoud, Hasna Aitboulahcen, era a mulher que se explodiu durante a operação de caça aos suspeitos na quarta-feira.
A confirmação da morte do homem mais procurado após o massacre na capital francesa ocorreu no dia em que o Parlamento aprovou a prorrogação do estado de emergência por três meses, atendendo ao apelo do primeiro-ministro Manuel Valls, que alertou para o risco de atentados com "armas químicas ou bacteriológicas".
Ao menos sete suspeitos foram presos na megaoperação em Saint Denis, ao Norte de Paris, que teve uma duração de sete horas. Além de Abaaoud, a polícia também buscava o francês foragido Salah Abdeslam. Os supostos militantes islâmicos planejavam um ataque ao distrito financeiro parisiense de La Defense, segundo uma fonte próxima às investigações.
Abaaoud morava em Molenbeek, no subúrbio de Bruxelas. As autoridades francesas garantiram que ele era o mentor dos atentados, embora o procurador belga não tenha expressado firmeza sobre sua participação. Ele foi condenado a 20 anos de prisão em julho do ano passado por liderar um grupo terrorista, mas desde então estava foragido. O homem chefiava a célula do Estado Islâmico (EI) em Verviers, cidade belga que foi alvo de uma ampla incursão policial em janeiro para desmantelar o grupo, ao qual foi atribuído intenções de cometer atentados iminentes.
Acredita-se que os autores dos ataques de Paris tenham se inspirado nos ensinamentos de Abaaoud durante treinamentos nos territórios do EI na Síria, nos quais o belga chegou a inscrever seu irmão mais novo, Younès, de 13 anos, segundo o jornal El País.
Os serviços belgas de segurança identificaram Abaaoud, também conhecido como Abu Umar al-Baljiki, em um vídeo do EI em que ele era visto dirigindo um veículo da organização enquanto transportava cadáveres até uma fossa coletiva. "Toda a minha vida, vi o sangue dos muçulmanos ser derramado. Rezo para que Alá quebre as costas de seus opositores. Peço que sejam exterminados", disse o jihadista em um vídeo divulgado em 2014.
Inicialmente, acreditava-se que Abaaoud estaria na Síria, de onde teria planejado os atentados. Até a polícia interditar a rua Republiqué, em Saint Denis, para caçar Abaaoud, acreditava-se que o temido e velho conhecido das autoridades estivesse na Síria, em área ocupada pelo EI.

Presença de organizador dos atentados em Paris expõe fragilidade das fronteiras

O fato de o suposto mentor dos atentados a Paris ter sido morto na capital vai aumentar a pressão da França por reformas no espaço de livre-trânsito na Europa. O episódio é um golpe no chamado espaço de Schengen, formado por 26 países europeus que dispensam controle de passaporte entre suas fronteiras.
Nos últimos dias, antes mesmo do "caso Abaadoud", o governo francês já havia sugerido a rediscussão sobre Schengen. Agora, deve adotá-la como uma de suas bandeiras pós-ataques, apesar da resistência de potências como a Alemanha.
A fraqueza desse afrouxamento entre as fronteiras ficou exposta com a história do suspeito Salah Abdselam, que cruzou de carro com dois amigos da França para a Bélgica na manhã seguinte aos ataques do dia 13. Ele foi parado pela polícia belga, mas seguiu viagem tranquilamente para um paradeiro até agora desconhecido. Abdselam, segundo os investigadores, foi quem alugou três veículos usados nos atentados de sexta-feira passada.

Polícia belga realiza operações em bairro de origem de extremistas

Autoridades belgas realizaram uma série de buscas na região de Bruxelas nesta quinta-feira. Houve operações em Jette, Uccle e Molenbeek - este último, um bairro periférico ligado a alguns dos suspeitos do massacre de Paris. Houve uma detenção em Laeken, mas não ficou claro qual era a ligação do suspeito com os atentados terroristas da semana passada. Houve buscas específicas por pessoas possivelmente conectadas a Bilal Hadfi, que morreu ao explodir uma bomba em Paris, na sexta-feira passada.
O governo belga deve endurecer suas medidas de segurança, após ter sido estabelecido um vínculo entre diversos terroristas e este país. Charles Michel, o premiê da Bélgica, sugeriu que militantes retornando ao país sejam imediatamente enviados à prisão.
Michel destacou que deve alocar ¤ 400 milhões (R$ 1,6 bi) a mais para combater o extremismo. As medidas propostas pelo primeiro-ministro também incluem maior controle nas fronteiras e o desmantelamento de lugares de culto que funcionem às margens do governo.

Bombardeios áereos fanceses destruíram 35 alvos do EI em uma semana

As Forças Armadas da França afirmam ter destruído 35 alvos do Estado Islâmico (EI) na Síria desde os ataques terroristas há uma semana. O coronel Gilles Jaron, porta-voz militar, informou que aviões franceses jogaram 60 bombas em seis locais, todos centros de comando ou treinamento do grupo extremista. Ele afirmou ainda que os bombardeios visam enfraquecer e desorganizar o EI. Ao menos 33 membros do grupo já foram mortos.
A França, que integra uma coalizão liderada pelos Estados Unidos contra o grupo, aumentou significativamente seus ataques aéreos na Síria depois dos atentados. Na quarta-feira, o porta-aviões nuclear Charles de Gaulle partiu para a costa mediterrânea oriental, triplicando o contingente militar francês destacado no confronto contra os extremistas.