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Internacional

- Publicada em 09 de Novembro de 2015 às 15:11

Oposição acredita em vitória folgada

Suu Kyi disse que ficará 'acima do presidente'

Suu Kyi disse que ficará 'acima do presidente'


NICOLAS ASFOURI/AFP/JC
A Liga Nacional pela Democracia (LND), da líder opositora Aung San Suu Kyi, prevê que conquistará 70% das cadeiras na histórica eleição realizada no domingo - percentual que daria uma vitória avassaladora ao partido e colocaria fim a meio século de domínio militar em Mianmar. Caso o resultado seja confirmado, a LND poderia conquistar a maioria absoluta no Parlamento, apesar de uma medida reservar 25% das cadeiras aos militares, e teria condições de eleger o próximo presidente.
A Liga Nacional pela Democracia (LND), da líder opositora Aung San Suu Kyi, prevê que conquistará 70% das cadeiras na histórica eleição realizada no domingo - percentual que daria uma vitória avassaladora ao partido e colocaria fim a meio século de domínio militar em Mianmar. Caso o resultado seja confirmado, a LND poderia conquistar a maioria absoluta no Parlamento, apesar de uma medida reservar 25% das cadeiras aos militares, e teria condições de eleger o próximo presidente.
A previsão foi feita pelo porta-voz do LND, Win Htein, no dia em que a comissão eleitoral começou a divulgar os primeiros resultados. "Vencemos de lavada", afirmou Nyan Win, outro porta-voz do partido. A LND anunciou ter conquistado 44 das 45 cadeiras da região de Yangun, a capital econômica do país, na Câmara Baixa. O partido também diz ter conseguido todas as 12 cadeiras de Yangun na Câmara Alta. No total, há 498 cadeiras em disputa nas duas câmaras.
Os resultados iniciais fizeram com que os militantes celebrassem na sede do partido em Yangun, onde a opositora e vencedora do Nobel da Paz conta com forte apoio. Paralelamente ao pleito nacional, foram realizadas eleições para os Legislativos estaduais.
A vitória do partido de Suu Kyi iniciaria uma nova era no país, após décadas de poder militar. Apesar da "autodissolução" da junta em 2011, os militares permanecem no poder. Aos 70 anos, Suu Kyi, filha do general Aung San, um dos líderes da independência birmanesa, passou 15 anos em prisão domiciliar e representa há três décadas o desejo de democracia da população.
Os ex-generais no poder, que se apresentam como reformistas, prometeram respeitar o resultado das urnas. No entanto, o clima ficou tenso antes das eleições com a detenção de líderes estudantis, a impossibilidade do direito ao voto de milhares de muçulmanos e a anulação do pleito nas regiões com conflitos étnicos armados. Segundo a primeira avaliação da missão europeia de observadores, autorizada a acompanhar pela primeira vez uma eleição em Mianmar, a votação aconteceu sem dificuldades. 
Os únicos números oficiais até o momento mostram que a taxa de participação chegou a quase 80% dos mais de 30 milhões de eleitores. Uma vez eleito, o Parlamento terá de escolher no início de 2016 o próximo presidente. Suu Kyi sabe que não poderá ser chefe de Estado porque a Constituição proíbe o acesso ao cargo às pessoas que têm filhos de nacionalidade estrangeira, como é o seu caso. Mas, na semana passada, advertiu que estaria "acima do presidente" em caso de vitória da LND.
As últimas eleições legislativas livres no país haviam acontecido em 1990, com uma grande vitória da LND. Suu Kyi não participou porque estava em prisão domiciliar, e a junta militar não reconheceu o resultado. A LND precisa de 330 cadeiras (67% dos votos, segundo cálculos) para assegurar a maioria.
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