Peixes do Rio Doce morrem com chegada da lama de Mariana

A lama liberada com o rompimento de barragens em Mariana, em Minas Gerais, no dia 5 de novembro, chegou ao mar do Espírito Santo no sábado. No domingo, peixes começaram a aparecer mortos na foz do Rio Doce, localizada em Regência, no distrito de Linhares. Pequenos grupos de bagre-mandi foram vistos boiando perto da barra norte, onde o rio deságua no mar, no início da tarde de ontem.

A chegada dos rejeitos de minério lançada pelo rompimento das barragens, responsabilidade da mineradora Samarco, controlada pela Vale e pela BHP, foi acompanhada por protestos de moradores das proximidades. O saldo da tragédia, até agora, foi de oito mortos, sendo que quatro corpos ainda aguardam identificação, e 12 desaparecidos.

Na região da foz, considerada área prioritária de proteção ambiental pelo governo federal, há espécies em risco. Com a maré cheia, o mar joga de volta a mancha para o estuário, preocupando ambientalistas. “O fluxo para o oceano precisa ocorrer o quanto antes. Quanto mais tempo esse material ficar aqui, mais nocivo será para o meio ambiente”, afirma Luciano Cabral, biólogo da prefeitura de Linhares.