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Geral

- Publicada em 04 de Novembro de 2015 às 22:04

Laboratório do Estado testará 'pílula do câncer'

Segundo Mayorga, primeira impressão dos técnicos foi muito positiva

Segundo Mayorga, primeira impressão dos técnicos foi muito positiva


MARCELO G. RIBEIRO/JC
Isabella Sander
Desenvolvida há 20 anos e usada para tratamento experimental contra o câncer, a fosfoetalonamina sintética, conhecida como "pílula do câncer", pode começar a ser usada também em tratamentos convencionais. Para tanto, a substância precisa ser registrada na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o que ocorrerá somente se o produto passar por uma série de testes, que comprovem sua eficácia. Essas análises serão realizadas em território gaúcho, pelo Laboratório Farmacêutico do Rio Grande do Sul (Lafergs), e devem ser iniciadas ainda em 2015.
Desenvolvida há 20 anos e usada para tratamento experimental contra o câncer, a fosfoetalonamina sintética, conhecida como "pílula do câncer", pode começar a ser usada também em tratamentos convencionais. Para tanto, a substância precisa ser registrada na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o que ocorrerá somente se o produto passar por uma série de testes, que comprovem sua eficácia. Essas análises serão realizadas em território gaúcho, pelo Laboratório Farmacêutico do Rio Grande do Sul (Lafergs), e devem ser iniciadas ainda em 2015.
Segundo o diretor do Lafergs, Paulo Mayorga, uma reunião com a empresa RAGB - Regulatory Affairs Global Business, encarregada do processo de obtenção do registro, estava agendada para o dia 27 de outubro, mas acabou sendo cancelada. "Seria o nosso segundo encontro. Anteriormente, tivemos uma espécie de seminário com a equipe, onde nos foram apresentados de maneira preliminar os resultados obtidos com a molécula. Estabelecemos que nos reuniríamos de novo para elaborar a minuta do termo de sigilo sobre as pesquisas e assiná-la", relata.
A primeira impressão dos técnicos do Lafergs foi muito positiva. "Temos interesse em apoiar. Apesar de ainda não termos avaliado o embasamento técnico da fórmula, a substância nos chamou muita atenção. Ainda devemos buscar as evidências científicas do funcionamento ou não da fosfoetalonamina sintética, mas, caso confirmada sua eficácia, poderemos utilizá-la para produzir medicamentos, xaropes, entre outros", explica Mayorga.
Os estudos necessários se dividem entre a etapa pré-clínica, de testes em animais e exames em geral, e a etapa clínica, quando o produto é experimentado primeiro em baixa dosagem em pessoas saudáveis, depois em quantidade maior e, por fim, em pessoas com câncer. O diretor do Lafergs ainda não tem conhecimento se a etapa pré-clínica já foi executada pelos pesquisadores. "Caso a etapa pré-clínica esteja concluída, o próximo passo será submeter à Anvisa uma proposta de estudo clínico seguindo os protocolos para essa finalidade", observa.
A análise da molécula será feita pela equipe técnica do laboratório, com a ajuda de especialistas convidados para auxiliar no processo. Conforme Mayorga, não é possível precisar em quanto tempo o medicamento estará disponível. "Depende muito do desenho de experimento proposto e do número de voluntários. Não é algo rápido, mas precisa ser feito. Porém, acredito que em um ou dois meses, já estaremos iniciando a análise desse material", pondera.
A substância foi desenvolvida por pesquisadores do Instituto de Química de São Carlos (IQSC), da Universidade de São Paulo (USP), e vem sendo usada em tratamentos experimentais, apesar de nunca ter passado por testes oficiais. Relatos de supostas curas fizeram crescer a procura pelo medicamento, mesmo sem o registro na Anvisa.
Em fiscalização realizada na semana passada, o Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo (CRF-SP) autuou o laboratório que produz a fosfoetanolamina, em São Carlos. Segundo os fiscais, a produção não segue as normas para sintetização de fármacos e não possui farmacêutico responsável. A USP pode ser multada se não adotar boas práticas de produção, controle e qualidade, e designar um farmacêutico para ser o responsável técnico pela substância.
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