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Economia

- Publicada em 23 de Novembro de 2015 às 19:53

Macri pode acirrar concorrência de grãos com o Brasil

A eleição de Mauricio Macri para a presidência da Argentina deve diminuir a interferência do governo sobre o mercado agrícola do país, especialmente sobre as exportações. Com isso, pesquisadores do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, avaliam que a concorrência entre a soja e o milho brasileiros e argentinos deve se acirrar.
A eleição de Mauricio Macri para a presidência da Argentina deve diminuir a interferência do governo sobre o mercado agrícola do país, especialmente sobre as exportações. Com isso, pesquisadores do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, avaliam que a concorrência entre a soja e o milho brasileiros e argentinos deve se acirrar.
Antes mesmo do resultado, a perspectiva de mudança de governo já se refletia em pressão especialmente sobre as cotações do farelo de soja nos EUA e no Brasil. Conforme o Cepea, na última semana, o preço FOB Paranaguá do farelo (em dólar) para embarque em dezembro/2015 esteve 11% menor que na semana de 19 a 23 de outubro, que antecedeu o primeiro turno das eleições na Argentina. O contrato de fevereiro/2016 teve redução de 9%. Para agravar a situação de vendedores brasileiros, o dólar se desvalorizou 4% no mesmo comparativo. Além da Argentina, a pressão foi causada também pelas quedas na Bolsa de Chicago, tendo em vista a finalização da colheita nos Estados Unidos. Da semana de 19 a 23 de outubro até a última, o contrato dezembro/2015 teve perda de 7% e o março/2016, de 6%.
A Argentina é o terceiro maior exportador e esmagador de soja, liderando as exportações de farelo e óleo. Pesquisadores do Cepea comentam que, na expectativa de maior oferta de soja, pode-se apostar em maior processamento interno e elevação da disponibilidade de derivados ao mercado internacional.
Conforme a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, animados com a possibilidade de mudança de governo, produtores argentinos já vinham preparando e cultivando áreas que antes estavam abandonadas, o que tende a elevar a estimativa de área para diferentes culturas. No caso da soja, a estimativa atual é de que alcance 19,8 milhões de hectares, dos quais 31% já foram semeados, ritmo praticamente igual ao de 2014.
Levantamentos do Cepea indicam que o cultivo da safra brasileira foi intensificado nos últimos dias e está praticamente no mesmo percentual que há um ano. Há relatos de que haverá necessidade de replantio em algumas áreas nos principais estados produtores. No Sul do País, o motivo é o excesso de chuvas, especialmente as áreas de cultivo convencional e/ou de menor palhada. Já no Centro-Oeste, especialmente em Mato Grosso e Goiás, o problema seriam as chuvas esparsas e em pequenas quantidades.
Pesquisadores do Cepea ressaltam que, como um maior percentual da área foi cultivado nas últimas semanas, ao contrário de anos anteriores, estas lavouras tendem a ser mais influenciadas pelas chuvas especialmente do início de 2016. Caso as precipitações sejam favoráveis, a produtividade deve crescer, mas, caso fiquem abaixo do esperado, a situação pode se complicar. Por enquanto, o que se espera é safra recorde.
A ocorrência de ferrugem asiática está mais intensa neste ano. Até o final de novembro de 2014, haviam 44 focos; já neste ano, até o dia 20, dados da Embrapa apontavam 66 focos no País.
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