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Trabalho

- Publicada em 19 de Novembro de 2015 às 17:58

Desemprego no Brasil fica em 7,9% no mês de outubro

Universo de desocupados no País alcançou 1,9 milhão de pessoas

Universo de desocupados no País alcançou 1,9 milhão de pessoas


CLAITON DORNELLES/JC
O desemprego no Brasil atingiu em outubro 7,9%, percentual estável em relação a setembro (7,6%), conforme a Pesquisa Mensal de Emprego, do IBGE. A taxa de desocupação, no entanto, subiu 3,2 pontos percentuais em relação a outubro de 2014 (4,7%). Foi a taxa mais alta para um mês de outubro desde 2007, quando chegou a 8,7%. O universo de desempregados chegou em outubro a 1,9 milhão de pessoas, número estável frente a setembro. Mas subiu 67,5% (mais 771 mil pessoas em busca de trabalho) em relação a outubro de 2014. Na comparação anual, essa foi a maior variação percentual da população desocupada na série histórica da pesquisa.
O desemprego no Brasil atingiu em outubro 7,9%, percentual estável em relação a setembro (7,6%), conforme a Pesquisa Mensal de Emprego, do IBGE. A taxa de desocupação, no entanto, subiu 3,2 pontos percentuais em relação a outubro de 2014 (4,7%). Foi a taxa mais alta para um mês de outubro desde 2007, quando chegou
a 8,7%. O universo de desempregados chegou em outubro a 1,9 milhão de pessoas, número estável frente a setembro. Mas subiu 67,5% (mais 771 mil pessoas em busca de trabalho) em relação a outubro de 2014. Na comparação anual, essa foi a maior variação percentual da população desocupada na série histórica da pesquisa.
A taxa de desemprego na Região Metropolitana de São Paulo atingiu 8,1% em outubro, aumento de 0,8 ponto percentual em relação a setembro, mostra a pesquisa. Em outubro, a capital paulista foi a única a registrar aumento de desemprego entre todas as regiões metropolitanas do País. Em relação a outubro do ano passado, no entanto, a taxa de desemprego cresceu em todas as regiões: em Porto Alegre, passou de 4,6% para 6,8%; em São Paulo, de 4,4% para 8,1%; no Recife, de 6,7% para 9,8%; em Belo Horizonte, de 3,5% para 6,6%; e no Rio de Janeiro.
No confronto com outubro do ano passado, a desocupação aumentou em todas as regiões, sendo o maior aumento em São Paulo (86,2%) e o menor em Recife (45,8%). As variações ocorridas na comparação anual para São Paulo (86,2%), Belo Horizonte (82,4%) e o agregado das seis regiões (67,5%) foram as maiores em toda a série histórica da pesquisa, iniciada em março de 2002.
A população ocupada, que chegou a 22,5 milhões nas seis regiões, em outubro de 2015, recuou em ambas as comparações: -1% (menos 230 mil pessoas) em relação a setembro e - 3,5% (menos 825 mil pessoas) no ano. Regionalmente, na análise mensal, houve retrações no número de ocupados nas regiões metropolitanas de Recife (-2,6%) e de Belo Horizonte (-2,1%) e estabilidade nas demais. Em relação a outubro de 2014, houve estabilidade no Rio de Janeiro e quedas nas demais regiões metropolitanas: Salvador (-7,1%; 137 mil pessoas), Belo Horizonte (-4,8%; 121 mil pessoas), Recife (-4,6%; 74 mil pessoas), São Paulo (-4%; 385 mil pessoas) e Porto Alegre (3,6%; 70 mil pessoas).
No conjunto das seis regiões, em outubro, a população ocupada ficou estável em todos os grupamentos, exceto a indústria (-3,9%). Frente a outubro de 2014, indústria (-8,7%), construção (-5,2%) e serviços prestados às empresas (-3,7%) tiveram quedas. O número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado (11,2 milhões), nas seis regiões metropolitanas, ficou estável na comparação mensal e recuou 4% frente a outubro do ano passado.

Consumo menor reduz chance de contratação elevada de temporários

O desaquecimento do consumo, registrado por estudos como a Pesquisa Mensal do Comércio, do IBGE, deve impedir uma inflexão maior na taxa de desemprego ao fim deste ano. "Como a gente vê pelos dados do próprio IBGE um desaquecimento das vendas, provavelmente não deve haver uma enxurrada de trabalho temporário. Por menor que seja esse trabalho temporário, ele ocorre. O que a gente não sabe é se ele será o suficiente para absorver todas as pessoas que estão buscando emprego e para fazer a inflexão da taxa de desocupação no fim do ano", avaliou Adriana Beringuy, técnica da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE.
No mês de outubro, costuma acontecer uma redução mais acentuada na taxa de desemprego por um movimento sazonal, que é a contratação de trabalhadores temporários para dar conta do aumento na demanda por bens e serviços no fim do ano. Na passagem de setembro para outubro deste ano, houve aumento na fila do desemprego pela primeira vez, dentro da série histórica da PME, iniciada em 2002. "Há mais pessoas buscando trabalho e outras estão sendo dispensadas. É o único outubro em que a desocupação cresce na PME", confirmou Adriana.
O aumento na taxa de desemprego em outubro foi puxada pela população jovem, na faixa etária de 18 a 24 anos. A taxa de desemprego entre essa população aumentou de 18,4% em setembro para 19,5% em outubro. Em outubro de 2014, essa taxa era de 11,8%.
"São pessoas que nem sempre reúnem qualificação, que ficam em categorias de mais rotatividade. Uma coisa é escolaridade formal, outra é qualificação profissional, que vem sendo exigida. Essa pessoa tem dificuldade de entrar (no mercado) e quando entra fica menos tempo. Então, seja porque perdeu o trabalho ou porque continua a procurar, (essa população jovem) fez aumentar a taxa de desocupação", justificou a técnica do IBGE.
Na faixa etária de 25 a 49 anos, a taxa de desemprego saiu de 6,3% em setembro para 6,6% em outubro. Em outubro de 2014 o resultado era de 3,8%. No total de pessoas com 50 anos ou mais de idade, a taxa de desemprego manteve-se em 3,5% em setembro e outubro. Em outubro do ano passado, a taxa era de 2,2%.

Presidente Dilma sanciona a lei que institui o PPE

No dia em que o País registrou mais uma alta na taxa de desemprego, a presidente Dilma Rousseff sancionou a lei que institui o Programa de Proteção ao Emprego (PPE). Lançado em julho pelo governo, o programa foi aprovado pelo Congresso no final de outubro e tem como objetivo desestimular demissões por empresas que se encontram em dificuldades financeiras por conta da crise.
Segundo Dilma, a sanção da lei vai afastar qualquer preocupação jurídica em relação à iniciativa. Ela destacou que, até agora, houve 33 adesões ao programa, poupando o emprego de 30.368 trabalhadores. Outras 41 empresas teriam demonstrado interesse de aderir ao PPE.
A presidente argumentou ainda que o programa era "vantajoso" para todo mundo: as empresas, os trabalhadores e o governo federal. Segundo ela, o gasto com o PPE deverá ser menor do que o governo teria que pagar por seguro-desemprego.
Dilma também fez questão de reafirmar que está trabalhando de "forma obstinada" para tirar o País da crise e reduzir a inflação. O PPE permite a redução da jornada de trabalho em até 30%, com redução também do salário em igual proporção. A metade do desconto no salário - que também pode chegar a 30% - é bancada pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).
O ministro do Trabalho e Previdência Social, Miguel Rossetto, afirmou que o governo espera uma grande ampliação nas adesões ao PPE. Para ele, a sanção traz a segurança jurídica necessária para que mais empresas busquem a iniciativa. Em entrevista no Palácio do Planalto, Rossetto disse saber que os números do emprego no Brasil não são bons.