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Trabalho

- Publicada em 18 de Novembro de 2015 às 21:41

Centrais debatem piso regional com o governo

No encontro, secretário da Casa Civil disse que tema ganhará celeridade no executivo

No encontro, secretário da Casa Civil disse que tema ganhará celeridade no executivo


CTB/DIVULGAÇÃO/JC
As centrais sindicais do Rio Grande do Sul se reuniram ontem com o secretário da Casa Civil, Márcio Biolchi, e alguns deputados estaduais para debater o índice de reajuste do piso regional para 2016. Em outubro, as entidades apresentaram uma proposta de reposição fixada em 11,55% sobre os atuais vencimentos de R$ 1.006,88. O percentual representa ganho real pouco abaixo de 2% caso a inflação acumulada em 2015 se mantenha em 10%.
As centrais sindicais do Rio Grande do Sul se reuniram ontem com o secretário da Casa Civil, Márcio Biolchi, e alguns deputados estaduais para debater o índice de reajuste do piso regional para 2016. Em outubro, as entidades apresentaram uma proposta de reposição fixada em 11,55% sobre os atuais vencimentos de R$ 1.006,88. O percentual representa ganho real pouco abaixo de 2% caso a inflação acumulada em 2015 se mantenha em 10%.
No início da reunião, o presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB-RS), Guiomar Vidor, apresentou o tema e demonstrou disposição em dialogar diretamente com o governo do Estado. A pedida inicial dos trabalhadores gerou uma reação nas federações patronais gaúchas. Lideradas pela Fecomércio-RS, no início do mês passado, as entidades reiteraram a defesa de "reajuste zero" em 2016. Por isso, Márcio Biolchi afirma que a Casa Civil fará o possível para tratar do assunto com a maior celeridade possível, mas sugeriu que os sindicalistas também se reúnam com as secretarias do Trabalho, do Planejamento e do Desenvolvimento. "Essas secretarias constituem um fórum para debater internamente qual deve ser o melhor índice repassado pelo Governo à Assembleia. O Estado tem o dever de mediar esse debate, e não se trata de fazer benefício com o chapéu alheio, como muitos dizem, mas sim ser um instrumento mediador de distribuição de renda e igualdade social", afirmou o secretário da Casa Civil.
O presidente da CTB-RS considerou a audiência como mais uma oportunidade de reafirmar a pauta das centrais, já entregue oficialmente ao governo do Estado, através do secretário do Trabalho, Miki Breier. "Confirmamos nossa reivindicação de 11,55%, que está dentro da luta das centrais sindicais pela valorização do salário-mínimo regional a fim de que ele atinja 1,30 salários-mínimos. Entendemos que o pedido é viável, e agora será analisado oficialmente pelo governo", destacou.
De acordo com estimativas da CTB-RS, o mínimo regional atinge diretamente mais de 1,5 milhão de trabalhadores. "Procuramos esclarecer, nesse encontro, que o piso regional é um importante instrumento que fomenta as vendas no comércio e, ao contrário do que muitos setores empresariais afirmam, ajuda a aquecer a economia do Estado", comenta. Segundo o sindicalista, a CTB vai intensificar mobilizações sobre o tema, apoiando a Comissão de Economia da Assembleia Legislativa, que pretende realizar audiências para levar o debate sobre o piso regional ao Interior do Estado.
Durante o encontro, Vidor também comentou sobre a recomendação expedida no dia 11 de novembro pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). Após denúncia protocolada pela CTB, em setembro, o MPT constatou que 40 empresas gaúchas descumprem a Lei nº 14.653, que determina que os empregados que não tenham piso salarial definido por lei federal, convenção ou acordo coletivo devem ter um piso definido por lei estadual. A mesma legislação foi alvo de ações diretas de inconstitucionalidade, ajuizadas pela Fecomércio-RS e pela Fiergs. Ambas foram julgadas improcedentes pelo Tribunal de Justiça gaúcho (TJ-RS) em março. Na ocasião, as federações também contestaram o reajuste de 16% concedido pelo governo do Estado, diante de uma inflação de apenas 6,41%. O aumento de 2014, aprovado no encerramento do mandato de Tarso Genro (PT), foi o maior reajuste em uma década.

Grupo de empresas detinha 5 milhões de assalariados em 2013

Em 2013, havia no Brasil 33.374 empresas de alto crescimento, que ocupavam quase 5 milhões de pessoas assalariadas e pagavam R$ 107,5 bilhões em salários e outras remunerações, mostra pesquisa de empreendedorismo elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em parceria com o Instituto Empreender Endeavor Brasil.
Empresas de alto crescimento são as que aumentaram em pelo menos 20% ao ano o número de empregados, por um período de três anos consecutivos, e que tinham 10 ou mais pessoas ocupadas assalariadas no ano inicial de observação.
De acordo com a coordenadora da pesquisa, Isabella Nunes, embora as empresas de alto crescimento representem parcela pequena do total das empresas com pelo menos um vínculo empregatício, elas respondem por 42% dos novos empregos. A coordenadora informou, ainda, que o retrato de 2013 mostra que o conjunto de empresas de alto crescimento somava 33.374 empresas, e 52,4% delas correspondiam a empresas com até 49 pessoas ocupadas.
O estudo indicou também que a maior parte das empresas se encontra no setor de serviços, e cerca da metade se localiza na região Sudeste. "É natural, porque é a região com mais densidade de empresas, especialmente de alto crescimento", contou.
O estudo indicou ainda que a média salarial das pessoas empregadas era de 2,5 salários-mínimos no biênio 2012/2013, o que representou queda na comparação com o ano de 2011, quando era de 2,7 salários-mínimos. Já nas empresas multilocalizadas, ou seja, com representações em mais de uma cidade, a média era 2,8 salários-mínimos.
O setor de eletricidade e gás foi o que apresentou a maior média salarial entre as empresas de alto crescimento em 2013 (9,6 salários-mínimos), seguido de indústrias extrativas (7,5 salários-mínimos), de atividades financeiras, de seguros e de serviços relacionados (5,1 salários-mínimos).

Brasil cai em ranking de geração e retenção de talentos

O Brasil caiu cinco posições e agora aparece no 57º lugar no ranking global que mede a capacidade de desenvolver, atrair e reter talentos, segundo pesquisa divulgada pelo instituto de pesquisa suíço IMD. O estudo, que engloba 61 países, foca em três categorias principais: investimento/desenvolvimento; atração; e prontidão. Dentro delas, são avaliados pontos como educação, aprendizagem, treinamento de funcionários, fuga de capital humano, custo de vida, motivação dos colaboradores, qualidade de vida, competências linguísticas, remuneração, taxas e impostos.
O professor Arturo Bris, diretor do Centro de Competitividade Mundial do IMD e responsável pelo estudo, lembra que nem sempre poder econômico e talento andam lado a lado. Ele aponta que a capacidade de gerar e reter talentos depende da agilidade de moldar políticas públicas que atuem nesse sentido, e que o Brasil e outros países da América Latina ainda são muito deficientes nesse ponto. "No Brasil, a situação está se deteriorando em vez de melhorar. É dispensável dizer que esta tendência tem de ser revertida", comenta. Neste ano, o Brasil obteve nota geral 10,8, em uma escala que vai de zero a 100. A melhor classificação brasileira foi em 2005, quando atingiu a 28ª posição no ranking.