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Economia

- Publicada em 17 de Novembro de 2015 às 22:24

Pequenos fabricantes aproveitam participação em feiras para crescer no mercado

Daniela projeta chegar a 5 mil pares de sapatos mensais em três anos

Daniela projeta chegar a 5 mil pares de sapatos mensais em três anos


DINARCI BORGES/MERKATOR/DIVULGAÇÃO/JC
Guilherme Daroit
Nem só de grandes indústrias vive uma feira. É o caso também da Zero Grau, feira calçadista que encerra hoje, em Gramado. Com quase 300 expositores, o evento reúne, claro, boa parte das grandes empresas nacionais do setor, que tentam dar início às vendas já para o próximo inverno. Mas, lado a lado com elas, há espaço também para as pequenas fábricas, que participam do evento em grupos ou estandes coletivos, e vêem na iniciativa uma forma de crescerem no mercado.
Nem só de grandes indústrias vive uma feira. É o caso também da Zero Grau, feira calçadista que encerra hoje, em Gramado. Com quase 300 expositores, o evento reúne, claro, boa parte das grandes empresas nacionais do setor, que tentam dar início às vendas já para o próximo inverno. Mas, lado a lado com elas, há espaço também para as pequenas fábricas, que participam do evento em grupos ou estandes coletivos, e vêem na iniciativa uma forma de crescerem no mercado.
Neste ano, participam de forma coletiva da feira pequenas empresas de municípios gaúchos como Três Coroas, Sapiranga e Estância Velha, além de Franca e Birigui, polos calçadistas de São Paulo. Um dos principais exemplos vem de Novo Hamburgo, município que, mesmo sem a pujança de antes, ainda se gaba de ser a capital nacional do calçado. Desde 2011 participando das principais feiras do País, o estande coletivo do município trouxe a Gramado 30 pequenos negócios, na mira dos 12 mil visitantes da feira, entre lojistas e representantes comerciais.
"O primeiro pedido da nossa história foi feito em uma feira, na Francal (feira realizada em Franca), em 2011", contextualiza a diretora da Amoreco, marca de calçados infantis de luxo, Daniela Gums. A empresária, que largou o cargo de estilista de outras marcas para tocar a sua própria empresa, credita o crescimento da marca à participação nas feiras desde então. "Neste ano, negociamos com uma importadora da Alemanha. Como eu iria fazer esse tipo de contato se não fosse assim?", justifica Daniela, que conta vender seus produtos para 18 estados e para os Estados Unidos.
Assim como a Amoreco, que fabrica atualmente cerca de 2 mil pares por mês, a produção destas empresas é uma fração perto das grandes e mesmo médias indústrias, que, mesmo reduzindo suas atividades em um ano de queda no consumo, passam facilmente da casa dos 10 mil pares por dia. Talvez até por isso, por partir de uma base menor, Daniela afirma crescer na casa dos 30%, mesmo com o setor em retração - e mantém uma meta de chegar aos 5 mil pares mensais em três anos.
O crescimento é o mesmo apontado por outra empresa do município, a Valeiko, que também deu a largada em seu negócio graças a um estande coletivo na Couromoda, em São Paulo, em 2011. O diretor da empresa, Tadeu Valeiko, conta ter aproveitado a participação para mudar a marca e os produtos. "Desde lá, quando atuávamos apenas com sapatênis, fomos testando os produtos nas feiras e aumentando o portfólio, hoje com abotinados, sapatos sociais e sandálias", afirma Valeiko.
Segundo o empresário, que hoje produz 5 mil pares por mês e emprega 20 funcionários, seria impossível participar desses eventos por conta própria. "Com o tempo, o estande coletivo se tornou ponto de referência para os lojistas, até pela força da marca Novo Hamburgo que a gente nem sabia que tinha", continua Valeiko.
O município, hoje, teria cerca de 10 mil pessoas trabalhando apenas com a produção de calçados, segundo o prefeito Luis Lauermann. O número dobra quando consideradas as empresas de acessórios, insumos e equipamentos para o setor, o que justifica o investimento do poder público na contratação do espaço. "Garantimos aos pequenos a participação, e o retorno vem na geração de riqueza e de empregos", defende Lauermann. O prefeito conta que o projeto, iniciado em 2010, garante o espaço gratuitamente às pequenas fábricas, escolhidas por meio de edital.
Dessa forma, até projetos sociais, como a marca Villaget, têm acesso às feiras. Criada a partir de uma iniciativa de ensino profissionalizante na Vila Getúlio Vargas, em Novo Hamburgo, a marca, ligada a uma cooperativa de jovens, oferece calçados produzidos a partir de materiais reutilizados. "Fazemos sempre bons contatos com estrangeiros, que valorizam os negócios sociais", comenta o sociólogo e diretor do projeto, Mario Pereira. Metade dos lucros, comenta ele, são revertidos de volta para o projeto social, que hoje atende 40 crianças por dia em aulas de robótica e computação.
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