Após o rompimento do contrato de fornecimento de motores com a General Motors (GM), confirmado em 2015, o Grupo Navistar - fabricante dos motores da marca MWM e caminhões da marca International - não suportou a redução brusca da demanda e anunciou o encerramento das atividades na sua unidade de Canoas. A planta, que emprega atualmente cerca de 600 funcionários, será desativada por completo até fevereiro de 2016. A operação concentrava as linhas de montagem de caminhões, motores e peças de reposição.
Segundo o presidente do Sindicato dos Metalurgicos de Canoas, Paulo Chitolina, a produção de caminhões já está parada há cerca de 10 dias. No dia 6 deste mês, 74 funcionários foram desligados da empresa. Até o início de dezembro, mais 250 pessoas devem perder o emprego vinculado ao setor de distribuição de autopeças, que já teria sido parcialmente transferido para uma unidade mantida pelo grupo em São Paulo. No encerramento do cronograma, previsto para 2016, serão encerradas as atividades na linha de montagem de motores.
Chitolina explica que o sindicato já trabalhava com essa perspectiva. Em maio deste ano, a empresa havia conseguido manter judicialmente, até 2016, o contrato de fornecimento selado com a GM, que iria até 2018. O fato acabou gerando uma sobrevida as operações. A expectativa, até ontem, era de que uma negociação envolvendo a venda da linha de montagem de caminhões fosse selada com as chinesas Foton ou Sinotruk. "Isso não ocorreu como esperávamos. Se fosse mantida ativa pelo menos a montagem de caminhões, em pouco tempo conseguiríamos a manutenção dos empregos, a partir do início de uma eventual nova operação (com os chineses). Só que isso não aconteceu e, agora, cerca de 600 pessoas perderão os empregos", lamenta.
De acordo com o sindicalista, as negociações com a direção da empresa, desde o acordo judicial com a GM, resultaram, além das verbas rescisórias, em mais dois salários base para os dispensados, seis meses adicionais de plano de saúde e a liberação dos recursos do programa de previdência.