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Mercado de Capitais

- Publicada em 10 de Novembro de 2015 às 19:28

Captações de empresas caem 33% até outubro

Megaoperação da Petrobras movimentou R$ 120,2 bilhões em 2010

Megaoperação da Petrobras movimentou R$ 120,2 bilhões em 2010


TÂNIA RÊGO/ABR/JC
O volume acumulado até outubro de captações feitas por empresas no mercado de capitais local caiu 33,5% em relação ao mesmo período de 2014 e é o menor em sete anos para o intervalo, informou a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima). No relatório mensal de novembro, a Anbima diz que nos primeiros 10 meses do ano foram captados R$ 77,3 bilhões.
O volume acumulado até outubro de captações feitas por empresas no mercado de capitais local caiu 33,5% em relação ao mesmo período de 2014 e é o menor em sete anos para o intervalo, informou a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima). No relatório mensal de novembro, a Anbima diz que nos primeiros 10 meses do ano foram captados R$ 77,3 bilhões.
Incluindo a única operação de debêntures de leasing de R$ 10 bilhões feita no período, o montante captado sobe para R$ 87,3 bilhões. A maior parte das operações de captação feitas no mercado doméstico foi em renda fixa, respondendo por 80% desse total. Os únicos meses do ano que registraram operações com ações foram abril (R$ 16,1 bilhões), junho (R$ 603 milhões) e setembro (R$ 454 milhões), e a maioria das ofertas foi destinada à aquisição de participação societária.
Entre as captações internacionais, apenas nos meses de maio e junho as companhias conseguiram acessar esse mercado. No acumulado até outubro, foram levantados US$ 8,1 bilhões lá fora, por meio de apenas nove operações, de acordo com a Anbima. O montante é 82% inferior ao captado no exterior entre janeiro e outubro do ano passado, em 45 operações.
O retrato isolado de outubro mostra igualmente baixo volume de operações, com apenas R$ 2,1 bilhões em captações feitas por companhias brasileiras, concentradas integralmente no segmento doméstico de renda fixa.
No mês, foi captado R$ 1,7 bilhão em quatro operações com debêntures e R$ 393 milhões em quatro ofertas de notas promissórias. Entre as ofertas no segmento local de renda fixa, o destaque foi a captação com debêntures da EDP - Energias do Brasil, que movimentou R$ 892 milhões e contou com duas séries enquadradas na Lei nº 12.431/11, com volume de R$ 228 milhões. Além disso, entre as ofertas já encerradas, esta foi a única operação no mês registrada pela Instrução CVM nº 400, já que todas as demais operações do período foram distribuídas com esforços restritos (ICVM 476).
Desde 2011, as captações com ações vêm apresentando desempenho pouco expressivo. Entre 2009 e 2010, 48 companhias acessaram o mercado de renda variável para levantar recursos - com destaque para a megaoperação da Petrobras, que movimentou
R$ 120,2 bilhões em 2010, informa a Anbima. Contudo, de 2011 a 2015, o volume médio anual de operações com ações foi de apenas R$ 18 bilhões, com a participação de um número decrescente de empresas. Em 2014, apenas duas empresas fizeram lançamento de ofertas - um IPO e um follow-on (oferta de ações de empresas que já têm capital aberto). Em 2015, o volume até outubro é de apenas R$ 17,2 bilhões, referentes a quatro ofertas, sendo um IPO e três follow-ons.

Dólar à vista recua com rumores sobre saída de Levy

O baixo volume de negócios foi a principal característica do mercado de câmbio ontem. O dólar chegou a subir 0,88% pela manhã, mas perdeu fôlego e rondou a estabilidade durante toda a tarde. Nos últimos minutos de negociação, a moeda inverteu a tendência e fechou a R$ 3,7789, com baixa de 0,30%.
A leve recuperação do real foi alimentada pelo fortalecimento dos rumores de saída do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que seria substituído pelo ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, com o aval do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Pela manhã, os investidores se retraíram por cautela com indicadores negativos na China e incertezas com a economia brasileira. À tarde, o Banco Central ofertou US$ 500 milhões em dois leilões de linha. Mas a influência desses fatores nas cotações foi bastante limitada.
Depois de operar em terreno negativo durante todo o dia, a Bovespa ganhou fôlego no final dos negócios e fechou, nesta terça-feira, praticamente estável, em alta de 0,03%, aos 46.206 pontos. A recuperação das ações foi alimentada pela leve melhora das bolsas americanas e pelas incertezas no cenário político nacional. Na mínima do dia, o Ibovespa chegou a cair 1,73%.
A inversão da tendência no fim do dia pôde ser vista mais claramente pelas ações dos bancos, que eram destaque de queda à tarde e passaram a subir no final dos negócios. Itaú Unibanco PN fechou em alta de 2,03%, e Banco do Brasil ON, de 0,88%. Pela manhã, os investidores se retraíram por cautela com indicadores negativos na China e incertezas com a economia brasileira.

CVM condena Eike Batista a não exercer cargos em empresas abertas

A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) condenou o empresário Eike Batista a cinco anos sem poder exercer cargos em companhias abertas, em julgamento realizado ontem. Eike foi condenado por conflito de interesses em decisões envolvendo a petroleira OGX (atual OGPar). A decisão da CVM foi tomada por unanimidade, com votos dos três diretores presentes.
A defesa de Eike vai recorrer da decisão no Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional, chamado de Conselhinho. O processo, julgado ontem, foi aberto após denúncia feita pelo acionista minoritário Márcio Lobo, que reclamava de conflito de interesses em votações de Eike como presidente do conselho da OGX, uma vez que o empresário era também controlador da companhia.
Segundo a denúncia, a atuação violaria o artigo 115 da Lei das Sociedades Anônimas, que diz que "o acionista não poderá votar nas deliberações da assembleia geral relativas ao laudo de avaliação de bens com que concorrer para a formação do capital social e à aprovação de suas contas como administrador".
Na assembleia de acionistas do dia 2 de maio de 2014, os fundos de investimento de Eike aprovaram, entre outras coisas, os resultados da companhia em 2013, quando a petroleira teve prejuízo de R$ 17,4 bilhões.