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Inflação

- Publicada em 10 de Novembro de 2015 às 17:07

Em 12 meses, preços de alimentos crescem até 68%

Batata, alho, carne e trigo figuram na lista dos produtos vilões

Batata, alho, carne e trigo figuram na lista dos produtos vilões


FREDY VIEIRA/JC
Depois do forte impacto da falta de chuvas e da alta do dólar sobre os preços dos alimentos, o risco de agravamento da greve de caminhoneiros que acaba de começar pode pressionar ainda mais os preços. Nos 12 meses encerrados em outubro, os alimentos subiram 10,39%, superando os 9,93% da inflação medida pelo IPCA. No Rio de Janeiro, a alta dos alimentos foi de 9,81%. Especialistas dizem que os aumentos devem continuar nos próximos meses, corroendo ainda mais o poder de compra do consumidor.
Depois do forte impacto da falta de chuvas e da alta do dólar sobre os preços dos alimentos, o risco de agravamento da greve de caminhoneiros que acaba de começar pode pressionar ainda mais os preços. Nos 12 meses encerrados em outubro, os alimentos subiram 10,39%, superando os 9,93% da inflação medida pelo IPCA. No Rio de Janeiro, a alta dos alimentos foi de 9,81%. Especialistas dizem que os aumentos devem continuar nos próximos meses, corroendo ainda mais o poder de compra do consumidor.
A taxa perto dos 10% é uma média, mas muitos produtos tiveram reajustes bem mais expressivos. Como a batata-inglesa, cujo preço subiu 68,86% na Região Metropolitana do Rio de Janeiro nos 12 meses encerrados em outubro. No mesmo período, o valor do alho avançou 59,38%, enquanto o filé mignon teve alta de 40,40%, e a cebola, de 29,30%. Não adianta nem correr para uma carne de segunda: o músculo ficou 20,86% mais caro.
Foi um ano de aumento principalmente dos produtos in natura, enquanto o preço dos grãos teve comportamento melhor. O ano foi de estiagem, com muito calor em algumas áreas e chuvas abundantes em outras. Todo ano é assim, mas a intensidade este ano parece ter sido maior - afirma a técnica do Ipea Maria Andréia Parente, do Grupo de Análises e Previsões.
Para piorar o clima, a forte valorização do dólar também pressiona os preços. De um lado, encarece itens que dependem do trigo importado, como pão francês, que ficou 8,73% mais caro no Rio de Janeiro, macarrão, que subiu 11,54%, e biscoito, 7,75%. Do outro, torna os produtos brasileiros mais competitivos lá fora, incentivando as exportações. Isso reduz a oferta desses itens no mercado doméstico, pressionando os preços. Foi o que aconteceu, por exemplo, com as carnes, que ficaram 20,91% mais caras no Rio de Janeiro e 17,16% no País.
"O aumento do preço da carne é mais um resultado da redução da oferta que da demanda, apesar da crise que estamos vivendo. Com o dólar mais alto, o produtor direciona a produção para as exportações", afirma o economista da banco Brasil Plural Raphael Ornellas.
A greve dos caminhoneiros acaba sendo um fator a mais de risco. Segundo Ornellas, a paralisação de rodovias pode ter efeito nos preços caso se prolongue por mais dias. Maria Andréia lembra que mesmo alguns dias podem ter efeito nos preços de alimentos, sobretudo os mais perecíveis.
"A greve de caminhoneiros pode ter impacto, mas é preciso que as paralisações sejam amplas e afetem as rodovias próximas das regiões pesquisadas pelo IBGE", afirma o economista da Rosenberg & Associados Leonardo França Costa. Preocupação adicional é um possível aumento do preço do diesel. O governo estaria considerando elevar a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) dos combustíveis se a criação da CPMF não for aprovada. O diesel pressiona o custo do frete, que, em última instância, é repassado aos preços dos alimentos.
"As estatísticas de safras não sugerem problemas, mas há outros fatores. Se vier outro aumento de diesel, afeta o frete. Se a greve dos caminhoneiros ocorrer por um tempo suficientemente longo, também há efeito. E temos o dólar valorizado, que nos faz supor pressão adicional nos preços de alimentos", explica a técnica do Ipea.
A avaliação é compartilhada por Costa, que vê continuidade do cenário atual, com alimentos pressionando a inflação. Sua projeção para a alta de preços de alimentos nos domicílios para 2015 é de 9,7%, seguida de alta de 9,5% em 2016.

Índice que reajusta aluguel acumula elevação de 10,45%

O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M), referência para a correção de valores de contratos, como os de energia elétrica e aluguel de imóveis, avançou 1,31% na primeira prévia de novembro - que calcula as variações de preços no período entre 21 e 31 de outubro.
O indicador foi divulgado ontem pela Fundação Getulio Vargas. No resultado fechado de outubro, o IGP-M avançou 1,89%. Com o desempenho, o índice acumula variação de 9,77% em 2015. Em 12 meses, avança 10,45%. O IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo), que mede a variação dos preços no atacado e responde por 60% do índice geral, registrou alta de 1,73% em novembro, sobre 2,36% no mês anterior.