A Polícia Federal, em conjunto com a Receita Federal e a Procuradoria da Fazenda Nacional, deflagrou, nesta quinta-feira, a Operação Huno, para combater o mercado clandestino de cigarros, nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Ceará e Pará.
Além de depreciarem a capacidade produtiva da indústria nacional e promoverem concorrência desleal com os empresários que atuam de maneira regular, os criminosos impactaram a economia da região em altos valores. Ao todo, estima-se em R$ 2,1 bilhões o total de dívidas dos investigados com a União, além de uma expectativa de novos lançamentos no valor de R$ 217 milhões em decorrência dos fatos gerados durante a apuração.
Foram cumpridos sete mandados de prisão, outros sete de condução coercitiva e 50 de busca, além da determinação judicial do sequestro/arresto de 59 imóveis, 47 veículos e contas bancárias, patrimônio que totaliza R$ 80 milhões.
Os investigados utilizavam empresas de fachada e laranjas para desviar tabaco da cadeia econômico-tributária. Parte desse fumo era fornecida para fábricas no Paraguai através de exportação irregular e retornava ao Brasil como cigarro contrabandeado. O restante seguia para fábricas clandestinas localizadas nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, que falsificavam marcas paraguaias para distribuição.
A Procuradoria da Fazenda Nacional ajuizou, perante a 1ª Vara Federal de Santa Cruz do Sul, três medidas cautelares fiscais contra 19 pessoas jurídicas e 17 pessoas físicas. Paralelamente, a PF representou por diversas medidas penais, incluindo prisões e buscas para apreensão de documentos, computadores, fumo desviado, entre outros itens.