Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Economia

- Publicada em 04 de Novembro de 2015 às 18:05

Falta de crédito prejudica pequenos negócios no País

Afif Domingos classificou como 'pornográfica' a taxa de juros no Brasil

Afif Domingos classificou como 'pornográfica' a taxa de juros no Brasil


MARCELO CAMARGO/ABR/JC
Uma pesquisa do Sebrae mostra que 30% das pequenas empresas não têm qualquer relação com os bancos comerciais na qualidade de pessoas jurídicas. Segundo o levantamento divulgado no Fórum de Cidadania Financeira pelo presidente da instituição, Guilherme Afif Domingos, esse cenário é uma das consequências da falta de crédito no Brasil, um dos maiores obstáculos para os micro e pequenos empresários e os empreendedores individuais (MEI). "Quanto menor a empresa, mais distante ela está do sistema financeiro", conclui a pesquisa.
Uma pesquisa do Sebrae mostra que 30% das pequenas empresas não têm qualquer relação com os bancos comerciais na qualidade de pessoas jurídicas. Segundo o levantamento divulgado no Fórum de Cidadania Financeira pelo presidente da instituição, Guilherme Afif Domingos, esse cenário é uma das consequências da falta de crédito no Brasil, um dos maiores obstáculos para os micro e pequenos empresários e os empreendedores individuais (MEI). "Quanto menor a empresa, mais distante ela está do sistema financeiro", conclui a pesquisa.
Os juros, a burocracia e as exigências de garantia são as principais dificuldades enfrentadas pelos pequenos negócios ao pedir empréstimos aos bancos. A maior parte dos micro e pequenos empresários possui relacionamento com bancos por meio de conta-corrente como pessoa física: 89% entre os pequenos; 84% dos micro. Nos MEI, a parcela é de 71%. Quando perguntados sobre o que seria melhor para facilitar o crédito, cerca de 50% dos entrevistados pediram a redução dos juros. "A taxa de juros hoje, eu tenho dito que ela é pornográfica. Entre a taxa básica e a taxa de ponta, tem uma cadeia alimentar imensa", afirmou Afif, que deixou no mês passado o ministério das micro e pequenas empresas, extinto na reforma ministerial.
Obtenção de capital de giro, compra de mercadorias para revenda e de máquinas e equipamentos são os principais motivos que levam os pequenos empresários a pedir empréstimos em banco. Para os pequenos, o capital de giro vem em primeiro lugar (64% dos entrevistados), seguido por mercadorias (28%) e aquisição de máquina (31%).
A principal razão dos bancos para não conceder empréstimos para as pequenas empresas é a falta de linha de crédito para o perfil do empreendimento. A resposta foi dada na mesma proporção - 27% - para empresas de pequeno porte e MEI e para 17% das microempresas.
Na comparação entre os valores pedidos e o que foi efetivamente emprestado pelos bancos, os MEI perderam para as pequenas. Dos R$ 13 mil pedidos, em média, pelos microempreendedores individuais, somente R$ 9,6 mil (72%) são efetivamente emprestados. Esse percentual sobe para 87% para microempresas
(R$ 36 mil pedidos e R$ 31,3 mil emprestados) e 92% para empresas de pequeno porte (R$ 56 mil solicitados contra R$ 51,5 mil depositados).
"Eu queria dizer aos meus amigos do Banco Central (BC) que nós temos uma distância muito grande a percorrer para o crédito chegar na ponta. Pena que meu amigo, o nosso presidente (Alexandre Tombini, presidente do BC), não está aqui presente", afirmou Afif Domingos, na presidência do Sebrae desde a semana passada. Ele cobrou do BC e do Ministério da Fazenda a adoção de uma proposta apresentada no início do ano para liberação de recursos dos depósitos compulsórios. O dinheiro seria direcionado ao crédito para capital de giro de pequenas empresas.
"A micro e pequena empresa precisa de oxigênio para atravessar este momento de crise. Ela ainda sustenta o emprego, com saldo positivo de 109 mil vagas criadas." Pela proposta, seriam liberados R$ 40 bilhões para crédito a essas empresas. Segundo ele, a resposta recebida do BC foi um "estrondoso silêncio".
Segundo a pesquisa, os MEI atuam principalmente nas áreas de comércio (38%) e serviços (37%) e possuem entre 31 e 40 anos (33%). Concentrados na alta classe média (27%) e baixa classe alta (25%), eles também têm boa escolaridade: 20% possuem Ensino Superior completo ou mais; 42% possuem o Ensino Médio ou técnico completo e 38% até Médio ou técnico incompleto.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO