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Livros

- Publicada em 05 de Novembro de 2015 às 22:13

Perguntas e respostas na memória

Detalhe da capa do livro

Detalhe da capa do livro


CHIADO EDITORA/DIVULGAÇÃO/JC
Entre a meia-noite e o fim do inverno (Chiado Editorial Portugal, 255 páginas, R$ 30,00) é o terceiro romance consecutivo publicado, em três anos, do professor, jornalista e escritor Fernando Favaretto, nascido em Sério, em 1977, e, atualmente, diretor da Ufrgs TV. Favaretto é formado em Jornalismo e Letras e cursa doutorado em Educação.
Entre a meia-noite e o fim do inverno (Chiado Editorial Portugal, 255 páginas, R$ 30,00) é o terceiro romance consecutivo publicado, em três anos, do professor, jornalista e escritor Fernando Favaretto, nascido em Sério, em 1977, e, atualmente, diretor da Ufrgs TV. Favaretto é formado em Jornalismo e Letras e cursa doutorado em Educação.
A obra terá sessão de autógrafos no sábado, 14 de novembro, às 17h, no pavilhão central da 61ª Feira do Livro de Porto Alegre. Favaretto publicou, em 2013, o romance Sobre dores, amores e uma panela velha, e em 2014, Ninguém me explicou na escola, ambos pela editora carioca Multifoco.
O autor deixa transparecer em seus livros a importância que a memória imprime na sua literatura. Neste romance, a partir de uma frase ouvida em um encontro casual, o protagonista Henrique volta ao tempo através de infinitas lembranças de sua infância e juventude no Interior do Rio Grande do Sul, na fictícia cidade de Serrinha. "A Felipa casou com uma cara que bate nela, o Índio virou pastor, o Rosário ninguém sabe onde anda e a Fátima morreu de câncer, uns dois anos atrás", disse Diva, uma velha conhecida, para Henrique, numa sala de espera de consultório médico.
A frase detona lembranças, sensações, desejos e muitas memórias, e Henrique se transporta para quinze anos atrás, quando tinha uns 15 anos; e Fátima, também. "O passado é um espaço de fronteira entre um distanciamento impossível e um pertencimento necessário. Lá, estão lembranças, memórias, vivências que, de muitas formas, nos constituíram como as pessoas que somos, e por mais que queiramos ou tentemos, não conseguimos apagar ou ignorar", disse Favaretto, falando sobre as muitas possibilidades de lidar com o tempo pretérito, e ele escolheu explorá-lo, "no que ele tem de engraçado, de impactante, de confuso, de determinante".
O descobrimento dos problemas e paixões da adolescência, os poucos recursos financeiros, a proteção e o zelo da família e a relação de cinco amigos são as recordações que reacendem questionamentos que fazem Henrique ir atrás de respostas. No meio do caminho, surgem mais perguntas, inesperadas.
O novo romance de Fernando Favaretto mostra, mais uma vez, a força narrativa do autor, o rigor e a clareza da linguagem fluente e a sólida construção de cenários e personagens, sem adjetivos ou descrições em excesso. O que foi vivido ou não pelos cinco personagens durante os 15 anos de afastamento?
Que verdades ou mentiras poderão vir à tona quando forem remexidas as lembranças e revelados os segredos daqueles tempos? O que realmente está enterrado entre a meia-noite e o fim do inverno?

Lançamentos

  • Águas do Guaíba (Libretos, 216 páginas) apresenta textos de Rafael Guimaraens, fotos de Marco Nedeffe e desenhos de Edgar Vasques sobre nosso Guaíba. Design gráfico e edição de imagens de Clô Barcellos e fotos aéreas de Ricardo Stricher.
  • A descoberta da currywurst (Dublinense, 192 páginas), romance do consagrado escritor alemão Uwe Timm, tem como pano de fundo a Segunda Guerra Mundial e foi escrito a partir do prato tipicamente alemão, que tem tempero indiano.
  • Manual essencial da Bíblia (Sociedade Bíblica do Brasil, 240 páginas) de Terry Jean Day e Carol J. Smith, editado por Tim Dowley, traz informações sobre os livros da Bíblia, respostas e perguntas sobre mistérios, fala sobre quem a escreveu e o propósito de cada livro.

Dilan Camargo e o novo diálogo

Estamos no terceiro milênio, em tempos de pós-feminismo, em busca de novas formas de diálogo entre seres humanos, especialmente entre homens e mulheres. Depois de séculos de machismo e de discursos feministas por vezes exagerados e rançosos, é hora de pensar em pessoas, em prazer, em entendimento, em liberdade, igualdade de gênero e respeito à diversidade. Hora de estabelecer uma nova humanidade.
Dilan Camargo, professor, escritor e, principalmente e essencialmente poeta e, agora, nosso adequado e energético Patrono da 61ª Feira do Livro de Porto Alegre, acaba de lançar a reedição de seu livro A fala de Adão (Vidráguas, 96 páginas), coordenada pela poeta e editora Carmen Presotto, que tem se caracterizado por publicar poesia e novos poetas, servindo de alternativa às editoras tradicionais que não lhes abrem as portas.
A obra teve sua primeira edição em 2000 pela Editora Mercado Aberto e, agora, com alguns poemas reescritos, outros suprimidos e o acréscimo de novos, mostra permanência e atualidade na forma e no conteúdo. Camargo toma a persona pública de Adão e a faz falar com Eva na sua representação de mulher contemporânea. Os poemas são independentes, mas há uma visão de conjunto na narrativa poética, envolvendo o amor, a fala masculina, a mulher e aspectos do mundo moderno.
Dilan, assim como Chico Buarque e Vinicius de Moraes, é profundo conhecedor da alma feminina e seus versos convidam a buscar novas falas para homens e mulheres e a trilhar novos caminhos, buscando uma nova humanidade, liberta de estereótipos escravizadores e visões egoístas e maniqueístas.
Ao invés de "jogar tênis", em que um ganha e outro perde, não seria melhor "jogar frescobol", onde não há vencedores ou perdedores e só prazer e saúde? Como se vê, a reedição do livro de Dilan é oportuna e merece ser lida com prazer. Tom Jobim sintetizou que é impossível ser feliz sozinho.
Nossa saudosíssima professora Tania Franco Carvalhal, na apresentação, escreveu: "Como título de A fala de Adão, Dilan entrega ao leitor um conjunto de poemas que se identificam, principalmente, pelo equilíbrio. Desde os primeiros versos nele reconhecemos o poeta com o domínio pleno do ritmo e com sensibilidade para o corte exato. Quer dizer, no livro, o poema se completa onde deve acabar, não há excessos".
Na orelha da reedição, nosso não menos saudosíssimo Moacyr Scliar escreveu: "Em A fala de Adão, Dilan dá ao mito bíblico original forma poética. O que temos aqui, em realidade, é uma verdadeira interpretação da condição masculina. O Adão que estes versos retratam é, antes de tudo, uma criatura surpreendente, perplexa".
Dilan Camargo formou-se em Direito, é mestre em Ciência Política, foi membro do Conselho Estadual de Cultura, fundador e presidente da Associação Gaúcha de Escritores, coordenou a Oficina de Poesia do Instituto Fernando Pessoa e organizou três antologias de poetas do Rio Grande do Sul. Publicou muitos livros de poemas infantis e contos. Recebeu, entre outros, o Prêmio Açorianos de Literatura e o Prêmio Ages de Livro do Ano.

A propósito...

A fala de Adão foi autografado na Feira do Livro dia 2 de novembro e, realmente, é uma obra que sintetiza a poesia do autor. Dilan Camargo, além de propor, com seus versos, novos caminhos para nossos imprescindíveis diálogos, também rememora o pai, a mãe, a infância, os amores que se foram e a passagem do tempo, na memória e fora dela. Memória, que é aonde as coisas acontecem muitas vezes. "A memória é de pedra/resta apascentá-la, adormecê-la/com velhas cantigas já esquecidas" são versos do poema Esquecimento, de Dilan, que estão no livro.
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