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- Publicada em 11 de Novembro de 2015 às 22:30

A obra do cuidado

Durante este mês, acontece a campanha Novembro Azul, que faz um alerta sobre o câncer de próstata, que já é a segunda maior causa de morte entre homens em todo o mundo. Iniciativas deste tipo proporcionam aumento do conhecimento público de aspectos da saúde humana - neste caso, a masculina - que precisam de atenção. Midiatizam também a questão do desenvolvimento da sempre necessária obra do cuidado.
Durante este mês, acontece a campanha Novembro Azul, que faz um alerta sobre o câncer de próstata, que já é a segunda maior causa de morte entre homens em todo o mundo. Iniciativas deste tipo proporcionam aumento do conhecimento público de aspectos da saúde humana - neste caso, a masculina - que precisam de atenção. Midiatizam também a questão do desenvolvimento da sempre necessária obra do cuidado.
Nossa sociedade se preocupa com questões relacionadas à saúde. Há o desejo de aproveitar ao máximo a vida, de preferência por muitos anos. Porém, sabendo que a condição humana é marcada pela fragilidade, Deus nos confia o cuidado do mesmo e, como diz nosso Papa Francisco, nos interpela e à nossa inteligência para reconhecer como devemos orientar, cultivar e limitar o nosso poder.
O ser humano pode tanto, mas não pode tudo. Deve certamente empenhar meios e recursos para proporcionar a todos o necessário para uma existência digna. É convidado a orientar o próprio saber em vista de um conhecimento sempre mais profundo e amplo da sua condição.
É incentivado a cultivar o senso de pertença a um corpo social, pelo qual é corresponsável. Não pode, porém, ter a pretensão de tornar-se senhor da vida e da morte, da saúde e da doença, do imanente e do transcendente.
A obra do cuidado pressupõe inteligência, atenção, criatividade, senso de pertença, corresponsabilidade. Ela é sempre necessária; faz parte da essência humana. Quando não desenvolvida, as consequências se fazem sentir.
Em se tratando da saúde humana, damo-nos conta de que a obra do cuidado é importante. Damo-nos também conta de que ela atinge todas as dimensões que compõem a existência humana: corporeidade, relações, sentimentos, inteligência, mundo ambiente, água, ar, terra, céu!
O ser humano traz no seu íntimo o desejo, o sonho de um mundo integrado e integrador; espera e se empenha pelo desenvolvimento de um novo paradigma marcado pela convivialidade; se empenha pela construção de uma "terra sem males". Deseja fundamentalmente saúde (=Salus, salvação).
A obra do cuidado toca aspectos essenciais da existência humana. O ser humano sabe ser habitante do planeta terra e, por isso, é marcado pela condição que o espaço e o tempo lhe impõem: fragilidade. O tempo é uma realidade marcada pela saga do universo e pela prática humana. Ao mesmo tempo aponta para um horizonte de esperança caracterizado pela utopia, como expressão de plenificação futura do ser humano. O espaço é também algo que o coloca inserido num contexto maior: o mundo ambiente! Ao mesmo tempo, o situa entre a terra e o céu, o presente e o futuro, o imanente e o transcendente, a morte e a vida.
A obra do cuidado se empenha por trazer o céu para dentro da terra, o futuro para dentro do presente, o transcendente para dentro do imanente, a vida para dentro das situações de morte. É o desenvolvimento desta obra que proporciona, ao ser humano, desenvolver-se em sua humanidade.
Assim, a indicação que nos vem da campanha Novembro Azul nos convoca para o necessário cuidado com a própria condição marcada por fragilidade; evoca a necessidade de uma "ecologia integral", vivida com alegria e autenticidade, no espaço e no tempo. Mas provoca-nos, sobretudo, a tomar consciência de que se nossa real condição é marcada por fragilidade, a obra tipicamente humana do cuidado proporciona esperança e salvação.
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