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Aeroportos

- Publicada em 18 de Novembro de 2015 às 22:03

Privatização faz suíça Dufry duplicar lojas no País

Líder mundial no setor projeta ter 135 lojas até março de 2016 nos principais terminais aéreos brasileiros

Líder mundial no setor projeta ter 135 lojas até março de 2016 nos principais terminais aéreos brasileiros


DOUGLAS COMETTI/FOLHAPRESS/JC
O atual cenário econômico é adverso para o mercado de viagens - o consumidor está gastando menos, especialmente em dólar, e as companhias aéreas estão cortando voos no Brasil. Mesmo assim, a suíça Dufry, líder mundial no varejo em aeroportos, segue com o seu maior plano de expansão no País. A companhia vai dobrar em menos do um ano o número de unidades. Ela chegará em março do ano que vem com pelo menos 135 lojas, 67 delas inauguradas a partir de maio. Além das lojas multimarcas, a Dufry cresce com espaços exclusivos de grifes como Apple e Mont Blanc nos aeroportos.
O atual cenário econômico é adverso para o mercado de viagens - o consumidor está gastando menos, especialmente em dólar, e as companhias aéreas estão cortando voos no Brasil. Mesmo assim, a suíça Dufry, líder mundial no varejo em aeroportos, segue com o seu maior plano de expansão no País. A companhia vai dobrar em menos do um ano o número de unidades. Ela chegará em março do ano que vem com pelo menos 135 lojas, 67 delas inauguradas a partir de maio. Além das lojas multimarcas, a Dufry cresce com espaços exclusivos de grifes como Apple e Mont Blanc nos aeroportos.
Presente no País há cerca de 40 anos, a empresa suíça está aproveitando uma janela de oportunidade para ocupar espaço. "A concessão dos aeroportos foi o grande propulsor desse movimento de expansão. Tivemos a oportunidade de negociar livremente com a concessionária o melhor uso do espaço comercial do aeroporto. Com a Infraero, precisamos participar de licitações", explicou o diretor-geral da Dufry no Brasil e na Bolívia, Gustavo Fagundes.
Em função disso, a maior parte das novas lojas será inaugurada nos aeroportos privados. Só em Guarulhos, a empresa inaugurou 13 lojas desde maio e terá mais quatro até março. O novo terminal de Viracopos, que deve estar pronto no início do ano que vem, terá 11 lojas. E o Galeão receberá 15 novas unidades no período. "A expansão faz sentido no médio e longo prazos. Ocupar os melhores pontos comerciais nos principais aeroportos é uma questão estratégica, mesmo em tempos de crise, para evitar a entrada de concorrentes", explica Marcos Hirai, sócio da consultoria BG&H, especialista em projetos de expansão para o varejo.
Além das lojas multimarcas, a Dufry traz lojas exclusivas de grifes estrangeiras no formato "duty free", com isenção de impostos. A companhia já é dona de lojas de bandeiras como Michael Kors e Victoria's Secret e está procurando novas marcas.
Entre as novas unidades, a que mais cresce é a loja de conveniências americana Hudson News, comprada pela Dufry em 2008. "A empresa viu que era possível internacionalizá-la, e o Brasil é um dos principais países para isso", diz Fagundes. A primeira loja Hudson News foi aberta em abril de 2014, no aeroporto de Brasília. Hoje, há 30 unidades no Brasil, mas a Dufry vê espaço para 50 lojas.
O executivo da Dufry admite que a rede não está imune à crise econômica e sentiu o impacto da alta do dólar na operação brasileira. Na sua divulgação de resultados financeiros, a companhia informou que faturou 382,6 milhões de francos suíços (cerca de R$ 1,55 bilhão) entre janeiro e setembro deste ano no Brasil e na Bolívia, volume 25% inferior ao registrado no mesmo período do ano passado.
A Dufry desenhou uma estratégia para continuar a vender em tempos em que o dólar encosta nos R$ 4,00. Uma das ações planejadas é abrir lojas também nas áreas de embarque de voos nacionais - nessas, há incidência de impostos nos produtos. "Faz sentido. Com o dólar alto, muitos brasileiros vão trocar voos internacionais por nacionais. Os terminais domésticos terão mais pessoas de alta renda e precisam adequar a oferta", explica o consultor da BG&H.
Nas lojas dos terminais internacionais, que vendem em dólar, a Dufry tenta atrair o brasileiro com descontos, especialmente nos produtos campeões de venda, como o uísque. "Negociamos com os fornecedores para oferecer promoções. O consumidor não vai encontrar nada mais barato no mercado", disse Fagundes. Ele cita como exemplo um pacote com quatro garrafas de uísque Red Label, da Johnnie Walker por US$ 60. Cada unidade sai por menos de R$ 60,00 no dólar atual - em pesquisa nas varejistas on-line o menor preço encontrado pela garrafa do uísque foi de R$ 79,58.
Outra estratégia é inovar nas prateleiras. A Dufry é hoje a única varejista que oferece a versão Green Label do uísque da marca Johnnie Walker, garante Fagundes. "É um produto desejado pelo consumidor e encomendamos uma edição limitada para oferecer nas nossas lojas", afirma o executivo. Outro exemplo são os produtos de tratamento capilar da Kérastase, que, no Brasil, só estão disponíveis na Dufry ou em salões de beleza.

Governo quer pagamento antecipado nas novas concessões de aeroportos

Padilha anuncia para próximos dias a definição sobre mudança nos critérios de outorga

Padilha anuncia para próximos dias a definição sobre mudança nos critérios de outorga


MARCELLO CASAL JR/ABR/JC
Os compradores das concessões dos quatro aeroportos que serão leiloados em 2016 poderão ter de pagar antecipadamente toda ou parte da outorga, espécie de aluguel pela administração dos terminais. De acordo com o ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha, o governo definirá, nas próximas semanas, sobre a antecipação da outorga.
Na semana passada, foram divulgados os estudos de viabilidade que vão basear o edital do leilão dos aeroportos de Fortaleza (CE), Salvador (BA), Florianópolis (SC) e Porto Alegre (RS). De acordo com o ministro, as disputas estão previstas para o fim do primeiro semestre de 2016. "Só falta definirmos o percentual de participação da Infraero para enviarmos as minutas de edital para o Tribunal de Contas da União", informou Padilha.
Se o valor da outorga for antecipado, será uma grande mudança em relação ao modelo utilizado nos cinco leilões de aeroportos já realizados. Pela regra atual, o vencedor paga anualmente, pelo prazo de 20 a 30 anos, um valor fixo pela outorga, além de um percentual variável que pode chegar a 10% do faturamento. Agora, no contexto de piora acentuada nas suas contas, o governo tenta conseguir receitas de outras fontes, inclusive das concessões, para garantir o ajuste fiscal.
Antecipar o pagamento torna o custo maior para os interessados, que terão de pegar financiamento para realizar a operação. O custo de financiamento acaba sendo repassado ao consumidor. Com o pagamento diluído ao longo do tempo, esses valores podem ser quitados com o caixa da própria empresa.