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JC Logística

- Publicada em 12 de Novembro de 2015 às 15:52

Taxistas cariocas retomam protestos para barrar o Uber

Mobilização pelas ruas da capital fluminense começou com 800 participantes e, horas depois, acabou com 50

Mobilização pelas ruas da capital fluminense começou com 800 participantes e, horas depois, acabou com 50


MIGUEL SCHINCARIOL/AFP/JC
O quarto protesto de taxistas realizado este ano no Rio de Janeiro contra o aplicativo Uber, que deu um nó no trânsito na semana passada - fechando os túneis Santa Bárbara e Rebouças, a Autoestrada Lagoa-Barra, a Praça da Bandeira e ruas como a Pinheiro Machado, em Laranjeiras -, foi liderado por André de Oliveira, de 36 anos, que sequer é dono de autonomia. Ele trabalha há dois anos com licença de motorista auxiliar. André do Táxi, como é conhecido, também concorreu em 2014 pelo Solidariedade (SD) a uma vaga de deputado federal, mas suas pretensões acabaram esbarrando na Justiça eleitoral.
O quarto protesto de taxistas realizado este ano no Rio de Janeiro contra o aplicativo Uber, que deu um nó no trânsito na semana passada - fechando os túneis Santa Bárbara e Rebouças, a Autoestrada Lagoa-Barra, a Praça da Bandeira e ruas como a Pinheiro Machado, em Laranjeiras -, foi liderado por André de Oliveira, de 36 anos, que sequer é dono de autonomia. Ele trabalha há dois anos com licença de motorista auxiliar. André do Táxi, como é conhecido, também concorreu em 2014 pelo Solidariedade (SD) a uma vaga de deputado federal, mas suas pretensões acabaram esbarrando na Justiça eleitoral.
Na prestação de contas de sua campanha, aparecem como principais doadores (pessoas físicas), o atual secretário estadual de Transportes, Carlos Roberto Osorio, e o deputado estadual Jorge Felippe Bethlem (PSD), filho do ex-secretário municipal Rodrigo Bethlem e neto do vereador Jorge Felippe, presidente da Câmara do Rio.
Na sua ficha da Polícia Civil, o líder do movimento tem três anotações criminais: duas acusações de violência e ameaça contra a mulher (Lei Maria da Penha); e outra relativa a uma suposta fraude contra a Caixa Econômica Federal. André do Táxi foi ainda barrado pela Lei da Ficha Limpa, tendo a candidatura negada pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Mesmo assim concorreu, sub judice e no processo, que transitou em julgado após as eleições e o TSE manteve a decisão que negou o registro. Bethlem disse que as doações dadas a André do Táxi foram legais e registradas no TRE. Segundo ele, "é legítimo que qualquer categoria profissional queira ter representação política".
André do Táxi, que preside a Associação de Assistência aos Motoristas de Táxi do Brasil, no entanto, disparou em sua defesa. "Sou motorista de táxi há 13 anos, e há dois estou dedicado em tempo integral à associação. Sei que tenho vários homônimos com uma série de processos. Na última vez que fui tirar certidão negativa, consegui o 'nada consta'".
Considerado por colegas como o mais "articulado" dos taxistas, por evitar hostilidades com repórteres e lidar com desenvoltura com autoridades, não é consenso entre os manifestante. "Toda a chance que tem, ele aparece. É um político. Eles (André e as autoridades) já se conhecem, é uma carta marcada. Nunca o vi num táxi", disse um taxista que participava do protesto e que pediu anonimato.
Também houve protestos de taxistas na quarta-feira da semana passada em outras capitais, como São Paulo e Brasília. No Rio, foi organizado contra a liminar judicial que impede o Detro e a Secretaria municipal de Transportes de punir motoristas do Uber. Às 6h, havia cerca de 800 manifestantes, mas, durante o trajeto, o ato foi perdendo a adesão, até finalizar com 50 participantes às 16h30, em frente ao Tribunal de Justiça.
O grupo saiu da prefeitura, na Cidade Nova. No trajeto até o Palácio Guanabara, em Laranjeiras, fechou o Túnel Santa Bárbara e ocupou por duas horas e 45 minutos a rua Pinheiro Machado, no sentido zona Sul. Devido à lentidão, motoristas e passageiros demoraram para chegar a seus destinos e perderam compromissos. Morador da Freguesia, em Jacarepaguá, o administrador Hércules Carvalho levou três horas num ônibus até a Gávea, onde trabalha. Um trajeto que normalmente dura a metade do tempo.
Como outros passageiros, ele teve ainda que desembarcar dentro do Túnel Rafael Mascarenhas, e seguir a pé. "Não dá para fechar o trânsito todo por causa de uma categoria que, a cada dia, dá argumentos para a população pegar outro tipo de transporte. Qualquer protesto é valido, desde que não afete o ir e vir." O gestor de investimentos Moises Swirski, foi outro que perdeu o voo. Ele estava no Leblon e só conseguiu chegar ao Santos Dumont porque pegou carona com um amigo. Ele remarcou a passagem para São Paulo, porque a companhia tomou conhecimento do protesto. "Os táxis não estavam pegando passageiros."
Um grupo de taxistas foi recebido pelos secretários estaduais de Transportes, Carlos Roberto Osorio, e de Governo, Affonso Henriques Monnerat. A comissão foi informada que a Procuradoria não recorreria contra a liminar. No TJ, esteve com o presidente Luiz Fernando Ribeiro de Carvalho, para falar do que considera "aspectos ilegais" do Uber. Haverá novas reuniões com Osorio.
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