Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Empresas & Negócios

- Publicada em 23 de Novembro de 2015 às 17:43

Investimentos de impacto social no Brasil podem chegar a R$ 50 bilhões em 2020

Thaís Seganfredo
O volume de investimentos de impacto no Brasil pode aumentar de R$ 13 bilhões em 2014 para R$ 50 bilhões em 2020. A constatação é da Força Tarefa Brasileira de Finanças Sociais, um grupo que reúne representantes de diversos setores com o intuito de buscar soluções sistêmicas para atrair mais capital a fim de financiar inovações que aliem impacto social e sustentabilidade financeira.
O volume de investimentos de impacto no Brasil pode aumentar de R$ 13 bilhões em 2014 para R$ 50 bilhões em 2020. A constatação é da Força Tarefa Brasileira de Finanças Sociais, um grupo que reúne representantes de diversos setores com o intuito de buscar soluções sistêmicas para atrair mais capital a fim de financiar inovações que aliem impacto social e sustentabilidade financeira.
O grupo lançou, neste mês, o estudo “Finanças Sociais: soluções para desafios sociais e ambientais – uma nova mentalidade para gerenciar recursos e necessidades na sociedade”, em que traz 15 recomendações para a expansão dos investimentos de impacto, ou seja, os recursos privados e públicos via instrumentos financeiros, que visam produzir impacto socioambiental com sustentabilidade financeira, podendo ou não gerar retorno financeiro sobre o capital investido.
De acordo com a Força Tarefa, os R$ 13 bilhões de investimentos atuais representam apenas 3% do total de recursos disponíveis para o campo social. Entre os fatores que explicam o pouco aproveitamento do potencial, estão a falta de hábito no investimento em ONGs, como aponta Célia Cruz, diretora executiva da Força Tarefa. “Nos próprios bancos, ainda não existem produtos que agreguem impacto social e performance. Estamos falando agora com várias instituições sobre isso, sobre a possibilidade de fazer empréstimos para ONGs, por exemplo”, relata.
Um estudo do núcleo brasileiro da Aspen Network of Development Entrepreneurs (Ande) aponta outros obstáculos a serem superados na área, como a dificuldade dos investidores em identificar potenciais empresas que atendem a seus critérios e a falta de capital semente para o desenvolvimento de negócios sociais em fase de idealização. O grupo cita ainda a concentração dos investimentos nos estados da região sudeste, enquanto regiões como a nordeste são as mais negligenciadas. Com relação às áreas sociais, a educação, a inclusão financeira e os serviços de saúde são as maiores beneficiadas. Ainda assim, o estudo aponta que o número de novos investidores triplicou entre 2012 e 2013, um indício do potencial de crescimento do campo.
Para superar esses desafios e atingir o valor esperado até 2020, a Força Tarefa Brasileira de Finanças Sociais lançou uma série de recomendações. “Uma delas é que as famílias de alta renda solicitem aos seus bancos e a seus fundos gestores que criem produtos de impacto, e que elas se comprometam a mover entre 1% e 3% do seu patrimônio para esses produtos”, afirma Célia. Segundo a diretora, esse percentual tem base em conversas com possíveis investidores, que têm interesse em investir.
Outra meta tem relação com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). “O Banco lançou um fundo de R$ 2 bilhões focado na área de educação, saúde, economia criativa e fundos de impacto social. Este é um dos atores que mais podem causar uma mudança sistêmica”, acredita Célia. A recomendação da Força Tarefa é que o BNDES direcione, até 2020, 5% dos seus aportes anuais de recursos não reembolsáveis para a capitalização de Fundos Sociais.
O Sebrae é outra instituição com papel fundamental na estratégia, por ser referência nacional como indutor de desenvolvimento para os pequenos negócios. O grupo sugere que o Sebrae inclua conteúdos de finanças sociais e negócios de impacto nas suas mais diversas estratégias de formação, com o objetivo de atingir 100 mil empreendedores até 2020. Além disso, o estudo sugere que as empresas criem estratégias e políticas internas a fim de que 5% de suas compras corporativas sejam feitas de negócios de impacto. O documento cita o caso de uma empresa nacional de cosméticos, que atingiu a meta de 10% de sua matéria-prima com origem na Amazônia.
As demais recomendações visam fortalecer todas as pontas da cadeia, como a produção de conhecimento, as aceleradoras e incubadoras de projetos e as políticas públicas. Nesse caso, a expectativa é que o governo federal crie uma secretaria com foco em Finanças Sociais, vinculada ao Ministério da Fazenda, do Planejamento ou à Casa Civil.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO