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Consumo

- Publicada em 03 de Novembro de 2015 às 11:53

Alta do dólar promove Natal dos produtos nacionais

Itens importados devem pesar mais no bolso do consumidor, chegando a preços 30% maiores neste ano

Itens importados devem pesar mais no bolso do consumidor, chegando a preços 30% maiores neste ano


FREEIMAGES.COM/DIVULGAÇÃO/JC
Quem costuma elaborar uma ceia de Natal recheada de produtos importados deve preparar o bolso para preços até 30% maiores neste ano. A estimativa é da Associação Brasileira de Exportadores e Importadores de Bebidas e Alimentos (Abba). De acordo com o presidente da Abba, Adilson Carvalhal Junior, a venda de bebidas e alimentos importados deve cair cerca de 10% neste ano, em relação a 2014. "O consumidor vai migrar para um produto que cabe no seu bolso, pois a inflação disparou e corroeu a renda."
Quem costuma elaborar uma ceia de Natal recheada de produtos importados deve preparar o bolso para preços até 30% maiores neste ano. A estimativa é da Associação Brasileira de Exportadores e Importadores de Bebidas e Alimentos (Abba). De acordo com o presidente da Abba, Adilson Carvalhal Junior, a venda de bebidas e alimentos importados deve cair cerca de 10% neste ano, em relação a 2014. "O consumidor vai migrar para um produto que cabe no seu bolso, pois a inflação disparou e corroeu a renda."
Temendo afastar o cliente, que já tem reduzido suas compras a níveis históricos, alguns varejistas, no entanto, têm optado por reduzir a margem de lucro e amenizar o repasse da alta do dólar. Quem fechou preço com os fornecedores no primeiro semestre, com o dólar abaixo dos R$ 3,50, também garante que o repasse não deve chegar a 10%. A alta da moeda norte-americana também pesou sobre os enfeites de Natal, que são 100% importados da China. 
"Esta é a maior crise vivida pelo setor pelo menos nos últimos 15 anos", afirma Gustavo Dedivitis, presidente da Associação Brasileira de Importadores, Produtores e Distribuidores de Bens de Consumo (Abcon). Segundo ele, em média, o faturamento dos associados já caiu 50% neste ano, levando muitas importadoras a fechar as portas. Número que tende a aumentar em janeiro. "Após o pagamento do 13º aos funcionários, será uma quebradeira total", prevê.
O problema, explica ele, é que os produtos encareceram e, como os consumidores não compram, muitas empresas estão com os estoques encalhados e mal conseguem pagar os chineses. Televisores, eletroportáteis e eletrônicos da linha branca, compostos em boa parte por componentes importados, também já estão mais caros. E, diferentemente dos anos anteriores, quando as vendas do último trimestre cresciam entre 15% e 20%, o presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), Lourival Kiçula, estima que serão vendidos 30% menos televisores, 17% menos produtos da linha branca e 14% menos portáteis.

Vinhos brasileiros devem ser os protagonistas

Ibravin estima vendas 20% maiores

Ibravin estima vendas 20% maiores


JONATHAN HECKLER/JC
Se os vinhos importados correm o risco de encalhar nas prateleiras por causa da pressão do dólar nos preços, o mercado nacional está rindo à toa. Apesar de os vinhos fabricados no Brasil também terem ficado mais caros neste ano - em média 15% - em razão do aumento dos custos das vinícolas com energia elétrica, transporte e insumos importados, o setor deve fechar 2015 com um aumento de 20% nas vendas em relação ao ano passado. Os dados são do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) e incluem o mercado de espumantes.
De acordo com o gerente de Promoção do Ibravin, Diego Bertolini, o setor já começou o ano bem. A vendas das duas bebidas cresceram 15% no primeiro trimestre na comparação com igual período de 2014. Neste fim de ano, o incremento deve vir de uma mudança de estratégia do varejo. "Os próprios supermercadistas são importadores e, como a alta do dólar fez a margem de lucro diminuir, já que não podem repassar tudo a um consumidor que tem comprado menos, não é mais tão vantajoso importar vinho. Então, eles também têm nos procurado mais para abastecer as prateleiras", conta.
Segundo Bertolini, o bom ano do mercado nacional se deve, sobretudo, a esse tipo de mídia gratuita. Desde o primeiro semestre, a produção de vinhos vem ganhando destaque em reportagens de TV e na mídia impressa, com a divulgação de estudos recentes que mostram os benefícios do consumo de vinho e derivados para a saúde. O mercado nacional ainda tem espaço para crescer. O consumo médio, dois litros anuais por pessoa, é considerado pequeno. Na Argentina, por exemplo, se consomem 20 litros anuais per capita. Entre os espumantes, 80% do consumo brasileiro é de produto nacional. Já no mercado de vinhos, essa proporção é inversa.
De acordo com o Ibravin, nos supermercados do Rio é possível encontrar bons vinhos nacionais por R$ 30,00 a garrafa. Quem bebe vinho com frequência, como o médico Helcias Brito, de 59 anos, diz que a receita é pesquisar. "É possível encontrar bons vinhos a preços baixos. Estive na Serra gaúcha e comprei 40 garrafas. Mas também há vinhos nacionais regulares sendo vendidos por mais de R$ 100,00, enquanto um importado de qualidade superior pode ser encontrado por R$ 80,00", conta. Tanto os vinhos nacionais, quanto os importados devem ficar mais caros em 2016. Isso porque, a partir de 1 de dezembro, entram em vigor as alíquotas maiores do IPI para vinhos e destilados.