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- Publicada em 02 de Novembro de 2015 às 21:24

Liderança por Andreola

 ROGES GRANDI CRÉDITO ARQUIVO PESSOAL

ROGES GRANDI CRÉDITO ARQUIVO PESSOAL


ARQUIVO PESSOAL/DIVULGAÇÃO/JC
O professor Balduíno Andreola, gaúcho de Caxias do Sul, Doutor em Educação pela Université Catholique de Louvain, na Bélgica, escreveu “Dinâmica de Grupo: Jogo da Vida e Didática do Futuro”. Editado pela Vozes, esse livro já foi traduzido para outros idiomas e está em sua 28º edição. Traz reflexões úteis sobre um tema cada vez mais necessário de pensarmos em todas as esferas administrativas: a Liderança.
O professor Balduíno Andreola, gaúcho de Caxias do Sul, Doutor em Educação pela Université Catholique de Louvain, na Bélgica, escreveu “Dinâmica de Grupo: Jogo da Vida e Didática do Futuro”. Editado pela Vozes, esse livro já foi traduzido para outros idiomas e está em sua 28º edição. Traz reflexões úteis sobre um tema cada vez mais necessário de pensarmos em todas as esferas administrativas: a Liderança.
Andreola medita, por exemplo, sobre preconceitos do tipo “um líder nasce líder”. Contra-argumenta afirmando que todas as pessoas trazem consigo um cabedal de potencialidades que devem ser desenvolvidas. Sobre o mito de que “liderança não se adquire”, diz que “este preconceito mata, antes ainda que se revelem, possibilidades imensas dos indivíduos e dos grupos... cabe ao professor, ao chefe, ao dirigente descobrir capacidades nas pessoas, e proporcionar situações para que tais capacidades se revelem e desenvolvam. Desta forma estarão promovendo novas lideranças, a serviço do grupo.”
De forma bastante didática, caracteriza os principais tipos de líderes: autocrático, paternalista, laissez-faire (deixa correr) e democrático. O autocrático é autoritário, concentra o poder de decisão. Dita sozinho as normas e as atividades do grupo. Não promove lideranças. Mata o entusiasmo. Só manda, proíbe, ameaça, exige, castiga. Na ciência da comunicação, pode ser representado como o elemento concentrador/emissor de informações. Um líder paternalista tem perfil oposto: quer fazer tudo, não valoriza a iniciativa alheia, tende a criar individualidades infantis, indecisas e inseguras. Interessante que, à semelhança do autocrático, essa forma de atuação também inibe a formação de lideranças. “Se o autocrático mantém o grupo dependente através da dominação, o paternalista obtém o mesmo resultado através da superproteção.” O laissez-faire é um caso especialmente complicado. Ao contrário dos outros dois, não toma iniciativa nenhuma. “Não assume, não dirige, não coordena. É inseguro e desligado. O grupo se desintegra, pelo desinteresse ou pelos conflitos que se criam.” Não promove lideranças por não propiciar sequer coordenação. O grupo pode ser representado neste caso como gases dispersos, descoordenados. O quarto e último perfil apresentado por Andreola é o democrático. Esse tipo de líder valoriza as ideias e iniciativas do grupo. Coordena, anima, promove a participação e a cooperação, favorecendo o surgimento de lideranças. Pode ser representado por um grafo com ligações multidirecionais.
Todos nós temos nos arquétipos de nossas personalidades elementos autocráticos, paternalistas, laissez-faire e democráticos. Temos de saber utilizá-los com sabedoria e discernimento. Existem momentos em que somos autocráticos, exercendo autoridade. Em outros, somos paternalistas, quando protegemos o grupo de alguma ameaça. Em algumas situações, deixamos que o assunto se resolva por si. Ser democrático, exercitando em amplitude a rede de comunicação do grupo dá trabalho, uma vez que exige muita coordenação. Mas é a atitude preferível na maioria dos casos, uma vez que promove reflexões, amadurecimento, iniciativa e, consequentemente, surgimento de lideranças no grupo.
Esses são alguns dos aprendizados que podemos ter ao ler Andreola. Recomendo sua leitura, assim como a de outros expoentes sobre o tema no Brasil, como o paranaense e também extremamente competente Mário Sérgio Cortella.
Professor da Estácio de Sá do Rio Grande do Sul
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