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Operação Lava Jato

- Publicada em 21 de Outubro de 2015 às 19:58

PSDB pede investigação de Dilma e Lula na CPI

Parlamentares participaram de reunião para votar documento

Parlamentares participaram de reunião para votar documento


ZECA RIBEIRO/CÂMARA DOS DEPUTADOS/JC
O PSDB propôs ontem, durante a sessão da CPI da Petrobras, a abertura de inquérito para investigar a presidente Dilma Rousseff (PT), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro da Comunicação Social, Edinho Silva (PT), por suspeitas de participação no esquema de corrupção na estatal.
O PSDB propôs ontem, durante a sessão da CPI da Petrobras, a abertura de inquérito para investigar a presidente Dilma Rousseff (PT), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro da Comunicação Social, Edinho Silva (PT), por suspeitas de participação no esquema de corrupção na estatal.
A exemplo do P-Sol, os tucanos entregaram um voto em separado na sessão de ontem do colegiado. O parecer não contém nenhum pedido de indiciamento. O documento também solicita investigação aos ex-ministros petistas Antonio Palocci, José Dirceu, Guido Mantega, Gilberto Carvalho e Ideli Salvatti.
Os tucanos argumentam que esses oito petistas compunham o núcleo estratégico do esquema, por isso a necessidade de instauração de inquéritos civis e criminais.
"O Palácio do Planalto tinha, sim, pleno conhecimento do esquema (...). Tanto o governo de Lula, quanto o da atual presidente foram beneficiados direta e indiretamente", afirmou o deputado Izalci (PSDB-DF), que leu o resumo do voto.
O PSDB propõe também a abertura de apuração envolvendo outros 49 políticos, incluindo quase todos os parlamentares que já respondem a inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF), entre eles o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
A lista do partido deixou de fora os nomes dos senadores tucanos Antonio Anastasia (MG) e Aloysio Nunes Ferreira (SP).
No caso de Anastasia, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu o arquivamento do inquérito, mas a Polícia Federal quer a continuidade das investigações.
Aloysio é investigado pelo STF por ter sido citado pelo empreiteiro Ricardo Pessoa, da UTC. O caso não tem ligação direta com a Lava Jato, mas há suspeita de caixa-2.
O partido incluiu na mira de seus pedidos de apuração três personagens já falecidos: o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), o ex-deputado federal José Janene e o ex-presidente do próprio PSDB Sérgio Guerra.
Todos aparaceram no curso da Operação Lava Jato sob suspeita de serem parte do esquema.
A sessão de ontem começou por volta das 15h30min, mas foi suspensa às 17h30min para que os integrantes do colegiado pudessem registrar presença e acompanhar as votações no plenário.
A reunião foi retomada à noite, mas a votação do relatório da CPI deverá ocorrer apenas hoje.
Como há três relatórios o oficial e dois votos em separado , o colegiado terá de definir, por maioria, se aceita o parecer do relator ou se o aprova com alterações.
Em tese, os documentos de PSDB e P-Sol são apenas manifestações paralelas e não podem ser votados. Nada impede, porém, que o presidente da CPI, Hugo Motta (PMDB-PB), estabeleça uma nova interpretação. Caso contrário, restaria à oposição tentar incluir trechos do seu parecer no relatório afinal, assinado por Luiz Sérgio (PT-RJ).

Collor nega 'qualquer ingerência' na BR Distribuidora

O senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) negou "qualquer ingerência" na BR Distribuidora. O lobista Fernando Baiano, apontado pela Operação Lava Jato como operador de propinas do PMDB, afirmou que, em 2012, o então diretor financeiro da BR Distribuidora Nestor Cerveró (que havia sido diretor da área Internacional da Petrobras) comentou com ele sobre uma suposta pressão feita por Collor na subsidiária da estatal petrolífera.
De acordo com Fernando Baiano, Cerveró falou sobre "negociações envolvendo políticos, em que o tom, o contexto e as circunstâncias sugeriam tratar-se de negócios ilícitos".
"Se recorda de Nestor Cerveró ter comentado sobre uma negociação em que o senador Fernando Collor estaria pressionando para a BR Distribuidora adquirir uma quantidade enorme de álcool de uma safra futura, perante usinas indicadas pelo parlamentar, o que pareceu estranho ao depoente e a Nestor Cerveró, até mesmo pelo valor, que girava em torno de
R$ 1 bilhão", afirmou Baiano. Na delação, o lobista não diz se a compra se concretizou.
Por meio de nota, o senador negou "enfaticamente ter exercido qualquer ingerência muito menos pressão sobre a Petrobras ou sua subsidiária BR Distribuidora". "O senador não se dignará a responder a especulações infundadas de delator a partir do que supostamente ouviu dizer de terceira pessoa, e que não apontam concretamente qualquer fato específico, nem lhe atribuem prática de qualquer ilegalidade."
Collor já foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República por corrupção e lavagem de dinheiro. As investigações indicam que Collor recebeu R$ 26 milhões em propina entre 2010 e 2014 por um contrato de troca de bandeira de postos de combustível assinado pela BR Distribuidora. A denúncia contra Collor detalha lavagem de dinheiro usado pelo senador, com a compra de carros de luxo, além de delações que apontam entrega de dinheiro em mãos ao político.