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Política

- Publicada em 19 de Outubro de 2015 às 20:32

Justiça envia a STF pedido para investigar Nardes

Ministro do TCU teria se beneficiado de R$ 1,6 milhão de corrupção

Ministro do TCU teria se beneficiado de R$ 1,6 milhão de corrupção


VALTER CAMPANATO/ABR/JC
A Justiça Federal de Brasília decidiu ontem enviar ao Supremo Tribunal Federal (STF) a petição do Ministério Público Federal que aponta indícios de que o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Augusto Nardes recebeu recursos de uma das principais empresas investigadas na Operação Zelotes. A investigação da Polícia Federal apura suspeitas de fraudes no Carf, conselho vinculado ao Ministério da Fazenda que julga recursos de empresas multadas pela Receita Federal.
A Justiça Federal de Brasília decidiu ontem enviar ao Supremo Tribunal Federal (STF) a petição do Ministério Público Federal que aponta indícios de que o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Augusto Nardes recebeu recursos de uma das principais empresas investigadas na Operação Zelotes. A investigação da Polícia Federal apura suspeitas de fraudes no Carf, conselho vinculado ao Ministério da Fazenda que julga recursos de empresas multadas pela Receita Federal.
Após receber a documentação, o STF deverá enviá-la para a análise da Procuradoria-Geral da República (PGR), que pedirá ou não a abertura de um inquérito para investigar o ministro do TCU. Além de Nardes, é citado na petição o deputado federal gaúcho Afonso Motta (PDT), que foi vice-presidente jurídico e institucional da RBS, afiliada da Rede Globo no Rio Grande do Sul.
A RBS, que no Carf discutia uma multa aplicada pela Receita, contratou por R$ 11,9 milhões a firma SGR Consultoria, pertencente a um ex-conselheiro do Carf, José Ricardo da Silva, que por sua vez pagou, entre dezembro de 2011 e janeiro de 2012, R$ 2,55 milhões à firma Planalto, pertencente ao sobrinho de Nardes, Carlos Juliano, e que também teve como sócio, até 2005, o próprio ministro do TCU.
Segundo o Ministério Público, há indícios de que, do total recebido pela Planalto, R$ 1,6 milhão foi destinado a uma pessoa identificada em e-mails como "Tio", que, para o Ministério Público, trata-se de Augusto Nardes.
A Folha de S.Paulo revelou que Nardes ainda estava na sociedade quando a Planalto fechou, em 2005, o contrato com a SGR, tendo por objeto o recurso da RBS no Carf. Nardes deixou a Planalto em maio do mesmo ano para tomar posse no TCU.
A decisão de envio ao STF foi assinada pela juíza substituta da 10ª Vara Federal de Brasília, Célia Regina Ody Bernardes. Ela foi tomada dias depois de o primeiro pedido feito pelo Ministério Público ter sido rechaçado pelo juiz federal que então respondia pela 10ª Vara, Ricardo Augusto Soares Leite. Em vez de encaminhar os autos ao STF, o juiz decidiu devolver os documentos ao Ministério Público por considerar os indícios insuficientes.
Na semana passada, os procuradores protocolaram na 10ª Vara um recurso em sentido estrito para conseguir a reforma da decisão de Ricardo Leite. Ao analisar o recurso, a juíza Célia Regina decidiu que o caso não poderia continuar tramitando em primeira instância, sob pena de usurpação da competência do STF.
Tanto Nardes quanto Afonso Motta têm direito ao foro privilegiado, pelo qual só podem ser processados e julgados no STF, daí o envio dos autos ao tribunal.
Em entrevistas anteriores à Folha de S.Paulo, o ministro Nardes defendeu-se das suspeitas, disse que está afastado da empresa Planalto desde 2005 e afirmou desconhecer os pagamentos indicados durante a investigação da PF. Seu sobrinho e os advogados da SGR também negaram quaisquer irregularidades.
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