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- Publicada em 06 de Outubro de 2015 às 18:45

Líderes do PSDB reavaliam o apoio a Eduardo Cunha

Situação do peemedebista está ficando 'insustentável', dizem aliados

Situação do peemedebista está ficando 'insustentável', dizem aliados


JOSÉ CRUZ/ABR/JC
O PSDB informou ontem ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que vai pedir sua renúncia do cargo caso surjam documentos que comprovem que ele possui contas na Suíça. A avaliação entre tucanos é que a situação está ficando "insustentável" e já se cogita buscar uma "saída honrosa" para o peemedebista.
O PSDB informou ontem ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que vai pedir sua renúncia do cargo caso surjam documentos que comprovem que ele possui contas na Suíça. A avaliação entre tucanos é que a situação está ficando "insustentável" e já se cogita buscar uma "saída honrosa" para o peemedebista.
Vários parlamentares do PSDB já se manifestaram publicamente em defesa do afastamento de Cunha. O deputado Valdir Rossoni, do Paraná, por exemplo, divulgou, nas redes sociais, as fotos de Dilma e Cunha com uma pergunta: "Quem faz mais mal ao Brasil?". "Se o MP confirmar (as contas de Cunha na Suíça), a situação de Cunha ficaria insustentável", diz o deputado tucano Vanderlei Macris.
Na semana passada, o MP suíço comunicou à Procuradoria-Geral da República no Brasil a transferência de autos da investigação criminal aberta no país europeu que identificou ao menos quatro contas atribuídas a Cunha e parentes. Pelo menos US$ 5 milhões teriam sido bloqueados. De acordo com procuradores da Suíça, ele foi informado sobre o bloqueio das contas antes, Cunha negara que tivesse sido avisado pelo país europeu.
O presidente da Câmara já foi denunciado no Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção e lavagem de dinheiro. Ele é acusado de receber propina de US$ 5 milhões em contratos de navios-sonda da Petrobras. Cunha nega envolvimento com os crimes investigados pela Operação Lava Jato e sustenta que não possui contas na Suíça, a exemplo do que fez em depoimento na CPI da Petrobras, em março.
O PSDB vinha mantendo uma posição de apoio ao presidente da Câmara, apesar da acusação formal e das suspeitas que pesam contra ele. Tucanos reconhecem que o peemedebista e sua postura hostil ao Planalto foi fundamental para o cerco ao governo no Congresso. Cabe a Cunha a análise de pedidos de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).
Porém, o avanço das investigações da Lava Jato causa constrangimento ao PSDB. Na segunda-feira, o líder tucano na Câmara, Carlos Sampaio, afirmou que Cunha "tinha o benefício da dúvida".
No mesmo dia, reportagem da revista Piauí revelou trechos inéditos de um livro de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) Diários da Presidência, que será lançado no final deste mês no qual o ex-presidente revela que, em 1996, recusou um pedido para que Cunha fosse nomeado diretor comercial da Petrobras, porque conhecia suas "trapalhadas" na presidência da Telerj.
Ontem, Sampaio esteve no gabinete do presidente da Câmara e comunicou que o partido vai desembarcar da defesa dele se aparecerem extratos ou comprovantes de contas mantidas secretamente no exterior. Se ficar provado que Cunha mentiu perante seus pares, ele poderá ser processado por falta de decoro parlamentar. A intenção da legenda tucana, nesse caso, é defender uma "saída honrosa" a Cunha: a renúncia e a manutenção do mandato para que ele possa se defender com foro privilegiado.

Ministério Público da Suíça confirma notificação por bloqueio de contas

O Ministério Público (MP) da Suíça confirmou que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi notificado do bloqueio de contas naquele país. Em uma mensagem curta, o MP suíço identifica Cunha apenas por suas iniciais, E.C., e diz que ele foi informado do congelamento dos ativos financeiros. O Ministério Público suíço não quis detalhar quando isso aconteceu, nem quem foi o autor da notificação. Até o momento, o presidente da Câmara nega ter contas na Suíça e diz nunca ter sido informado sobre o caso.
O órgão suíço encontrou cerca de US$ 5 milhões em contas controladas pelo presidente da Câmara dos Deputados. No registro das contas, o nome de Cunha, da mulher, Cláudia Cruz, e de uma de suas filhas aparecem como reais responsáveis pela movimentação financeira. As informações foram repassadas às autoridades brasileiras, que passarão a investigar crime de lavagem de dinheiro. A investigação na Suíça foi aberta em abril, quando as contas bancárias do presidente da Câmara e de seus familiares foram bloqueadas. O presidente da Câmara é suspeito de receber propina por vazamento de informação privilegiada na venda para a Petrobras de um campo de petróleo no Benin, na África.
Na semana passada, Cunha já havia negado desconhecer o conteúdo das investigações. À época, ele reiterou o depoimento prestado na CPI da Petrobras de forma espontânea, em que negou a existência das contas.