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Opinião

- Publicada em 15 de Outubro de 2015 às 17:34

O temporal que fez relembrar o drama de 1941

Falta de luz, trânsito caótico, novo temporal na manhã de quinta-feira, após o de granizo de quarta-feira, 60 cidades em situação de emergência no Rio Grande do Sul, ruas e avenidas alagadas em Porto Alegre e no Interior. Por isso, decorridos mais de 74 anos em que a enchente de 1941 paralisou a Capital, a comparação entre o passado e o presente tornou-se inevitável. Aquela não foi a primeira menos ainda a última enchente em que o Guaíba fez a cidade sofrer.
Falta de luz, trânsito caótico, novo temporal na manhã de quinta-feira, após o de granizo de quarta-feira, 60 cidades em situação de emergência no Rio Grande do Sul, ruas e avenidas alagadas em Porto Alegre e no Interior. Por isso, decorridos mais de 74 anos em que a enchente de 1941 paralisou a Capital, a comparação entre o passado e o presente tornou-se inevitável. Aquela não foi a primeira menos ainda a última enchente em que o Guaíba fez a cidade sofrer.
No entanto, as chuvas daquele longínquo, mas até hoje muito bem-lembrado período, não tiveram a característica de tempestade de raios, ventos de 116 quilômetros horários, árvores caídas e avenidas alagadas como na noite de quarta-feira Porto Alegre, Rio Grande, Canoas, Pelotas e Rio Pardo foram algumas das comunidades mais atingidas.
Porém, há mais de sete décadas como agora, o transtorno bloqueou Porto Alegre e fez entrar para a história aqueles dias da enchente de 1941 como, certamente, a noite de 14 de outubro de 2015 também entrará para a história da Metrópole.
Horrível e situação desesperadora, as palavras mais pronunciadas por quem estava na Capital em 1941. Foram 619,4 milímetros de chuva que caíram sobre a cidade entre os dias 10 de abril e 12 de maio.
Quando as águas dos cinco afluentes do Guaíba começaram a descer na direção da Lagoa dos Patos houve um forte vento sul que represou o caudal. Daí, em poucas horas, as águas tomaram conta da cidade. A Usina do Gasômetro, cujo prédio está lá até hoje, na época ainda usando carvão, foi logo inundada. Sem energia, a Hidráulica do Moinhos de Vento também parou. Da mesma forma, a Carris e seus bondes. Porto Alegre tinha cerca de 275 mil habitantes.
A Capital ficou sem transporte coletivo, água encanada e luz por quase três semanas. Muitos perderam tudo, móveis e pertences em geral. Daí surgiu a expressão "abobados da enchente" para os que nasceram naqueles dias muito difíceis. Famílias inteiras deixaram suas moradias apenas com a roupa do corpo. Porto Alegre contabilizou 70 mil flagelados, quase um quarto da população. O Guaíba tem cheias periódicas, como as de 1928 e 1936. Também, depois de 1941, a de 1967, que originou a Vila Mapa (Movimento Assistencial de Porto Alegre), para levar pessoas em situação de risco. E a de 1984.
Por causa de 1941, convênio entre a União, Estado e a prefeitura de Porto Alegre fez o Sistema de Proteção Contra as Cheias, do qual fazem parte os diques de proteção da antiga avenida Castelo Branco e da Beira-Rio, sobre os quais foram construídas duas avenidas. Elas seriam ligadas por uma elevada que passaria em cima do Muro da Mauá, cujas fundações estão lá.
Em 1941 foi montado um Hospital Central de Atendimento, na rua Andrade Neves. As doenças eram as comuns à situação, em que todos viviam molhados, como febre paratifoide e leptospirose, sendo registradas 10 mortes. Granizo, chuva, frio e calor se alternando em poucas horas, um clima em mudança, pelo menos neste ano de 2015. As explicações são muitas, mas o que importa para a cidade são as consequências e como evitar tantos transtornos, o que é quase impossível dada a fúria dos elementos em poucas horas.
De novo, Porto Alegre ficou sem luz em vários bairros, centenas de pessoas deixaram de comparecer aos seus locais de trabalho e aulas foram suspensas. Uma noite de quarta-feira e um dia de quinta-feira quase de caos, mesmo com a volta da energia em algumas regiões da cidade.
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