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Opinião

- Publicada em 09 de Outubro de 2015 às 16:36

Razão e coração

Nas últimas semanas, a imprensa, tanto a brasileira como a internacional, vem publicando uma série de reportagens e artigos sobre a crise migratória da União Europeia (UE), com foco especial na Hungria. Para melhor entendimento dos desafios, gostaria de compartilhar algumas considerações sobre o assunto. É um desafio global, que requer uma resposta e solução globais, baseadas na participação global. A comunidade internacional, em vez de abordar as consequências dos conflitos, tem que atuar nas raízes da crise e concentrar-se em estabilizar os países de origem dos refugiados, mudando as condições que levaram à migração em massa. A Hungria propôs a criação de um sistema de cotas globais, já que a distribuição dos migrantes não deve estar apenas a cargo da Europa.
Nas últimas semanas, a imprensa, tanto a brasileira como a internacional, vem publicando uma série de reportagens e artigos sobre a crise migratória da União Europeia (UE), com foco especial na Hungria. Para melhor entendimento dos desafios, gostaria de compartilhar algumas considerações sobre o assunto. É um desafio global, que requer uma resposta e solução globais, baseadas na participação global. A comunidade internacional, em vez de abordar as consequências dos conflitos, tem que atuar nas raízes da crise e concentrar-se em estabilizar os países de origem dos refugiados, mudando as condições que levaram à migração em massa. A Hungria propôs a criação de um sistema de cotas globais, já que a distribuição dos migrantes não deve estar apenas a cargo da Europa.
Propomos também que a União Europeia assuma o financiamento dos campos de refugiados na Turquia, na Jordânia e no Líbano, além de construir novos campos para melhorar as condições dos refugiados. O governo húngaro sugeriu a criação de uma força comum da UE para defender as fronteiras da Grécia para que o maior fluxo migratório das últimas décadas chegue aos países de acolhimento de forma segura e legalmente prevista. A Europa está enfrentando a maior onda de migração desde a Segunda Guerra Mundial, neste ano, cerca de 350 mil imigrantes cruzaram as fronteiras da Hungria e esse número poderá alcançar 500 mil até o fim do ano 10 vezes superior ao registrado em 2014. É como se o Brasil tivesse que receber e auxiliar 8 milhões de imigrantes e refugiados durante um ano. A Hungria é um pequeno país com uma grande tarefa. É um dever internacional do nosso país controlar e defender as fronteiras externas da UE na região, fornecendo-lhes abrigo, alimentação, assistência médica e asilo. Na fronteira com a Sérvia, temos sete pontos de entrada todos que solicitam asilo podem e devem entrar por ali. Os requerentes são conduzidos pelas autoridades aos centros de acolhimento onde recebem toda a ajuda humanitária necessária, embora o sistema húngaro esteja sobrecarregado.
Porém, muitos passam pela fronteira ilegalmente e não cooperam com as autoridades. Auxiliar essas pessoas é uma tarefa complicada, dadas suas motivações e a capacidade das autoridades. Outro fato diz respeito à atitude dos húngaros para com os imigrantes e refugiados. Ao contrário do que foi publicado na imprensa, os húngaros não são intolerantes, porque, infelizmente, sabem muito bem o que significa ser refugiado. Antes de 1990, milhares de húngaros fugiram da Hungria por motivos políticos e sociais, decorrentes do regime vigente na época. A nação húngara é, até hoje, muito grata aos países que os acolheram, incluindo o Brasil. A Hungria sempre concedeu e sempre concederá asilo àqueles que fogem de países em conflito. Penso que quando se trata de refugiados, devemos usar o nosso coração. Porém, quanto aos imigrantes econômicos, é necessário ouvir a razão.
Embaixador da Hungria no Brasil
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