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Terrorismo

- Publicada em 01 de Outubro de 2015 às 23:20

Rússia admite ter alvos além do EI

Sergei Lavrov afirmou que 'não tinha dados' sobre mortes de civis

Sergei Lavrov afirmou que 'não tinha dados' sobre mortes de civis


ANDREW BURTON/AFP/JC
A Rússia realizou novos bombardeios na Síria contra a facção radical Estado Islâmico (EI) na madrugada desta quinta-feira, informou o Ministério da Defesa russo. Dentre os alvos, estavam um estoque de munições próximo a Idlib, um centro de comando próximo a Hama e um local de montagem de carros-bomba em Homs. Alvos do EI na província de Raqqa, no Norte da Síria, também foram atingidos.
A Rússia realizou novos bombardeios na Síria contra a facção radical Estado Islâmico (EI) na madrugada desta quinta-feira, informou o Ministério da Defesa russo. Dentre os alvos, estavam um estoque de munições próximo a Idlib, um centro de comando próximo a Hama e um local de montagem de carros-bomba em Homs. Alvos do EI na província de Raqqa, no Norte da Síria, também foram atingidos.
O panorama da guerra civil na Síria foi alterado pela Rússia ao realizar 20 ataques aéreos, na quarta-feira, em favor do regime de Bashar al-Assad, sob a justificativa de conter o avanço do EI. Após ter o objetivo de sua operação militar em território sírio questionado pelo Ocidente, as autoridades da Rússia admitiram que têm como alvo "uma lista" de grupos radicais. "Essas organizações são conhecidas, e os alvos são escolhidos em coordenação com as Forças Armadas da Síria", salientou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, sem citar grupos específicos.
Questionado se o presidente Vladimir Putin estava satisfeito com o resultado da campanha militar, Peskov afirmou que ainda era "muito cedo" para discutir a questão. O ex-candidato republicano à presidência dos Estados Unidos John Mccain explicou, na quinta-feira, que pode "confirmar absolutamente que os bombardeios russos foram ataques contra recrutas do Exército Livre da Síria, armados e treinados pela CIA".
O ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, classificou de "infundadas" as acusações de que os ataques aéreos na Síria não tenham visado ao EI e que tenham atingido civis. "Os rumores de que os alvos desses ataques aéreos não são as posições do EI são infundados", afirmou Lavrov, após uma reunião com o ministro norte-americano, John Kerry, em Nova Iorque, acrescentando que "não tinha dados" sobre mortes de civis.
O secretário de Defesa norte-americano, Ashton Carter, disse, na quarta-feira, que os bombardeios podem ter atingido redutos da oposição a Assad em que não há presença do EI. Centenas de soldados armados do Irã chegaram à Síria nos últimos 10 dias e em breve se somarão às forças do regime de Assad e da milícia libanesa Hezbollah para iniciar uma grande ofensiva por terra apoiada pelos bombardeios russos.
A participação da Rússia na guerra síria aprofunda a crise entre Moscou e o Ocidente, que já vinha se agravando com o apoio do Kremlin a separatistas no Leste da Ucrânia e com a anexação da península da Crimeia, em março de 2014. Desde o início do conflito sírio, em março de 2011, nos eventos relacionados ao levante popular conhecido como Primavera Árabe, o Ocidente vinha apostando em uma solução que passasse pela deposição de Assad. A Rússia, aliada de longa data do regime sírio, reiterou diversas vezes sua defesa de que Assad permaneça no poder e vetou em instâncias internacionais resoluções sobre a crise. 
Após a ascensão do EI, que declarou um califado em áreas da Síria e do Iraque em agosto de 2014, os Estados Unidos iniciaram no mês seguinte uma campanha internacional de ataques aéreos contra posições da facção sem coordenar esforços com o regime sírio. No domingo passado, a França, que integra a coalizão, realizou seu primeiro bombardeio na região. A guerra civil na Síria já deixou mais de 250 mil mortos e forçou o deslocamento de 11 milhões de pessoas em quatro anos e meio.

Putin nega morte de civis e garante estar pronto para enfrentar acusações

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, negou, nesta quinta-feira, que civis tenham sido mortos em ataques aéreos na Síria e afirmou estar pronto para enfrentar acusações. "Os primeiros relatos de vítimas civis começaram a chegar antes mesmo de nossos jatos decolarem", criticou.
Os jatos russos realizaram o segundo dia de ataques na Síria e alguns ativistas alegaram que os alvos incluíram rebeldes apoiados pelos Estados Unidos e civis. Em Paris, o embaixador russo, Alexander Orlov, insistiu que aviões de guerra russos na Síria estavam atingindo os terroristas e que os alvos eram instalações do Estado Islâmico e do Jabhat al-Nusra.