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Meio ambiente

- Publicada em 29 de Outubro de 2015 às 22:05

Redução de gases não trava a economia

Em 30 dias, 196 nações signatárias da Organização das Nações Unidas (ONU) estarão reunidas em Paris, na França, para a 21ª Conferência das Partes (COP-21), dentro da Conferência Global do Clima. O Brasil levará um estudo intitulado "Implicações econômicas e sociais de cenários de mitigação no Brasil - 2030 (IES-Brasil)", elaborado pela Coordenação dos Programas de Pós-Graduação de Engenharia (Coppe) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e coordenado pelo Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas (FBMC), que simula dois cenários de investimentos na redução da emissão dos Gases de Efeito Estufa (GEEs) até 2030, tendo como base os planos governamentais já em andamento.
Em 30 dias, 196 nações signatárias da Organização das Nações Unidas (ONU) estarão reunidas em Paris, na França, para a 21ª Conferência das Partes (COP-21), dentro da Conferência Global do Clima. O Brasil levará um estudo intitulado "Implicações econômicas e sociais de cenários de mitigação no Brasil - 2030 (IES-Brasil)", elaborado pela Coordenação dos Programas de Pós-Graduação de Engenharia (Coppe) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e coordenado pelo Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas (FBMC), que simula dois cenários de investimentos na redução da emissão dos Gases de Efeito Estufa (GEEs) até 2030, tendo como base os planos governamentais já em andamento.
O Brasil já chegará na conferência com a conquista de dados expressivos, como a redução em 40% das emissões de gás carbônico, principal causador do aquecimento global, a adoção de uma política de punição ao desmatamento e de recuperação florestal. No entanto, o IES-Brasil terá um papel crucial no debate.
O IES-Brasil é coordenado pelo professor do Programa de Planejamento Energético (PPE) da Coppe/UFRJ, Emilio La Rovere, pelo diretor de Relações Institucionais da Coppe e secretário executivo do FBMC, Luiz Pinguelli Rosa, e pelo pesquisador sênior do Centro Clima da Coppe, William Wills, com a participação de outros pesquisadores da universidade e especialistas.
Os modelos de mitigação propostos mostrarão a outras nações o desenvolvimento de cenários e caminhos para redução de emissões no Brasil a partir daquilo que já está sendo feito. Um dos diferenciais do estudo foi a utilização de um Comitê de Elaboração de Cenários, composto por especialistas do governo, do setor produtivo e da sociedade civil, que identificou as medidas de mitigação, e de um Comitê de Pesquisa, o qual analisou os efeitos na economia brasileira. "O interessante do trabalho é que as hipóteses não foram somente técnicas e acadêmicas. Criamos comitês representativos da sociedade. Buscamos soluções compatíveis com o desenvolvimento, inclusive com a possibilidade de aumentar índices econômicos com a redução das emissões dos gases estufa", destaca Pinguelli.
A redução do GEEs, conforme os modelos, beneficiaria a economia brasileira, contrariando previsões de queda no desenvolvimento econômico e social após a diminuição da emissão de gases. "É um cenário novo. Queremos que o governo assuma isso, pois estamos evoluindo", argumenta Pinguelli. O documento vai além. Aponta aumento de empregos e salários com energias sustentáveis e projeta, inclusive, que a adoção de medidas adicionais para a mitigação de emissões de GEEs poderia adicionar até R$ 600 bilhões ao PIB brasileiro até 2030.
"Fazemos, desde 1991, estudos técnicos, mas a grande novidade desse estudo é que desenvolvemos ferramentas de macroeconomia para responder o que acontece com o desenvolvimento econômico e social se cortarmos emissões. Não fizemos recomendações ao governo, geramos conhecimento para que tomem suas medidas", ressalta La Rovere.
Para La Rovere, a principal conclusão do estudo até agora é que "é possível sustentar o crescimento econômico, melhorar o desenvolvimento social e reduzir as emissões, em todos os cenários estudados".

Objetivos de redução de gases devem ser alcançados com o controle do desmatamento

Levando em conta os cenários macroeconômico e social do País, o IES-Brasil indica que esforço de controle do desmatamento é o principal fator que deve permitir ao Brasil cumprir os objetivos de redução das emissões em 2020, conforme compromisso assumido em Copenhague e registrado na Lei nº 12.187, que instituiu a Política Nacional sobre Mudança do Clima. Os programas governamentais de mitigação já em andamento devem manter em 2020 as emissões de GEE do País em 1,2 bilhão de tCO2e, nível similar ao de 2010, bem abaixo do objetivo voluntário de cerca de 2 bilhões de tCO2e em 2020.
No entanto, se não houver um esforço adicional de mitigação, a tendência entre 2020 e 2030 é de aumento das emissões, principalmente devido ao ritmo de crescimento da queima de combustíveis fósseis e da agropecuária. O Brasil tem potencial de abatimento de emissões de GEE, através da implantação de uma gama de opções de medidas adicionais de mitigação: eficiência energética, uso de fontes renováveis e de técnicas para uma agropecuária de baixo carbono, mudança de modais de transporte, captura de metano em projetos de saneamento básico e reflorestamento com espécies nativas e de crescimento rápido.